As legislações eclesiásticas e o batismo dos cativos de Itapemirim/ES
DOI:
https://doi.org/10.12660/rm.v15n23.2023.88663Palavras-chave:
Famílias Cativas, Batismo de Cativos, Legislação, Escravidão no Espírito Santo, História do Espírito SantoResumo
O presente artigo pretende apresentar as legislações eclesiásticas no Brasil imperial a respeito da legitimidade das famílias cativas e analisar as uniões entre os escravizados de Itapemirim/ES, de acordo com os registros de batismo da Paróquia Nossa Senhora do Amparo entre os anos de 1840-1888. Os registros civis de nascimento, casamento e morte ficavam a cargo da Igreja Católica, mesmo com outros órgãos criados pelo império para regular tal prática. Nos documentos de batismo, fonte primária analisada neste trabalho, os párocos registravam a legitimidade ou naturalidade da filiação do infante, o que nos permite checar como a Igreja Católica atuava na regulação do sacramento matrimonial aos cativos itapemerinenses.
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