Complexidade institucional no campo esportivo de Santos após implantação do Promifae

Conteúdo do artigo principal

Donald Veronico Alves da Silva
https://orcid.org/0000-0003-3953-6737
Patricia Maria E. Mendonça
https://orcid.org/0000-0002-5675-4261

Resumo

Este trabalho observou como a complexidade institucional aumentou no campo esportivo da cidade de Santos após a introdução do Programa Municipal de Incentivo Fiscal de Apoio ao Esporte (Promifae). Para tanto, realizou um levantamento de dados primários e secundários, baseado em análise documental e entrevistas semiestruturadas, com uma abordagem exploratório-descritiva. Como contribuição, esta análise demonstra que a implementação do programa revela ambiguidades e conflitos de lógicas institucionais já existentes no campo esportivo, bem como amplia o alcance da lógica de mercado, exigindo das organizações participantes novas demandas para equilibrar essas diferenças. Como implicações práticas, verifica-se que o município de Santos não usa a lei e os recursos públicos de forma planejada e alinhada a uma política pública. A despeito disso, os benefícios do Promifae no campo esportivo são muitos, e a gestão pública deve buscar sua ampliação e integração com políticas esportivas mais bem desenhadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
Silva, D. V. A. da, & Mendonça, P. M. E. (2021). Complexidade institucional no campo esportivo de Santos após implantação do Promifae. Cadernos EBAPE.BR, 19(Especial), 777–791. https://doi.org/10.1590/1679-395120200235
Seção
Artigos

Referências

Almeida, V., Vanucci, L. H., & Bastos, F. C. (2019). A lei de incentivo ao esporte no município de Santos-SP: aplicação e captação de recursos de 2010 a 2017. Revista Intercontinental de Gestão Esportiva, 9(1), 21-37.

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo, SP: Almedina.

Belem, M. P., & Donadone, J. C. (2013). A Lei Rouanet e a construção do “mercado de patrocínios culturais”. Norus, 1(1), 52-61.

Besharov, M. L., & Smith, W. K. (2014). Multiple institutional logics in organizations: explaining their varied nature and implications. Academy of Management Review, 39(3), 364-381.

Bracht, V. (2005). Sociologia crítica do esporte: uma introdução. Ijuí, RS: Editora Unijuí.

Bueno, L. (2008). Políticas públicas do esporte no Brasil: razões para o predomínio do alto rendimento (Tese de Doutorado). Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, RJ.

Cabral, B. F. (2010, abril 29). Leis de incentivo ao esporte atrelam arrecadação. Revista Consultor Jurídico. Recuperado de https://www.conjur.com.br/2010-abr-29/leis-incentivo-esporte-vinculam-beneficio-arrecadacao

Chelladurai, P. (2014). Managing organizations for sport and physical activity: a system perspective. Scottsdale, AZ: Holcomb Hathaway Publishers.

Cloutier, C., Denis, J. L., Langley, A., & Lamothe, L. (2016). Agency at the managerial interface: public sector reform as institutional work. Journal of Public Administration Research and Theory, 26(2), 259-276.

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. (1988). Constituição de República Federativa do Brasil. Brasília, DF. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Decreto nº 5.277, de 6 de fevereiro de 2009. (2009). Regulamenta a lei complementar nº 615, de 18 de dezembro de 2007, que institui o programa de incentivo fiscal de apoio ao esporte – PROMIFAE para realização de projetos esportivos, cria o certificado de incentivo específico, e dá outras providências. Diário Oficial de Santos.

Dimaggio, P., & Powell, W. (1991). The new institutionalism in organizational analysis. Chicago, IL: University of Chicago Press.

Ficheira, C. M. H. (2014). Projetos culturais: planos de comunicação, sustentabilidade e captadores de recursos no uso da Lei Rouanet. In Anais do Seminário Internacional de Políticas Culturais, Rio de Janeiro, RJ.

Friedland, R., & Alford, R. (1991). Bringing society back in symbols, practices, and institutional contradictions. In R. Friedland, & R. Alford (Eds.), The new institutionalism in organizational analysis. Chicago, IL: University of Chicago press.

Gammelsæter, H. (2010). Institutional pluralism and governance in “commercialized” sport clubs. European Sport Management Quarterly, 10(5), 569-594.

Gammelsæter, H., & Solenes, O. (2013). Money in – brains out? Institutional logics affecting athletes’ preparation for alternative careers. European Journal for Sport and Society, 10(3), 267-289.

Gibbs, G. (2009). Análise de dados qualitativos. Porto Alegre, RS: Artmed.

Greenwood, R., Raynard, M., Kodeih, F., Micelotta, E. R., & Lounsbury, M. (2011). Institutional complexity and organizational responses. Academy of Management Annals, 5(1), 317-371.

Kraatz, M., & Block, E. S. (2008). Organizational implications of institutional pluralism. In M. Kraatz, & E. S. Block (Eds.), The handbook of organizational institutionalism. Thousand Oaks, CA: Sage publications.

Lei complementar nº 229, de 13 de agosto de 1996. (1996). Autoriza o município a instituir a Fundação Pró-Esporte de Santos e dá outras providências. Diário Oficial de Santos.

Lei nº 710, de 5 de dezembro de 1990. (1990). Institui o Conselho Municipal de Esportes - CONESP, e dá outras providências. Registrada no livro competente. Departamento Administrativo da Secretaria de Assuntos Jurídicos.

Lei nº 2.351, de 21 de dezembro de 2005. (2005). Autoriza a Fundação Pró-Esporte de Santos a executar o Projeto “Adote um Atleta”, mediante a concessão de auxílio financeiro aos atletas que especifica e dá outras providências. Diário Oficial de Santos.

Lei nº 2.803, de 20 de dezembro de 2011. (2011). Disciplina o Conselho municipal de esportes - Comesp, e dá outras providências. Diário Oficial de Santos.

Lei nº 11.438, de 29 de dezembro de 2006. (2006). Dispõe sobre incentivos e benefícios para fomentar as atividades de caráter desportivo e dá outras providências. Diário Oficial da União – Seção 1 – 29/12/2006, Página 1.

Lei Orgânica do município de Santos/SP, de 5 de abril de 1990. (1990). Diário Oficial de Santos.

Leonard, W. M. (1998). A sociological perspective of sport. San Francisco, CA: Benjamin Cummings.

Linhales, M. A. (1996). A trajetória do esporte no Brasil: interesses envolvidos, setores excluídos (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG.

Meyer, R. E., & Hammerschmid, G. (2006). Administration in Austria. American Behavioral Scientist, 49(7), 1000-1014.

Miles, M., & Huberman, M. (1994). Qualitative data analysis: an expanded sourcebook. Thousand Oaks, CA: Sage Publications.

Pache, A. C., & Santos, F. (2010). When worlds collide: the internal dynamics of organizational responses to conflicting institutional demands. Academy of Management Review, 35(3), 455-476.

Senaux, B. (2011). Playing by the rules… but which ones? Sport, Business and Management – An International Journal, 1(3), 252-266.

Silva, A. H., & Fossá, M. I. T. (2015). Análise de conteúdo: exemplo de aplicação para análise de dados qualitativos. Qualitas – Revista Eletrônica, 16(1), 1-14.

Silva, D. S., Borges, C. N. F., & Amaral, S. C. F. (2015). Gestão das políticas públicas do Ministério do Esporte do Brasil. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 29(1), 65-79.

Thornton, P., & Ocasio, W. (2008). Institutional Logics. In P. Thornton, & W. Ocasio (Eds.), The Handbook of Organizational Institutionalism. Thousand Oaks, CA: Sage publications.

Thornton, P., Ocasio, W., & Lounsbury, M. (2012). The institutional logics perspective: a new approach to culture, structure and process. Oxford, UK: Oxford University Press.

Tubino, M. J. G., Garrido, F. A. C., & Tubino, F. M. (2007). Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. Rio de Janeiro, RJ: Senac RJ.

Vaney, D. (1955, dezembro 14). Qual o município mais esportivo do Brasil. A Tribuna.

Zietsma, C., Groenewegen, P., Logue, D. M., & Hinings, C. R. (2017). Field or fields? Building the scaffolding for cumulation of research on institutional fields. Academy of Management Annals, 11(1), 391-450.