E Mintzberg descobriu o Brasil: a internacionalização de um programa de mestrado executivo
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Esta pesquisa analisa o processo de internacionalização do International Master Program for Managers (IMPM) por meio de uma parceria estabelecida com uma Instituição de Ensino Superior brasileira. O IMPM foi concebido por Henry Mintzberg, em 1996, como um programa forte o suficiente para desafiar os programas tradicionais de MBA da América do Norte, uma vez que Mintzberg propõe que os “Managers, Not MBAs” devem prevalecer. É adotada uma perspectiva crítica para investigar se o IMPM privilegia o ponto de vista anglo-saxão ou não. A fim de atingir esse objetivo, foi utilizada uma abordagem qualitativa, com noventa e seis entrevistas em profundidade com docentes e diretores de ambas as instituições responsáveis pelo estabelecimento da parceria e pela realização do módulo Brasil do programa, neste artigo, nós abordamos oito dessas. O professor Henry Mintzberg está entre os entrevistados. Os resultados mostram que, apesar de todos os esforços para preservar as culturas locais, a lógica anglo-saxônica prevalece e existe um desequilíbrio entre a proposição inicial e os resultados. Há muitas questões inexploradas a serem resolvidas considerando essa estrutura e isso sugere que estudos futuros considerem e proponham o reconhecimento da produção local de conhecimento e da diversidade cultural como elementos-chave para o sucesso de parcerias internacionais.
Downloads
Métricas
Detalhes do artigo
Cadernos EBAPE.BR compromete-se a contribuir com a proteção dos direitos intelectuais do autor. Nesse sentido:
- Adota a licença Creative Commoms BY (CC-BY) em todos os textos que publica, exceto quando houver indicação de específicos detentores dos direitos autorais e patrimoniais;
- Adota software de verificação de similaridade de conteúdo - plagiarismo (Crossref Similarity Check);
- Adota ações de combate ao plagio e má conduta ética, alinhada às diretrizes do Committee on Publication Ethics (COPE).
Mais detalhes do Código de Ética adotado pelo Cadernos EBAPE.BR podem ser visualizados em Normas Éticas e Código de Conduta.
Referências
Alcadipani, R. (2017). Reclaiming sociological reduction: Analysing the circulation of management education in the periphery. Management Learning, 48(5), 535-551.
Alcadipani, R., & Faria, A. (2014). Fighting Latin American marginality in “international” business. Critical Perspectives on International Business, 10(1/2), 107-117.
Alcadipani, R., & Rosa, A. (2011). From global Management to glocal Management: Latin America Perspectives as a counter-dominant management epistemology. Canadian Journal of Administrative Sciences, 28(4), 453-466.
Alvesson, M., & Skoldberg, K. (2000). Reflexive Methodology: New Vistas for Qualitative Research. London, UK: Sage Publications.
Banerjee, S. (2017). Globalization and Human Rights: How Globalization Can Be a Tool to Protect the Human Rights. In C. Akrivopoulou (Ed.), Defending Human Rights and Democracy in the Era of Globalization (pp. 1-16). Hershey, PA: IGI Global.
Banerjee, S., & Linstead, S. (2004). Masking subversion: neocolonial embeddedness in anthropological accounts of indigenous management. Human Relations, 57(2), 221-247.
Celano, A. C., & Guedes, A. L. (2014). Impactos da globalização no processo de internacionalização dos programas de educação em gestão. Cadernos EBAPE.BR, 12(1), 45-61.
Clegg, S., Barrett, M., Clarke, T., Dwyer, L., Gray, J., Kemp, S. E., … Marceau, J. (2006). Management Knowledge for the Future: Innovation, Embryos and new Pardigms. In S. Clegg, G. Palmer (Eds.). The Politics of Management Knowledge (pp. 190-236). London, UK: Sage.
Clegg S., & Palmer, G. (1989). Introduction: Producing Management Kn, UKowledge. In S. Clegg, & G. Palmer (Eds.), The Politics of Management Knowledge (pp. 1-18). London: Sage.
Cummings, S. & Bridgman, T. (2016). The limits and possibilities of history: How a wider, deeper, and more engaged understanding of business history can foster innovative thinking. Academy of Management Learning & Education, 15(2), 250-267.
Cunliffe, A., & Linstead, S. (2009). Introduction: teaching from critical perspectives. Management Learning, 40(1), 5-9.
Czarniawska, B. (2008). A Theory of Organizing. Cheltenham, UK; Northampton.
Faria, A. (2011). Repensando redes estratégicas. Revista de Administração Contemporânea, 15(1), 84-102.
Fleming, P., & Spicer, A. (2007). Contesting the corporation: Struggle, power and resistance in organizations. Cambridge, UK: Cambridge University Press.
Fleming, P., & Spicer, A. (2014). Power in management and organization science. The Academy of Management Annals, 8(1), 237-298.
Held, D., MCgrew, H., Goldblatt, D., & Perraton, J. (1999). Global transformations: politics, economics and culture. Cambridge, UK: Polity Press.
Hurrell, A. (2010, janeiro). Brazil and the Global Order. Current History, 109(724), 60-66. Recuperado de https://doi.org/10.1525/curh.2010.109.724.60
Jick, T. D. (1979). Mixing qualitative and quantitative methods: triangulation in action. Administrative Science Quarterly, 24(4), 602-611.
Lofland, J., & Lofland, L. (1995). Analyzing Social Setting: A guide for qualitative observation and analysis. London, UK: Thomson.
Lukes, S. (2005). Power and the Battle for Hearts and Minds. Millennium, 33(3), 477-493.
Mignolo, W. D. (2011). The Global South and World Dis/Order. Journal of Anthropological Research, 67(2), 165-88.
Mignolo, W. D. (2017). Coloniality is far from over, and so must be decoloniality. Afterall: A Journal of Art, Context and Enquiry, 43(1), 38-45.
Miles, M. B., & Huberman, A. M. (1994). Qualitative Data Analysis. London, UK: Sage Publications.
Mintzberg, H. (2004). Managers not MBAs: A hard look at the soft practice of managing and management development. San Francisco, CA: Barrett-Koehler.
Mintzberg, H., & Gosling, J. (2002). Educating Managers beyond borders. Academy of Management Learning and Education, 1(1), 64-76.
Mir, R., & Mir, A. (2013). The colony writes back: Organization as an early champion of non-Western organizational theory. Organization, 20(1), 91-101.
Murphy, J., & Zhu, J. (2012). Neo-colonialism in the academy? Anglo- American domination in management journals. Organization, 19(6), 915-927.
Pfeffer, J. (2004) Managers not MBAs: A hard look at the soft practice of managing and management development. Administrative Science Quarterly, 49(3), 476-479.
Ramos, A. G. (1984). A redução sociológica (4th ed.). Rio de Janeiro, RJ: Tempo Brasileiro.
Santos, B. S. (2003). Reconhecer para libertar. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.
Santos, B. S. (2006). Globalizations. Theory Culture Society, 23(2- 3), 393-399.
Soudien, C. (2005). Inside but below: The puzzle of education in the global order. In J. Zajda (Ed.), International Handbook on Globalization, Education and Policy Research. Global Pedagogies. Amsterdam, The Netherlands: Springer.
Spink, P. (1999). Reforming the State: Managerial Public Administration in Latin America. London, UK: Lynne Rienner Publishers.
Tikly, L. (1999). Post-colonialism and comparative education. In: C. Soudien, P. Kallaway, & M. Breier (Eds.), Education, Equity and Transformation (pp. 603-621). Dordrecht, The Netherlands: Dordrecht Kluwer Academic Publishers.
Wanderley, S., & Barros, A. (2018). Decoloniality, geopolitics of knowledge and historic turn: towards a Latin American agenda. Management & Organizational History, 14(4), 1-19.
Zajda, J. (2005). Globalization, education and policy: changing paradigms. In J. Zajda (Ed.), International Handbook on Globalization, Education and Policy Research. Global Pedagogies. Amsterdam, The Netherlands: Springer.