Mudanças nas configurações de governança corporativa e relações de agência: uma análise longitudinal em empresa de capital fechado

Conteúdo do artigo principal

Fabricio Bomtempo Oliveira
https://orcid.org/0000-0002-2785-2903
Joaquim Rubens Fontes Filho
https://orcid.org/0000-0001-6377-1185

Resumo

Este artigo tem como objetivo identificar as mudanças na governança corporativa associadas a ao ciclo de vida das empresas, orientado pelo problema de pesquisa de compreender quais efeitos a maturidade do negócio produz na sua estrutura de propriedade, relações societárias e outras configurações de governança. Como procedimento metodológico foi realizada análise longitudinal das mudanças ocorridas na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil SA (TBG), empresa de capital fechado controlada pela Petrobras Logística de Gás, com a participação de vários parceiros estatais e privados. As informações foram coletadas a partir de análise documental e entrevistas com executivos que participaram de sua administração. Como resultado, foi possível identificar a relação dos estágios do negócio às características dos investidores, variando desde um momento inicial construído em torno de empresas de energia especialistas no negócio, à fase de maturidade, quando o investimento se tornou interessante a sócios capitalistas, mais interessados nos resultados financeiros. Além disso, o planejamento antes da consolidação de capital, a existência de uma estrutura de financiamento, de critérios claros para selecionar os parceiros e a presença de um segundo acionista relevante, mitigando eventuais problemas de abuso de poder ou não observância a regras estabelecidas, contribuíram para preservar a relação entre os sócios ao longo do tempo e a sustentabilidade dos acordos societários. Com a abordagem longitudinal utilizada, o estudo visa contribuir para uma nova perspectiva de análise das práticas de governança corporativa, considerando suas mudanças e adaptações necessárias ao longo do tempo, e reflexos sobre as estruturas societárias e prioridades dos atores da governança.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
Oliveira, F. B., & Fontes Filho, J. R. (2021). Mudanças nas configurações de governança corporativa e relações de agência: uma análise longitudinal em empresa de capital fechado. Cadernos EBAPE.BR, 19(3), 510–523. https://doi.org/10.1590/1679-395120200107
Seção
Artigos

Referências

Aguilera, R. V., Florackis, C., & Kim, H. (2016). Advancing the corporate governance research agenda. Corporate Governance: An International Review, 24(3), 172-180.

Aguilera, R. V., & Jackson, G. (2003). The cross-national diversity of corporate governance: Dimensions and determinants. Academy of management Review, 28(3), 447-465.

Baek, H. Y. (2003). Parent‐Affilate Agency Conflicts and Foreign Entry Mode Choice. Multinational Business Review, 11(2), 75-98.

Belak, J. (2016). Management and governance: organizational culture in relation to enterprise life cycle. Kybernetes, 45(4), 680-698.

Bennedsen, M., & Wolfenzon, D. (2000). The balance of power in closely held corporations. Journal of financial economics, 58(1-2), 113-139.

Bongjin, K. (2002, Agosto). Adaptation of governance mechanisms to deregulation: a longitudinal study of the US banking industry. Academy of Management Proceedings, 2002(1), D1-D6.

Costa, A. C. (2012). Sete Brasil, a nova empresa da Petrobras. Revista Exame. Recuperado de https://exame.com/negocios/ sete-brasil-a-nova-empresa-da-petrobras/

Cuevas‐Rodríguez, G., Gomez‐Mejia, L. R., & Wiseman, R. M. (2012). Has agency theory run its course? Making the theory more flexible to inform the management of reward systems. Corporate Governance: An International Review, 20(6), 526-546.

Esqueda, O. A., & O’Connor, T. (2020). Corporate governance and life cycles in emerging markets. Research in International Business and Finance, 51, 101077.

Filatotchev, I., Toms, S., & Wright, M. (2006). The firm’s strategic dynamics and corporate governance life‐cycle. International Journal of Managerial Finance, 2(4), 256-279.

Filatotchev, I., & Wright, M. (2017). Methodological issues in governance research: An editor’s perspective. Corporate Governance: An International Review, 25(6), 454-460.

Fusch, P. I., & Ness, L. R. (2015). Are we there yet? Data saturation in qualitative research. The qualitative report, 20(9), 1408-1416.

Gradilone, C.; Galembeck, F. (2016). Impacto profundo. Isto é Dinheiro. Recuperado de https://www.istoedinheiro.com.br/noticias/ financas/20160506/impacto-profundo/370206

Hetherington, J. A., & Dooley, M. P. (1977). Illiquidity and exploitation: A proposed statutory solution to the remaining close corporation problem. Virginia Law Review, 63(1), 1-75.

Huse, M. (Ed.). (2008). The value creating board: Corporate governance and organizational behaviour. Abingdon, UK: Routledge.

Jensen, M. C. (2010). Value maximization, stakeholder theory, and the corporate objective function. Journal of applied corporate finance, 22(1), 32-42.

Jensen, M. C., & Meckling, W. H. (1976). Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of financial economics, 3(4), 305-360.

Law, P. L., & De Franco, N. (1998). International Gas Trade: The Bolivia- Brazil Gas Pipeline. Recuperado de http://www-wds.worldbank.org/ external/default/WDSContentServer/WDSP/IB/1999/08/15/000009 265_3980901110022/Rendered/PDF/multi0page.pdf

Licht, A. N. (2011). Corporate Governance. In G. Caprio (Ed.), Encyclopedia of Financial Globalization. Oxford, UK: Elsevier.

Miller, D., & Friesen, P. H. (1984). A longitudinal study of the corporate life cycle. Management science, 30(10), 1161-1183.

Mitsuhashi, H., Shane, S., & Sine, W. D. (2008). Organization governance form in franchising: efficient contracting or organizational momentum?. Strategic Management Journal, 29(10), 1127-1136.

Moll, D. K. (2005). Minority Oppression & (and) the Limited Liability Company: Learning (Or Not) from Close Corporation History. Wake Forest L. Rev., 40, 883.

Nagar, V., Petroni, K., & Wolfenzon, D. (2009). Governance problems in close corporations. New York, NY: University Stern School of Business. Recuperado de http://www.insead. edu/facultyresearch/areas/accounting/events/documents/ GovernanceProblemsinCloseCorporations.pdf

O’Connor, T., & Byrne, J. (2015a). Governance and the corporate life-cycle. International Journal of Managerial Finance, 11(1), 23-43.

O’Connor, T., & Byrne, J. (2015b). When does corporate governance matter? Evidence from across the corporate life-cycle. Managerial Finance, 41(7), 673-691.

Pagano, M., & Röell, A. (1998). The choice of stock ownership structure: Agency costs, monitoring, and the decision to go public. The Quarterly Journal of Economics, 113(1), 187-225.

Sabatino, T. J., & Wol, S. E. (2010). Subsidiary Governance: What It Is, Why It Matters and How to Build a Good System. The Corporate Governance Advisor, 18(3), 5-9.

Shen, W. (2003). The dynamics of the CEO-board relationship: An evolutionary perspective. Academy of Management Review, 28(3), 466-476.

Shleifer, A., & Vishny, R. W. (1997). A survey of corporate governance. The journal of finance, 52(2), 737-783.

Thiry-Cherques, H. R. (2009). Saturação em pesquisa qualitativa: estimativa empírica de dimensionamento. Revista PMKT, 3(2), 20-27.

Thomsen, S. (2004). Corporate values and corporate governance. Corporate Governance: The international journal of business in society, 4(4), 29-46.

Torres, E. T., Filho. (2002). O gasoduto Brasil-Bolívia: impactos econômicos e desafios de mercado. Revista do BNDES, 9(17), 99-116.

Walsh, J. P., & Seward, J. K. (1990). On the efficiency of internal and external corporate control mechanisms. Academy of management review, 15(3), 421-458.

Weitzel, U., & McCarthy, K. J. (2011). Theory and evidence on mergers and acquisitions by small and medium enterprises. International Journal of Entrepreneurship and Innovation Management, 14(2-3), 248-275.

Young, M., Peng, M. W., Ahlstrom, D., & Bruton, G. (2002). Governing the corporation in emerging economies: a principal-principal agency perspective. Academy of Management Best Papers Proceedings, 2002(1), E1-E6.