Administração e indígenas no Brasil: conhecimento e interesse na pesquisa stricto sensu

Conteúdo do artigo principal

Eduardo Vivian da Cunha
https://orcid.org/0000-0001-8721-8835
Washington Jose de Sousa
https://orcid.org/0000-0001-6295-2806

Resumo

Apesar de relevante nos contextos histórico e atual, temas indígenas detêm limitada atenção no domínio da ciência administrativa no Brasil, fato que motivou a análise aqui sintetizada. A abordagem é de natureza epistemológica, sob a forma de sistematização de esforços intelectuais e produção do conhecimento na pesquisa acadêmica. Desse modo, o artigo objetiva delimitar categorias analíticas da pesquisa em temáticas indígenas, tomando como base interesse e conhecimento derivados da produção em nível de pós-graduação stricto sensu no Brasil, no domínio da ciência administrativa. Trata-se de revisão bibliográfica integrativa, ancorada em análise léxica com auxílio do software Iramuteq. O processamento das informações gerou quatro classes: “universidade e acesso de minorias ao ensino superior”, “terra e conflitos”, “organizações, gestão e sustentabilidade” e “organização sociopolítica indígena, Estado e políticas públicas”. As classes reúnem bases teóricas e empíricas, procedimentos de pesquisa, lócus e foco, com perfis não gerencialistas e abordagens sociológicas híbridas que se harmonizaram em interesses prático, técnico e emancipatórios à luz de Conhecimento e interesse, de Habermas, e de Círculo das matrizes epistêmicas, de Paes de Paula. Elas revelam diversidade nas escolhas epistemológicas da pesquisa em administração, em temas indígenas, com vieses hermenêutico, empírico-analítico e crítico.

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Como Citar
Cunha, E. V. da, & Sousa, W. J. de. (2022). Administração e indígenas no Brasil: conhecimento e interesse na pesquisa stricto sensu. Cadernos EBAPE.BR, 20(1), 20–34. https://doi.org/10.1590/1679-395120200189
Seção
Artigos

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