Fome e colonialidade alimentar no Brasil

Autores

  • Mariana Nunes Pereira Bastos UFRRJ

DOI:

https://doi.org/10.12660/rm.v14n22.2022.86295

Palavras-chave:

Fome; Colonialidade Alimentar; Brasil.

Resumo

O objetivo deste trabalho é identificar as contradições que existem entre a soberania alimentar pretendida no Brasil e o projeto hegemônico moderno, voltando brevemente ao passado colonial da América Latina. Para isso, assumimos as direções de uma pesquisa qualitativa e utilizamos como referencial teórico os autores decoloniais, que denunciam a continuidade das formas coloniais de dominação e evidenciam os processos que supostamente teriam sido superados pela modernidade. A pergunta de pesquisa gira em torno da conexão entre o fenômeno da fome coletiva – descrita por Josué de Castro – e as marcas de colonialidade alimentar existentes no país.

Referências

ABRAMOVAY, Ricardo. O que é fome. 9. ed. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 1991.

ACHINTE, Adolfo Albán. Comida y colonialidad: tensiones entre el proyecto hegemónico moderno y las memorias del paladar. Revista de investigación en el campo del arte, Universidad Distrital Francisco José de Caldas, v. 4, n. 5, pp. 10-23, jul/dez. 2010. Disponível em: https://revistas.udistrital.edu.co/index.php/c14/article/ view/1200. Acesso em: 30 out. 2021.

BENVEGNÚ, Vinícius Cosmos; GARCÍA, Diana Manrique. Colonialidade alimentar?: alguns apontamentos para reflexão. Mundo Amazónico, v. 11, n. 1, pp. 39-56, jan/jun. 2020. Disponível em: https://revistas.unal.edu.co/index.php/imanimundo/ article/view/76440. Acesso em: 30 out. 2021.

BRASIL. Guia Alimentar para a População Brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao _brasileira_2ed.pdf. Acesso em: 14 jun. 2022.

CARVALHO, Fernanda Ferreira. Estruturas opressoras, povos famintos: a colonialidade e a violação ao Direito Humano à Alimentação. 2018. 136 f. Dissertação (Mestrado em Direito Agrário) – Faculdade de Direito, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018. Disponível em: https://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/10825. Acesso em: 23 out. 2021.

CASTRO-GÓMEZ, Santiago. Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da invenção do outro. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (CLACSO), 2005, pp. 80-87. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2591382/mod_resource/con tent/1/colonialidade_do_saber_eurocentrismo_ciencias_sociais.pdf. Acesso em: 20 jul. 2021.

FISCHLER, Claude. El (h)omnívoro: el gusto, la cocina y el cuerpo. Barcelona: Anagrama, 1995.

FORO MUNDIAL SOBRE SOBERANÍA ALIMENTARIA – FMSA. Declaración Final: Por el derecho de los Pueblos a producir, a alimentarse y a ejercer su soberanía alimentaria. Havana, 2001. Disponível em: https://www.fuhem.es/media/ecosocial/file/ Boletin%20ECOS/ECOS%20CDV/Bolet%C3%ADn%204/dec_final_foro.pdf. Acesso em: 10 dez. 2021.

HIATH, Marcos. A colonialidade do que se come: sobre produção de carne e crise ambiental. Ensaios de Geografia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, v. 2, n. 1, pp. 59-72, 2012. Disponível em: https://periodicos.uff.br/ensaios_posgeo/article/ download/36243/20941/121808. Acesso em: 20 nov. 2021.

LANDER, Edgardo. Ciências sociais: saberes coloniais e eurocêntricos. In: LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (CLACSO), 2005, pp. 08-23. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/ pluginfile.php/2591382/mod_resource/content/1/colonialidade_do_saber_eurocentrismo_ciencias_sociais.pdf. Acesso em: 20 jul. 2021.

MIGNOLO, Walter. Historias locales/disenos globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Madrid: Akal, 2003.

MILLER, Karina M. Herrera. De/colonialidad alimentaria: Transformaciones simbólicas en el consumo de la quinua en Bolivia. Razón y Palabra, Universidad de los Hemisferios, Quito, v. 20, n. 94, pp. 33-50, set/dez. 2016. Disponível em: https://revistarazonypalabra.org/index.php/ryp/article/view/687. Acesso em: 12 set. 2021.

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter; ALENTEJANO, Paulo. Geografia Agrária da crise dos alimentos no Brasil. Revista América Latina en Movimiento, 2009. Disponível em: https://www.alai.info/132977-2/. Acesso em: 20 out. 2021.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder y casificación social. Journal of world-systems research, v. 11, n. 2, pp. 342-386, 2000. Disponível em: https://jwsr.pitt.edu/ ojs/jwsr/article/view/228/240. Acesso em: 14 jun. 2022.

REDE BRASILEIRA DE PESQUISA EM SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – REDE PENSSAN. II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. II VIGISAN: Relatório final. São Paulo: Fundação Friedrich Ebert, 2022. Disponível em: https://olheparaa fome.com.br/wp-content/uploads/2022/06/Relatorio-II-VIGISAN-2022.pdf. Acesso em: 27 jul. 2022.

SANTOS, Ligia Amparo da Silva. O corpo, o comer e a comida: um estudo sobre as práticas corporais e alimentares no mundo contemporâneo. Salvador: EDUFBA, 2008.

Downloads

Publicado

03.10.2022 — Atualizado em 10.10.2022

Versões