O tempo como dimensão de pesquisa sobre uma política de diversidade e relações de trabalho

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Hélio Arthur Reis Irigaray
Sylvia Constant Vergara

Resumo

Neste estudo nosso objetivo é apreender o processo de absorção dos deficientes físicos pelas empresas, considerando múltiplos olhares (público interno e externo), e se estes se modificaram ao longo dos anos. Assim, conduzimos uma pesquisa numa empresa aérea que alocou essas pessoas em posições de contato direto com o público. Num primeiro momento, constatamos que a empresa atendeu aos anseios dos seus clientes e empregados. Os empregados não deficientes viam na contratação dos deficientes a possibilidade de benefícios para a organização (melhoria de sua imagem pública) e para si mesmos (repasse de trabalho para os deficientes). Já para os empregados portadores de deficiência, tal situação era aceitável, pois viabilizava sua integração ao grupo. Em 2011, voltamos a campo e entrevistamos representantes das mesmas categorias (passageiros, empregados – deficientes e não – e os gerentes de RH e marketing) para avaliar o impacto da dimensão “tempo”. As entrevistas foram transcritas e submetidas à análise do discurso, a qual nos remeteu aos seguintes marcos teóricos: ética, tempo como variável subjetiva e gestão da diversidade da força de trabalho nas organizações. O campo revelou que a naturalização da presença dos deficientes ocorreu de tal forma que, para os passageiros deixou de ser um diferencial da empresa e, para os empregados, algo relevante. A empresa, por sua vez, insiste em buscar visibilidade social e midiática por meio da espetacularização da deficiência. Já os deficientes reclamam que não conseguem fazer carreira, pois encontram o mesmo “teto de vidro” denunciado por outras minorias.

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Como Citar
Irigaray, H. A. R., & Vergara, S. C. (2011). O tempo como dimensão de pesquisa sobre uma política de diversidade e relações de trabalho. Cadernos EBAPE.BR, 9(4), 1085 a 1098. Recuperado de https://periodicos.fgv.br/cadernosebape/article/view/5235
Seção
Artigos

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