Usos e significados do conhecimento histórico em estudos organizacionais: uma (re)leitura do taylorismo sob a perspectiva do poder disciplinar

Resumo

O objetivo deste artigo é buscar problematizar - por meio da ampliação dos usos e significados do conhecimento histórico proposta pela perspectiva da nova história e pela genealogia de Michel Foucault - abordagens de estudos organizacionais mais convencionais e que assumem como objeto de pesquisa os grandes feitos de grandes homens da história da administração. Neste sentido, tem-se: (1) como foco principal de análise uma releitura da versão legitimada do taylorismo como acontecimento histórico responsável direto por um conjunto de preceitos e técnicas de racionalização do trabalho; e (2) como argumentação central a premissa de que as ‘subversões’ epistemológicas da história renovada e da genealogia nos permitem ler esse acontecimento com outras lentes e identificar a obra de F. W. Taylor inserida em um conjunto maior de práticas sociais disciplinadoras. De forma a alcançar este propósito, o texto está organizado em três partes. Na primeira parte expõe-se o significado de história para Michel Foucault, para logo em seguida se analisar o movimento da história nova e suas convergências com a proposta de conhecimento histórico da genealogia. Por fim, na terceira e última parte, o taylorismo é repensado e analisado à luz da perspectiva da sociedade disciplinar.