A produção (negra) do espaço urbano (branco) do Rio de Janeiro Setecentista - século XVIII
DOI:
https://doi.org/10.12660/rm.v14n22.2022.85728Palavras-chave:
Protagonismo Negro; Irmandades Negras; Produção do Espaço Urbano; Decolonialidade; Rio de Janeiro Setecentista (séc. XVIII)Resumo
O propósito do artigo é resgatar a história e a memória do protagonismo das irmandades negras no papel de produtoras do espaço urbano do Rio de Janeiro Setecentista – século XVIII. Na tentativa de descolonizar o conhecimento, o texto atua contra a narrativa dominante e procura retirar do silêncio os saberes produzidos por grupos historicamente marginalizados na sociedade colonial carioca. Ao destacar as experiências corporais do afro-brasileiro como promotoras de r-existências em lugares outros além da subalternidade, trazemos, igualmente, a contribuição histórica oferecida pelo “urbanismo afroconfrarial” – restituidor da memória das associações negras na lícita condição de agentes produtoras da expansão urbana de outrora.
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