Colonialismo na América Latina? Uma perspectiva pós-colonial sul-sul nas relações humanas de uma empresa brasileira na Bolívia
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O caso aborda a situação vivida por José, executivo, gerente de RH de uma empresa brasileira de óleo e gás na Bolívia. José sustenta seu trabalho de um ponto de vista humanístico único. No entanto, ao iniciar seu trabalho, ele se assusta com um diagnóstico cultural do ano anterior. Os colaboradores revelaram uma visão negativa do Brasil e da empresa, relacionada a uma história de dominação. Olhando para o desenho de um engenheiro boliviano durante as entrevistas, José pôde ver essa representação. Um participante desenhou um funcionário boliviano quando menino, preso por correntes a um adulto implacável que representava os gestores brasileiros. Como reagir a um desenho com uma expressão tão clara? Pela primeira vez, José se viu no lugar do opressor. Como brasileiro, ele estava acostumado a sentir o que é estar no papel de subordinado. Definitivamente, ele é desafiado a criar um plano de ação para lidar com a situação, mesmo enfrentando um chefe obstinado como a representação do adulto. Desta maneira, resta a indagação de qual seria uma solução que fizesse a diferença para todos os envolvidos e reduzisse essa assimetria. Assim, o caso permite aos alunos ter uma visão crítica da subalternidade envolvida nas questões de diferenças culturais nas operações internacionais de corporações multinacionais. Além disso, permitem elaborar soluções para questões relacionais no campo internacional, entre organização e colaboradores dentro do eixo Sul-Sul.
Downloads
Métricas
Detalhes do artigo
Cadernos EBAPE.BR compromete-se a contribuir com a proteção dos direitos intelectuais do autor. Nesse sentido:
- Adota a licença Creative Commoms BY (CC-BY) em todos os textos que publica, exceto quando houver indicação de específicos detentores dos direitos autorais e patrimoniais;
- Adota software de verificação de similaridade de conteúdo - plagiarismo (Crossref Similarity Check);
- Adota ações de combate ao plagio e má conduta ética, alinhada às diretrizes do Committee on Publication Ethics (COPE).
Mais detalhes do Código de Ética adotado pelo Cadernos EBAPE.BR podem ser visualizados em Normas Éticas e Código de Conduta.
Referências
Adler, N. J. (1997). International dimensions of organizational behavior. Cincinnati, OH: South-Western College Publishing.
Banerjee, S. B., & Linstead, S. (2001). Globalization, multiculturalism, and other fictions: colonialism for the new millennium? Organization, 8(4), 683-722. Recuperado de https://doi.org/10.1177/135050840184006
Banerjee, S. B., & Prasad, A. (2008). Introduction to the special issue on “Critical reflections on management and organizations: a postcolonial perspective”. Critical Perspectives on International Business 4(2/3), 90-98. Recuperado de https://doi.org/10.1108/17422040810869963
Bartlett, C. A., & Ghoshal, S. (2000). Going global: lessons from late movers. Harvard Business Review, 78, 132-142. Recuperado de https://hbr.org/2000/03/going-global-lessons-from-late-movers
Dunning, H., Kim, C., & Park, D. (2008). Old wine in new bottles: A comparison of emerging-market TNCs today and developed-country TNCs thirty years ago. In K. P. Sauvant (Ed.), The Rise of Transnational Corporations from Emerging Markets (Chap. 8). Cheltenham, UK: Edward Elgar Publishing.
Fletcher, R., & Bohn, R. (1998). The impact of psych distance in the internationalization of the Australian firm. Journal of Global Marketing, 12(2), 47-68. Recuperado de https://doi.org/10.1300/J042v12n02_04
Geppert, M., & Dörrenbächer, C. (2014). Politics and Power within Multinational Corporations: Mainstream Studies, Emerging Critical Approaches and Suggestions for Future Research. International Journal of Management Review, 16(2), 226-244. Recuperado de https://doi.org/10.1111/ijmr.12018
Jack, G. A., Calás, M. B., Nkomo, S. M., & Peltonen, T. (2008). Critique and International Management: An uneasy relationship? Academy of Management Review, 33(4), 870-884. Recuperado de https://doi.org/10.5465/amr.2008.34421991
Jack, G., & Westwood, R. (2009). International, and Cross-Cultural Management Studies: A Postcolonial Reading. Basingstoke, UK: Palgrave Macmillan.
Kogut, B., & Singh, H. (1998). The effect of national culture on the choice of entry mode. Journal of International Business Studies, 19(3), 411-432. Recuperado de https://doi.org/10.1057/palgrave.jibs.8490394
Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997. (1997). Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências. Brasília, DF. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9478.htm
Morales, E. (2006). Speech to the Parliament on January 31st, 2006. Recuperado de http://www.aporrea.org/internacionales/n72540.html
Nkomo, S. M., & Cox, T. (2006). Diversidade e identidade nas organizações. In S. R. Clegg, C. Hardy, & W. R. Nord (Eds.), Handbook de Estudos Organizacionais: Modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais (Vol. 1). São Paulo, SP: Atlas.
Rugman, M. (2009). The Oxford handbook of international business. Oxford, UK: Oxford Press.
Said, W. (1978) Orientalism. New York, NY: Vintage.
Smith, P. S. (1971). Bolivian Oil and Brazilian Economic Nationalism. Journal of Interamerican Studies and World Affairs, 13(2), 166-181. Recuperado de https://doi.org/10.2307/174677
Spivak, C. (1988). Can the subaltern speak? In G. Spivak (Ed.), Marxism and the Interpretation of Culture (pp. 271-233). UK: Macmillan Education.
Vilarino, R. C. (2006). Os Acordos de Roboré–Brasil, Bolívia e as questões do petróleo, desenvolvimento e dependência no final dos anos 1950 (Tese de Doutorado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP.
Wanderley, S., & Celano, A. (2018). Brazil–Bolivia and a horse trade: a postcolonial case within South America. Critical Perspectives on International Business, 14(4), 426-441. Recuperado de https://doi.org/10.1108/cpoib-11-2016-0048