Colonialismo na América Latina? Uma perspectiva pós-colonial sul-sul nas relações humanas de uma empresa brasileira na Bolívia

Conteúdo do artigo principal

Ana Celano
https://orcid.org/0000-0002-4521-7399
Fernanda Filgueiras Sauerbronn
https://orcid.org/0000-0002-7932-2314
Ana Beatriz Moraes
https://orcid.org/0000-0002-1252-2872

Resumo

O caso aborda a situação vivida por José, executivo, gerente de RH de uma empresa brasileira de óleo e gás na Bolívia. José sustenta seu trabalho de um ponto de vista humanístico único. No entanto, ao iniciar seu trabalho, ele se assusta com um diagnóstico cultural do ano anterior. Os colaboradores revelaram uma visão negativa do Brasil e da empresa, relacionada a uma história de dominação. Olhando para o desenho de um engenheiro boliviano durante as entrevistas, José pôde ver essa representação. Um participante desenhou um funcionário boliviano quando menino, preso por correntes a um adulto implacável que representava os gestores brasileiros. Como reagir a um desenho com uma expressão tão clara? Pela primeira vez, José se viu no lugar do opressor. Como brasileiro, ele estava acostumado a sentir o que é estar no papel de subordinado. Definitivamente, ele é desafiado a criar um plano de ação para lidar com a situação, mesmo enfrentando um chefe obstinado como a representação do adulto. Desta maneira, resta a indagação de qual seria uma solução que fizesse a diferença para todos os envolvidos e reduzisse essa assimetria. Assim, o caso permite aos alunos ter uma visão crítica da subalternidade envolvida nas questões de diferenças culturais nas operações internacionais de corporações multinacionais. Além disso, permitem elaborar soluções para questões relacionais no campo internacional, entre organização e colaboradores dentro do eixo Sul-Sul.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
Celano, A., Sauerbronn, F. F., & Moraes, A. B. (2022). Colonialismo na América Latina? Uma perspectiva pós-colonial sul-sul nas relações humanas de uma empresa brasileira na Bolívia. Cadernos EBAPE.BR, 20(5), 740–749. https://doi.org/10.1590/1679-395120210092
Seção
Estudos de Casos & Ensino

Referências

Adler, N. J. (1997). International dimensions of organizational behavior. Cincinnati, OH: South-Western College Publishing.

Banerjee, S. B., & Linstead, S. (2001). Globalization, multiculturalism, and other fictions: colonialism for the new millennium? Organization, 8(4), 683-722. Recuperado de https://doi.org/10.1177/135050840184006

Banerjee, S. B., & Prasad, A. (2008). Introduction to the special issue on “Critical reflections on management and organizations: a postcolonial perspective”. Critical Perspectives on International Business 4(2/3), 90-98. Recuperado de https://doi.org/10.1108/17422040810869963

Bartlett, C. A., & Ghoshal, S. (2000). Going global: lessons from late movers. Harvard Business Review, 78, 132-142. Recuperado de https://hbr.org/2000/03/going-global-lessons-from-late-movers

Dunning, H., Kim, C., & Park, D. (2008). Old wine in new bottles: A comparison of emerging-market TNCs today and developed-country TNCs thirty years ago. In K. P. Sauvant (Ed.), The Rise of Transnational Corporations from Emerging Markets (Chap. 8). Cheltenham, UK: Edward Elgar Publishing.

Fletcher, R., & Bohn, R. (1998). The impact of psych distance in the internationalization of the Australian firm. Journal of Global Marketing, 12(2), 47-68. Recuperado de https://doi.org/10.1300/J042v12n02_04

Geppert, M., & Dörrenbächer, C. (2014). Politics and Power within Multinational Corporations: Mainstream Studies, Emerging Critical Approaches and Suggestions for Future Research. International Journal of Management Review, 16(2), 226-244. Recuperado de https://doi.org/10.1111/ijmr.12018

Jack, G. A., Calás, M. B., Nkomo, S. M., & Peltonen, T. (2008). Critique and International Management: An uneasy relationship? Academy of Management Review, 33(4), 870-884. Recuperado de https://doi.org/10.5465/amr.2008.34421991

Jack, G., & Westwood, R. (2009). International, and Cross-Cultural Management Studies: A Postcolonial Reading. Basingstoke, UK: Palgrave Macmillan.

Kogut, B., & Singh, H. (1998). The effect of national culture on the choice of entry mode. Journal of International Business Studies, 19(3), 411-432. Recuperado de https://doi.org/10.1057/palgrave.jibs.8490394

Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997. (1997). Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências. Brasília, DF. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9478.htm

Morales, E. (2006). Speech to the Parliament on January 31st, 2006. Recuperado de http://www.aporrea.org/internacionales/n72540.html

Nkomo, S. M., & Cox, T. (2006). Diversidade e identidade nas organizações. In S. R. Clegg, C. Hardy, & W. R. Nord (Eds.), Handbook de Estudos Organizacionais: Modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais (Vol. 1). São Paulo, SP: Atlas.

Rugman, M. (2009). The Oxford handbook of international business. Oxford, UK: Oxford Press.

Said, W. (1978) Orientalism. New York, NY: Vintage.

Smith, P. S. (1971). Bolivian Oil and Brazilian Economic Nationalism. Journal of Interamerican Studies and World Affairs, 13(2), 166-181. Recuperado de https://doi.org/10.2307/174677

Spivak, C. (1988). Can the subaltern speak? In G. Spivak (Ed.), Marxism and the Interpretation of Culture (pp. 271-233). UK: Macmillan Education.

Vilarino, R. C. (2006). Os Acordos de Roboré–Brasil, Bolívia e as questões do petróleo, desenvolvimento e dependência no final dos anos 1950 (Tese de Doutorado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP.

Wanderley, S., & Celano, A. (2018). Brazil–Bolivia and a horse trade: a postcolonial case within South America. Critical Perspectives on International Business, 14(4), 426-441. Recuperado de https://doi.org/10.1108/cpoib-11-2016-0048