Os ciclos rituais e rotas do beiju na Semana Santa em Araí, na Amazônia Atlântica
DOI:
https://doi.org/10.12660/rm.v15n23.2023.88670Palavras-chave:
Mandioca, Beiju, Singularização, MercantilizaçãoResumo
Este texto, de cunho etnográfico, é um recorte de uma pesquisa para o doutorado. Buscou-se analisar e descrever os movimentos operados nos ciclos rituais, rotas e trajetórias do beiju e as implicações na vida coletiva dos católicos romanos durante a festa da Páscoa em Araí, uma comunidade rural da Amazônia Atlântica, no nordeste paraense. Ao longo da Semana Santa, a mandioca é convertida em um bolo sagrado, chamado beiju, que é produzido, trocado, retribuído e coletivizado pelos e entre os católicos daquele lugar. Os dados deste texto resultaram de incursões em campo nos anos de 2016 e 2022, onde, por meio de observações participantes, conversas formais e informais realizaram-se as discussões deste artigo.
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