Esta é uma versão desatualizada publicada em 03.10.2022. Leia a versão mais recente.

A produção (negra) do espaço urbano (branco) do Rio de Janeiro Setecentista - século XVIII

Autores

  • Marcos Vinicius Vieira Coutinho CPDOC/FGV

DOI:

https://doi.org/10.12660/rm.v14n22.2022.85728

Palavras-chave:

Protagonismo Negro; Irmandades Negras; Produção do Espaço Urbano; Decolonialidade; Rio de Janeiro Setecentista (séc. XVIII)

Resumo

O propósito do artigo é resgatar a história e a memória do protagonismo das irmandades negras no papel de produtoras do espaço urbano do Rio de Janeiro Setecentista – século XVIII. Na tentativa de descolonizar o conhecimento, o texto atua contra a narrativa dominante e procura retirar do silêncio os saberes produzidos por grupos historicamente marginalizados na sociedade colonial carioca. Ao destacar as experiências corporais do afro-brasileiro como promotoras de r-existências em lugares outros além da subalternidade, trazemos, igualmente, a contribuição histórica oferecida pelo “urbanismo afroconfrarial” – restituidor da memória das associações negras na lícita condição de agentes produtoras da expansão urbana de outrora.

Referências

ARQUIVO da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro. Livro-tombo da Irmandade da Virgem e Mártir Santa Luzia da Cidade do Rio de Janeiro, 1871-1877.

ARQUIVO Nacional. Representação da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos para a retirada do Cabido da Sé de sua igreja, feita à Mesa de Consciência e Ordens, Lisboa, em 1738. Códice 192, v. 29, 1738.

ALCOFF, Linda. Uma epistemologia para a próxima revolução. Revista Sociedade e Estado, Brasília, v. 31, n. 1, jan./abr., p. 129-143, 2016. Disponível em: http://goo.gl/bKi4Pu. Acesso em: 28 jan. 2022.

BOSCHI, Caio C. Os leigos e o poder: Irmandades Leigas e Política Colonizadora em Minas Gerais. São Paulo: Editora ática, 1983.

______. Confraternidades negras na América portuguesa do Setecentos. Revista Estudos Avançados, São Paulo, v. 33, n. 97, jul./dez., p. 211-233, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142019000400211. Acesso em: 30 jan. 2022.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1998.

CAVALCANTI, Nireu. O Rio de Janeiro Setecentista: a vida e a construção da cidade da invasão francesa até a chegada da corte. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2004.

COARACY, Vivaldo. Memórias da Cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1965.

COLLINS, Patricia H. Aprendendo com o outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado, Brasília, v. 31, n. 1, jan/abr, p. 99-127, 2016. Disponível em: http://goo.gl/RmjB7R. Acesso em: 31 jan.. 2022.

FAZENDA, José V. Antiqualhas e Memórias do Rio de Janeiro. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, tomo 88, v. 142, 1920. Disponível em: https://www.ihgb.org.br/publicacoes/revista-ihgb/itemlist/filter.html?category=9&moduleId=147&start=320. Acesso em 12 fev. 2022.

FRIDMAN, Fania. Donos do Rio em nome do rei: uma história fundiária do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2017.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Editora Graal, 1985.

HAESBAERT, Rogério. Des-territorialização e identidade: a rede “gaúcha” no Nordeste. Niterói: EDUFF, 1997.

HALE, Thomas. Griots and Griottes: Masters of Words and Music. Bloomington: Indiana University Press, 1998.

HEGEL, Friedrich. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Editora Vozes, 1998.

hooks, bell. Intelectuais negras. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 3, n. 2, jul/dez, p. 464-478, 1995. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16465/15035. Acesso em: 2 fev. 2022.

INWOOD, Michael. Dicionário Hegel. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1997.

JONES, Lee; WEST, Cornel. Making It on Broken Promises: Leading African American Male Scholars Confront Culture of Higher Education. Sterling: Stylus Publishing, 2002.

KILOMBA, Grada. Platation Memories. Episode of Everyday Racism. Münster: Unrast Verlag, 2012. Disponível em: http://goo.gl/w3ZbQh. Acesso em: 2 fev. 2022.

KOJÈVE, Alexandre. Introdução à leitura de Hegel. Rio de Janeiro: Editora Contraponto/EDUERJ, 2002.

MARX, Murillo. Nosso chão: do sagrado ao profano. São Paulo: EDUSP, 1989.

MAURICIO, Augusto. Templos Históricos do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora Laemmert, 1946.

MOMBAÇA, Jota. Notas estratégicas quanto ao uso político do conceito de lugar de fala. Disponível em: http://goo.gl/DpQxZx. Acesso em: 4 fev. 2022.

MORIN, Edgard. Meus Demônios. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1997.

NETO, J. A Praça XV nos Séculos XVI e XVII – Estudos comparados de Arqueologia e História. 2021. 509f. Tese (Doutorado em História Comparada) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.

OLIVEIRA, Anderson J. M. Devoção negra: santos pretos e catequese no Brasil colonial. Rio de Janeiro: Quartet/FAPERJ, 2008.

OMEGNA, Nelson. A Cidade Colonial. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1961.

QUINTÃO, Antonia A. Lá vem o meu parente: as irmandades de pretos e pardos no Rio de Janeiro e em Pernambuco (Século XVIII). São Paulo: FAPESP, 2002.

REGINALDO, Lucilene. Os Rosários dos Angolas: Irmandades de africanos e crioulos na Bahia Setecentista. São Paulo: Editora Alameda, 2011.

REIS, João J. Différences et résistance: les Noirs à Bahia sous l’esclavage. Cahiers d’études africaines, Lyon, v. 32, n. 125, jan./jul., p. 15-34, 1992. Disponível em: https://www.persee.fr/doc/cea_0008-0055_1992_num_32_125_2086. Acesso em: 5 fev. 2022.

RIBEIRO, Djamila. Conceição Evaristo: Nossa fala estilhaça a máscara do silêncio. Revista Carta Capital, mai, 2017. Disponível em: http://goo.gl/ARsknv. Acesso em 10 fev. 2022.

______. Lugar de Fala. São Paulo: Editora Pólen, 2019.

RICE UNIVERSITY, Humanities Research Center. ImagineRio: Um atlas ilustrado e diacrônico da evolução social e humana do Rio de Janeiro. Disponível em: https://www.imaginerio.org/map. Acesso em: 14 fev. 2022.

ROLNIK, Raquel. Territórios negros nas cidades brasileiras: etnicidade e cidade em São Paulo e Rio de Janeiro. In: SANTOS, Renato E (Org.). Diversidade, espaço e relações étnico-raciais. O negro na geografia do Brasil. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 1989. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4627715/mod_resource/content/1/OB_ROLNIK%20-%202007%20-%20Territ%C3%B3rios%20Negros%20nas%20cidades%20brasileiras. Acesso em: 11 fev. 2022.

SACK, Robert D. Human Territoriality: its theory and history. Cambridge: Cambridge University Press, 1986.

SANTOS, Noronha. As Freguesias do Rio Antigo. Rio de Janeiro: Edições O Cruzeiro, 1965.

SANTOS, Paulo F. Formação de Cidades no Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Editora UFRJ/IPHAN, 2015.

SENNETT, Richard. Carne e pedra. Rio de Janeiro: Editora Record, 2003.

SILLOS, Jacques. Morfología urbana y celebración de la fe: reflexiones sobre la estructura del Largo da Misericórdia. Revista Arquitectura del Sur, Concepción, v. 30, n. 41, jul./dez., p. 30-41, 2012. Disponível em: http://revistas.ubiobio.cl/index.php/AS/article/view/788/745. Acesso em: 12 fev. 2022.

SWEET, James H. Recriar África: Cultura, Parentesco e Religião no Mundo Afro-português (1441-1770). Lisboa: Edições 70, 2007.

VAINFAS, Ronaldo. Trópicos do pecado: moral, sexualidade e inquisição no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1989.

VIDE, S. M. Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia. Feitas, e ordenadas pelo illustrissimo, e Reverendissimo Senhor D. Sebastião Monteiro da Vide, 5º Arcebispo do dito Arcebispado, e do Conselho de Sua Majestade: propostas, e aceitas em o Synodo Diocesano, que o dito Senhor celebrou em 12 de junho do anno de 1707. São Paulo: Typographia 2 de Dezembro, 1853). Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/222291. Acesso em 12 fev. 2022.

VOGT, Carlos. Melhores poemas Guilherme de Almeida. Seleção: Carlos Vogt. São Paulo: Editora Global, 2015.

WACQUANT, Loïc. Que é gueto? Construindo um conceito sociológico. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, s/v, n. 23, jul./dez., p. 155-164, 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsocp/a/RLVYZrzFXcfYpvmGn8r76zK/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 15 fev. 2022.

Publicado

03.10.2022

Versões