Populismo no primeiro mundo: a ordem internacional liberal e a aliança transatlântica em questão

Resumo

A despeito da riqueza associada ao processo de globalização e dos bens públicos gerados pelas democracias liberais do Hemisfério Norte, a última década testemunhou a emergência de movimentos e governos autoritários, antielitistas e antipluralistas naquela região, provocando problemas no que tange à administração da ordem mundial pelas grandes potências ocidentais, sobretudo pelos Estados Unidos. O presente artigo investiga a ascensão do populismo nesse Estado e nos países da União Europeia na década de 2010, traçando suas características comuns. Busca também compreender a manifestação de tal fenômeno sobre a política externa dos Estados Unidos, a aliança transatlântica com seus parceiros europeus e as relações internacionais de forma mais ampla, com foco na área do comércio internacional. Ainda que não seja desprovida de racionalidade, a ação externa da atual administração norte-americana evidencia percepções distorcidas da política internacional, aliena seus aliados europeus e tensiona a ordem internacional liberal forjada no pós-Segunda Guerra Mundial.