Fintechs e bancos tradicionais: regulação, competição e cooperação no Brasil
Palavras-chave:
Fintechs, Sociedade de Crédito Direto, Sociedade de Empréstimo entre Pessoas, bancos tradicionais, taxas de jurosResumo
Este artigo tem o objetivo de analisar as características, as limitações e as contradições que envolvem fintechs e bancos tradicionais no Brasil. Descreve as duas novas categorias destinadas a regular as fintechs no Brasil – a Sociedade de Crédito Direto (SCD) e a Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP) –, e questiona a noção de que as fintechs necessariamente introduzem competição no mercado financeiro, ao descrever relevantes mecanismos de cooperação entre fintechs e bancos tradicionais, com ganhos potencialmente elevados para ambos. Por fim, utilizando dados disponibilizados pelo Banco Central, são comparadas as taxas de juros praticadas por uma fintech nacional e por seus acionistas, que são bancos tradicionais. Embora nossa análise seja ainda exploratória, ela revela que a fintech controlada pratica juros mais elevados do que seus bancos controladores, sugerindo uma proveitosa agenda de pesquisa para investigar se isso ocorre sistematicamente.