A exposição Memória das Cataratas e a produção de memórias no Parque Nacional do Iguaçu

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12660/rm.v15n23.2023.88473

Palavras-chave:

Parque Nacional do Iguaçu, Memória das Cataratas, Identidades Culturais, Análise Expográfica, Discursos

Resumo

O presente artigo tem o objetivo de analisar o modo como a exposição Memória das Cataratas, disponibilizada no Centro de Visitantes do Parque Nacional do Iguaçu, influencia a produção das memórias e intervém na produção de relações sociais no oeste do Paraná. Para isso, em um primeiro momento, desenvolve-se a análise expográfica desse espaço, de modo a observar como os diferentes elementos expositivos se articulam, produzindo um discurso específico sobre as memórias da região. Em seguida, o artigo aborda a operatividade simbólica dessa exposição, demonstrando que o discurso comunicado por essa tem efeitos sociais e simbólicos, os quais separam e diferenciam os grupos sociais e influenciam o modo como as comunidades locais se relacionam entre si.

Biografia do Autor

Isabela Soraia Backx Sanabria, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo

Doutora em História Cultural pela Universidade Estadual de Campinas (IFCH/Unicamp: 2013 - 2018) com estágio no exterior na École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris. EHESS: 2015). Mestra em História Cultural pela Universidade Estadual de Campinas (IFCH/Unicamp: 2011 - 2013) e pesquisadora colaboradora do Laboratório de Pesquisa em Comunicação Museológica (LAPECOMUS/MAE/USP) . Realizou estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia da Universidade de São Paulo (PPGmus/USP: abril 2019 a abril 2022). Atualmente, dedica-se a pesquisar as relações entre a ocupação histórica do meio ambiente e a produção de discursos e identidades. Atua principalmente nos seguintes temas: cultura material, patrimônio, análise de discursos patrimoniais, Arqueologia Pública, o intelectual Paulo Duarte, análise de discursos expográficos.

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Publicado

03.05.2023