Na génese da Constituição Política de 1933: o ideário corporativo e a estrutura econômico-social do autoritarismo português

Autores

  • Paula Borges Santos

Palavras-chave:

Estado, Autoritarismo, Constituição, Corporativismo, Organização econômica, Portugal

Resumo

A institucionalização do Estado autoritário português teve como principal marco a promulgação da Constituição Política de 1933. Aí se inscreveu o ideário corporativo, que, mais do que tendo um perfil estabilizador, projetou-se como ideal animador do projeto estatal a construir. Envolvendo vários domínios públicos, teve, em toda a vigência do regime, maior importância para o plano da economia. Contudo, permaneceu por estudar como se estruturou o caráter econômico e social daquela Constituição e as negociações políticas que determinaram as opções inscritas naqueles aspectos. Tomando como ponto de partida a reflexão de Jon Elster de que pouco se exploram os processos de elaboração das constituições tanto em estudos sobre casos nacionais quanto em estudos de dimensão comparativa, este artigo procura contribuir para essa temática. Procura-se clarificar como se construiu a dimensão econômico-social da Constituição portuguesa de 1933, atendendo-se às suposições cognitivas dos criadores do texto constitucional, isto é, às crenças que os agentes constituintes apresentaram e que estipularam como sendo os arranjos institucionais capazes de produzir melhores resultados.

Referências

La Constitución de Weimar. La Constitución alemana de 11 de agosto de 1919. Madrid: Editorial Tecnos, 2010.

ARAÚJO, António de. A Lei de Salazar. Estudos sobre a Constituição Política de 1933. Coimbra: Edições Tenacitas, 2007.

CANALES, M. Garcia. La Teoria de La Representacion en la España del siglo XX. Murcia: Universidad de Murcia/ Publicaciones del Departamento de Derecho Político, 1977.

CANAVEIRA, Manuel Filipe Cruz. Liberais Moderados e Constitucionalismo Moderado (1814-1852). Lisboa: I.N.I.C., 1988.

CHORÃO, Luís Bigotte. A crise da República e da Ditadura Militar. Lisboa: Sextante Editora, 2009.

GARRIDO, Álvaro. Queremos uma economia nova! Estado Novo e Corporativismo. Lisboa: Temas e Debates e Círculo de Leitores, 2016.

MELO, Martinho Nobre de. Para além da Revolução. Ensaios de Filosofia Política. Estudos morais e sociais. Crítica e Doutrina. Lisboa: Livraria Ferin, 1925.

MESQUITA, Paulo Dá. Manuel Rodrigues Júnior e o perfil do processo penal português no século XX. Figuras do Judiciário: Séculos XIX-XX. Coimbra: Edições Almedina, 2014.

MOREIRA, Vital. Direito Corporativo. Tópicos das lições do ano letivo de 1971-72 na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Coimbra: Unitas/ Cooperativa Académica de Consumo, 1973

ROSAS, Fernando. Salazar e o Poder. A Arte de Saber Durar. Lisboa: Tinta da China, 2012.

IDEM. Pensamento e Ação Política. Portugal Século XX (1890-1976). Ensaio histórico. Lisboa: Editorial Notícias, 2004.

SALAZAR, António de Oliveira. Discursos 1928-1934. Coimbra: Coimbra Editora, 1935.

SOUSA, Marnoco e; REIS, José Alberto dos. A Faculdade de Direito e o seu ensino. Coimbra: F. França Amado, Editor, 1907.

VITAL, Domingos Fezas. Curso de Direito Corporativo. Lisboa: s/n., 1940.

Downloads

Publicado

2018-07-31