Da manufatura moderna à grande indústria: delimitação empírica da mudança técnica no setor de autoveículos no Brasil (1996-2017)

Conteúdo do artigo principal

Elcemir Paço Cunha
https://orcid.org/0000-0002-1978-0110
Lara Nora Portugal Penna
https://orcid.org/0000-0002-2129-6977
Leandro Theodoro Guedes
https://orcid.org/0000-0001-6529-2188

Resumo

O objetivo do presente artigo é delimitar empiricamente a inflexão do princípio na base técnica para o setor de autoveículos brasileiro, demarcando o período com maior probabilidade de ocorrência da transição entre manufatura moderna e grande indústria. Realizou-se a pesquisa com a hipótese de que essa transição ocorreu tardiamente no Brasil, não antes dos anos 2000. Para verificá-la, trabalhou-se com análise de fatores econômicos ligados às inversões de capital e à modificação da força de trabalho no período entre 1996 e 2017. A pesquisa não apenas confirmou a hipótese, como também delimitou a ocorrência da transição entre 2000 e 2004.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
Cunha, E. P., Penna, L. N. P., & Guedes, L. T. (2021). Da manufatura moderna à grande indústria: delimitação empírica da mudança técnica no setor de autoveículos no Brasil (1996-2017). Cadernos EBAPE.BR, 19(3), 480–495. https://doi.org/10.1590/1679-395120200077
Seção
Artigos

Referências

Acemoglu, D., & Restrepo, P. (2020). Robots and jobs: Evidence from US labor markets. Journal of Political Economy, 128(6), 2188-2244.

Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores. (2010). Anuário da Indústria Automobilística Brasileira. Recuperado de http:// www.virapagina.com.br/anfavea2010

Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores. (2018). Anuário da Indústria Automobilística Brasileira. Recuperado de http:// www.virapagina.com.br/anfavea2018

Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores. (2020a). Séries mensais, a partir de janeiro/1957, de autoveículos por segmento (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, total) de produção; licenciamento de nacionais, importados e total; exportações em unidades. Recuperado de http://www.anfavea. com.br/estatisticas

Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores. (2020b). Séries mensais, a partir de janeiro/1983, do número de empregos por setores (autoveículos; máquinas agrícolas e rodoviárias). Recuperado de http://www.anfavea.com.br/estatisticas

Bunge, M. (2001). La ciencia: su método y su filosofía (4a ed.). Buenos Aires, Argentina: Editorial Sudamericana.

Carvalho, E. G. (2003). Globalização e estratégias competitivas na indústria automobilística: uma abordagem a partir das principais montadoras instaladas no Brasil (Tese de Doutorado). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP. Recuperado de http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/286207/1/Carvalho_ EneasGoncalvesde_D.pdf

Carvalho, R. D. Q. (1987). Tecnologia e trabalho industrial: as implicações sociais da automação microelectrônica na indústria automobilística. Porto Alegre, RS: L & Pm Editora.

Carvalho, R. de Q., & Schmitz, H. (1990). O fordismo está vivo no Brasil. Novos estudos CEBRAP, 27, 148-156

Chasin, J. (2009). Marx - Estatuto ontológico e resolução metodológica. São Paulo, SP: Editorial Boitempo.

Coriat, B. (1994). Pensar pelo avesso: o modelo japonês de trabalho e organização. Rio de Janeiro, RJ: UFRJ.

Dosi, G., & Orsenigo, L. (1988). Coordination and transformation: an overview of structures, behaviours and change in evolutionary environments. In G. Dosi, C. Freeman, R. Nelson, G. Silverberg, & L. Soete (Eds.), Technical change and economic theory. Pisa, Italy: Sant’Anna School of Advanced Studies.

Dosi, G., Teece, D. J., & Chytry, J. (2005). Understanding industrial and corporate change. Oxford, UK: Oxford University Press.

Faria, J. H. de. (1992). Tecnologia e processo de trabalho. Curitiba, PR: Editora UFPR.

Firmino, H. (2003, novembro 08). O outro lado do Ecosport (p. 16). Jornal do Brasil. Recuperado de http://memoria.bn.br/ DocReader/030015_12/91516

Fortes, R. (2019). Limites e equívocos do conceito de acumulação fordista: desenvolvimento das forças produtivas e perpetuação das formas de produção arcaicas. Verinotio – Revista on-line de Filosofia e Ciências Humanas, 24(2), 58-87.

Frainer, D. M. (2010). A estrutura e a dinâmica da indústria automobilística no Brasil (Tese de Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS. Recuperado de https://lume. ufrgs.br/handle/10183/30638

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (1996). Pesquisa Industrial – Empresa (Vol. 15). Rio de Janeiro, RJ: Autor. Recuperado de https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/1719/ pia_1996_v15_empresa.pdf

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2020). Pesquisa Industrial Anual 1996-2017. Sistema IBGE de Recuperação Automática. Recuperado de https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pia-empresa/ tabelas/brasil/2017

Jornal do Brasil. (1996, abril 19). Controle informatizado (p. 25). Jornal do Brasil. Recuperado de http://memoria.bn.br/ DocReader/030015_11/166534

Jornal do Commercio. (2001, março 31). Volks vai demitir 2,5 mil no ABC (pp. 15-31) Jornal do Commercio. Recuperado de http://memoria.bn.br/DocReader/364568_19/18717

Kabat, M. (2005). Del taller a la fábrica: proceso de trabajo, industria y clase obrera en la rama del calzado, Buenos Aires 1870-1940. Buenos Aires, Argentina: Ryr.

Koshiro, K. (1987). Personnel planning, technological changes and outsourcing in the Japanese automobile industry: Part 1 & 2. International Journal of Technology Management, 2(2), 279- 297. Recuperado de https://www.inderscience.com/info/inarticle. php?artid=26168

Luedemann, M. S. (2003). Transformações na indústria automobilística mundial: o caso do complexo automotivo no Brasil 1990-2002 (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-26032012- 145812/publico/2003_MartadaSilveiraLuedemann.pdf

Marquetti, A., & Porsse, M. (2014). Patterns of technical progress in the Brazilian economy, 1952-2008. CEPAL Review, 113, 57-73.

Marx, K. (2010). Preface to A Contribution to the Critique of Political Economy. In K. Marx, & F. Engels (Eds.), Marx & Engels Collected Works (Vol. 29). London, UK: Lawrence & Wishart.

Marx, K. (2011). Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858; esboços da crítica da economia política. São Paulo, SP: Boitempo Editorial.

Marx, K. (2013). O capital: crítica da economia política; livro primeiro - o processo de produção do capital. São Paulo, SP: Boitempo Editorial.

Ministério do Trabalho e Emprego. (2020). Relação Anual de Informações Sociais 1996-2016. Bases Estatísticas RAIS e CAGED. Recuperado de http://bi.mte.gov.br/bgcaged/rais.php

Moraes, B. R., Neto. (1991). Marx, Taylor, Ford: as forças produtivas em discussão (2a ed.). São Paulo, SP: Brasiliense. 495-495

Moraes, B. R., Neto. (2003). Século XX e trabalho industrial: taylorismo/ fordismo, ohnoísmo e automação em debate. São Paulo, SP: Xamã.

Oliveira, S. L. (2001). Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo, SP: Pioneira Thomson Learning.

Paço Cunha, E. (2019). Base técnica e organização do trabalho na manufatura e grande indústria. Verinotio – Revista on-line de Filosofia e Ciências Humanas, 25(1), 41-41.

Pearson, G. S. (2016). The Democratization of Food: Tin Cans and the Growth of the American Food Processing Industry, 1810-1940. Recuperado de https://preserve.lehigh.edu/etd/2756/

Pelaez, V., & Szmrecsányi, T. (2006). Economia da inovação tecnológica. São Paulo, SP: Editora Hucitec.

Peliano, J. C., Carvalho, R. Q., Sousa, N. H. G., Cassiolato, M.M., Schmitz, H., Gitahy, L., ... Neder, R. T. (1987). Automação e trabalho na indústria automobilística. Brasília, DF: Universidade de Brasília.

Perez, C. (1985). Microelectronics, long waves and world structural change: New perspectives for developing countries. World Development, 13(3), 441-463.

Perez, C. (2011). Finance and technical change: a long-term view: research paper. African Journal of Science, Technology, Innovation and Development, 3(1), 10-35.

Ribeiro, M. A. (1997, outubro 25). Volvo vai montar FH12 no Brasil (p. 2). Jornal do Brasil. Recuperado de http://memoria.bn.br/ DocReader/030015_11/215974

Schmitz, H., & Carvalho, R. D. Q. (1988). Automação, competitividade e trabalho: a experiência internacional. São Paulo, SP: Editora Hucitec.

Schmitz, H., & Carvalho, R. Q. (1989). Automation and labour in the Brazilian car industry. Journal of Development Studies, 26(1), 81-119.

Tauile, J. R. (1988). Automação microeletrônica e competitividade: tendências no cenário internacional. In H. Schmitz, & R. Q. Carvalho (Orgs.), Automação, competitividade e trabalho: a experiência internacional. São Paulo, SP: Hucitec.

Tumolo, P. S. (2001). Reestruturação produtiva no brasil: um balanço crítico introdutório da produção bibliográfica. Educação & Sociedade, 22(77), 71-99.

Vieira, D. R. (1985). Funções da robótica no processo de acumulação: o caso brasileiro. Petrópolis, RJ: Vozes.

Williams, K., Cutler, T., Williams, J., & Haslam, C. (1987). The End of Mass Production? Economy and Society, 16(3), 405-439.

Woodward, J. (1980). Industrial organization: theory and practice. Oxford, UK: Oxford University Press.