Antropoceno 3.0 [entrevistado por Amália Safatle]

Autores

  • José Augusto Pádua

Resumo

Com participação modesta nas grandes mudanças causadas pela ação humana sobre a Terra até a década de 1950, o Brasil a partir daí entrou de cabeça no que é chamado de Grande Aceleração. Esse período é considerado por especialistas, como o historiador ambiental José Augusto Pádua, como o marco da passagem da época geológica do Holoceno para a do Antropoceno. A Grande Aceleração, explica Pádua nesta entrevista, é caracterizada por uma mudança brutal de patamar no que se refere à presença biofísica da humanidade no planeta, alterando de modo profundo e sistêmico o funcionamento da vida na Terra – ainda que muitos cientistas sociais não se tenham dado conta do significado e da magnitude dessa transformação. Se o Brasil pouco pode se orgulhar de ter colaborado para tal fenômeno, ainda tem a chance de prestar uma contribuição positiva para a história da humanidade. Dono de um potencial ambiental ímpar, o País pode, em vez de permanecer em berço esplêndido espoliando os recursos naturais a altíssimos custos socioambientais, protagonizar o Antropoceno 3.0. Esta expressão se refere a uma nova fase potencial do Antropoceno, desta vez inteligentemente manejado, depois que o ser humano tomou ciência dos estragos que causou à vida na Terra. O emprego de fontes renováveis de energia, inserido em uma economia cada vez mais circular, tem tudo a ver com essa futura etapa que pode e deve ser descortinada.

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Publicado

2016-10-31

Edição

Seção

Entrevista