O discurso político sobre a qualificação profissional de mulheres desfavorecidas: emancipação ou hegemonia?
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Resumo
O objetivo do artigo é analisar as lógicas, os pressupostos e as crenças presentes no contexto do Programa Mulheres Mil, verificando sua contribuição para a construção social dos papéis profissionais atribuídos às mulheres desfavorecidas. Para tanto, foi analisado o projeto do Programa Mulheres Mil, desenvolvido pelos idealizadores do programa, em 2006. A pesquisa, de natureza qualitativa, baseou-se na proposta transdisciplinar, que dialoga com os princípios epistemológicos dos estudos discursivos críticos de Fairclough, Chouliaraki e Fairclough, conjugados com a teoria da construção social de populações-alvo e com referenciais dos estudos feministas. Os resultados evidenciaram que o discurso político e os elementos do policy design do Programa Mulheres Mil, pautados em construções sociais e culturas institucionais, promovem qualificações em áreas tradicionalmente femininas, com limitada emancipação das mulheres. Conclui-se que há uma contradição entre o discurso do programa e sua prática concreta, pois se reitera a lógica que mantém a hegemonia e a polarização de gênero.
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