Da abordagem de sistemas abertos à complexidade: algumas reflexões sobre seus limites para compreender processos de interação social
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Este ensaio inicia com considerações sobre o papel de metáforas e modelos na construção e disseminação de teorias. Posteriormente, revisa as abordagens que compõem o pensamento sistêmico - sistemas abertos, cibernética, autopoiese e complexidade – sendo que cada uma delas é criticada a partir da referência ao modo pelo qual contemplam (ou não) a interação social e a possibilidade da mudança. Nas considerações finais retoma-se o tema das metáforas e modelos para discutir alguns riscos da transposição simplista de conhecimento entre campos disciplinares.
Downloads
Métricas
Detalhes do artigo
Cadernos EBAPE.BR compromete-se a contribuir com a proteção dos direitos intelectuais do autor. Nesse sentido:
- Adota a licença Creative Commoms BY (CC-BY) em todos os textos que publica, exceto quando houver indicação de específicos detentores dos direitos autorais e patrimoniais;
- Adota software de verificação de similaridade de conteúdo - plagiarismo (Crossref Similarity Check);
- Adota ações de combate ao plagio e má conduta ética, alinhada às diretrizes do Committee on Publication Ethics (COPE).
Mais detalhes do Código de Ética adotado pelo Cadernos EBAPE.BR podem ser visualizados em Normas Éticas e Código de Conduta.
Referências
ABELL, B. Complexity and business: practical lessons from the natural world. Disponível em: <http://www.santafeassociates.com/html/_complexity_and_business_prac.html>. Acesso em: 14 maio 2003.
ALEKSANDROWICZ, A. M. C. Complexidade e metodologia: um refinado retorno às fronteiras do conhecimento. In: MINAYO, M. C. de S.; DESLANDES, S. F. Caminhos do pensamento: epistemologia e método. Rio de Janeiro: Editora da FIOCRUZ, 2002. p.49-81.
ALVES, P. C. A perspectiva da análise social no campo da saúde: aspectos metodológicos. In: CANESQUI, A. M. (Org.). Dilemas e desafios das ciências sociais em saúde. São Paulo: HUCITEC, 1995. p.63-82.
BEER, S. Cibernética na administração: uma introdução. São Paulo: IBRASA, 1979.
BLACK, M. Models and metaphors. Itaha: Cornell University Press, 1962.
BOURDIEU, P.; CHAMBOREDON, J.-C.; PASSERON, J.-C. A profissão de sociólogo: preliminares epistemológicas. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
BRUNER, J. Realidade mental, mundos possíveis. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
CADWALLER, M. L. Análisis cibernético del cambio. In: ETZIONI, A.; ETZIONI, E. Los cambios sociales: fuentes, tipos y consecuencias. México: Fondo de Cultura Econõmica, 1968. p.149-153.
CANGUILHEM, G. Ideologia e racionalidade nas ciências da vida. São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1977.
______. Le tout et la partie dans la pensée biologique. In: BOURDIEU, P.; CHAMBOREDON, J.-C.; PASSERON, J.-C. A profissão de sociólogo: preliminares epistemológicas. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1999. p.167-169.
DEBRUN, M. A idéia de auto-organização. In: DEBRUN, M.; GONZALES, M. E. Q.; PESSOA JR., O. (Orgs.). Auto-organização: estudos interdisciplinares em filosofia, ciências naturais e humanas e artes. Campinas: CLE, 1996.
DILLON, M. Poststructuralism, complexity and poetics. Theory, Culture & Society, v.17, n.5, p.1-26, 2000.
DUSSEL, E. Ética da libertação: na idade da globalização e da exclusão. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
GOODMAN, N. Languages of art: an approach to a theory of symbols. Indianapolis: Bobbs-Merril Co., 1968.
GOODWIN, B. C. Community, creativity and society. Soundings, n.5, p.111-123, 1997.
INGOLD, T. An anthropologist looks at biology. Man, n.25, p.208-229, 1990.
ÍPOLA, E. de. Metáforas de la política. Santa Fé: Homo Sapiens Ediciones, 2001.
KATZ, D.; KAHN, R. L. Psicologia social das organizações. São Paulo: Atlas, 1975.
KING, M. The truth about autopoiesis. Journal of Law and Society, v.20, n.5, p.218-136, 1993.
LEVINAS, E. Of God who comes to mind. Standford: Standford University Press, 1998.
LUHMANN, L. Sistemas Sociais. Buenos Aires: Anthropos, 1998.
MATURANA, H.; VARELA, F. Autopoiesis and cognition: the realization of the living. London: Reidl, 1979.
______. El árbol de conocimiento. Santiago: Universitária, 1986.
______. De máquinas y seres vivos - autopoiesis: la organización de lo viviente: Santiago: Universitária, 1995.
MINGERS, J. Self-producing systems: implications and applications of autopoiesis. London: Plenum, 1995.
MORGAN, G. Images of organization. London: Sage, 1996.
MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. 2. ed. Lisboa: Instituto Piaget, 1995.
______. Ciência com consciência. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
PARSONS, T. Una teoria funcional del cambio. In: ETZIONI, A.; ETZIONI, E. Los cambios sociales: fuentes, tipos y consecuencias. México: Fondo de Cultura Económica, 1968. p.84-96.
______. Os componentes dos sistemas sociais. In: CARDOSO, F. H.; IANNI, O. Homem e sociedade: leituras básicas de sociologia geral. São Paulo: Editora Nacional, 1973a. p.56-59.
______. O conceito de sistema social. In: CARDOSO, Fernando Henrique; IANNI, Octavio. Homem e sociedade: leituras básicas de sociologia geral. São Paulo: Editora Nacional, 1973b. p.47-55.
PRIGOGINE, I.; STENGERS, I. A nova aliança. Brasília: Editora da UnB, 1991.
RICOUER, P. A metáfora viva. São Paulo: Edições Loyola, 2000.
RODRIGUES Jr., L. Autopoiesis e o sistema social de Niklas Luhman: a propósito de alguns conceitos. Sociologias, v.2, n.3, p.254-265, 2000.
SERVA, M. O paradigma da complexidade e a análise organizacional. Revista de Administração de Empresas, v.32, n.2, p.26-35, 1992.
SOUZA, R. S. de O funcionalismo sistêmico nas teorias sociais e organizacional: evolução e crítica. Disponível em: <http://read.ea.ufrgs.br/read19/artigo/artigo1.htm>. Acesso em: 30 maio 2003.
STEWART, P. Complexity theories, social theory, and the question of social complexity. Philosophy of the Social Sciences, v.31, n.3, p.323-360, 2001.
TARRIDE, M. I. Saúde pública: uma complexidade anunciada. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1998.
TASAKA, H. Twenty-first-century management and the complexity paradigm. Emergence, v.7, n.4, p.115-123, 1999.
THRIFT, N. The place of complexity. Theory, Culture & Society, v.16, n.3, p.31-69, 1999.
TRAGTENBERG, M. Burocracia e ideologia. São Paulo: Editora Ática, 1980.
TSOUKAS, H.; HATCH, M. J. Complex thinking, complex practice: the case for a narrative approach to organizational complexity. Human Relations, v.54, n.8, p.979-1013, 2001.
ZELENY, M. Spontaneous social order. International Journal of General Systems, v.11, p.117-131, 1985.
ZOHAR, D. Revewing the corporate brain: using the new science to rethink how we structure and lead organizations. San Francisco: Berret-Koehler, 1997.