Ethé de comandos femininos de torcidas organizadas com base em imagens de Facebook

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12660/rm.v15n23.2023.88562

Palavras-chave:

Comando Feminino, Torcida Organizada, Futebol, Gênero, Análise do Discurso

Resumo

As mulheres tentam ganhar protagonismo dentro das torcidas organizadas de futebol ao participarem dos comandos femininos. Em busca de mais relevância, esses grupos criaram perfis nas redes sociais, mobilizando debates. O que investigamos neste artigo são os ethé projetados pelas imagens de perfis do Facebook de comandos femininos, com base na Gramática do Design Visual. De um grupo de dez torcidas analisadas, encontramos em oito imagens de si de torcedoras bonitas, guerreiras, independentes, fanáticas e agressivas, que reforçam, em especial, dois estereótipos sociais: o da violência ligada aos torcedores organizados e o da objetificação dos corpos das mulheres. Por outro lado, as torcedoras se afastam dos imaginários de "Maria-Chuteira" e desinteressadas por futebol.

Biografia do Autor

Thiago Madureira Alvarenga, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Jornalista pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH). É doutorando em Estudos de Linguagens pelo Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-MG), com pesquisa voltada à análise do discurso das torcidas organizadas Galoucura, formada por torcedores do Atlético, e Máfia Azul, ligada ao Cruzeiro. Produziu o documentário Máfia Azul: memória e perspectiva. Trabalho no Jornal Estado de Minas como repórter da editoria de esportes.

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Publicado

03.05.2023