Comida, religião e outras histórias em “Dona Flor e seus dois maridos”, de Jorge Amado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12660/rm.v15n23.2023.88623

Palavras-chave:

Religião, Comida, Literatura

Resumo

Esse artigo aborda a trajetória gastronômica de Dona Flor, cozinheira literária construída pelo romancista baiano Jorge Amado (1912-2001). O trabalho se utiliza do conceito de “Fato Social Total” elaborado pelo sociólogo francês Marcel Mauss como fio condutor para articular outros campos do saber com as referências gastronômicas presentes no romance Dona Flor e seus dois maridos. O objetivo foi perscrutar novas leituras para a relação estabelecida entre a mulher e a comida no romance, propondo novos caminhos para além da “ferramenta de sedução” discorrida por pesquisas anteriores com foco nas manifestações religiosas.

Biografia do Autor

Anna Carolina Deodato, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda em Ciência da Literatura, na área de Literatura Comparada (PPGCL - UFRJ). Possui graduação em Gastronomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2018) e mestrado em Ciência da Literatura (Literatura Comparada) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2021). Atualmente, cursa licenciatura em Letras - Língua Portuguesa e suas literatura na Universidade Federal Fluminense e é pesquisadora no projeto Gastronomia, Cultura e Memória. Tem experiência nas áreas de Letras e Gastronomia, com ênfase em Alimentação e Cultura, atuando principalmente nos seguintes temas: memória, testemunho, questões de gênero e literaturas de autoria feminina.

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Publicado

03.05.2023