Henri Fayol e o método experimental de Claude Bernard

Conteúdo do artigo principal

Elcemir Paço Cunha
https://orcid.org/0000-0002-1978-0110

Resumo

O objetivo do artigo é analisar a relação entre o fayolismo e o método experimental de Claude Bernard, em que o próprio Fayol argumentou estar fundamentado para a elaboração de sua obra magna. A abordagem utilizada foi a história da ciência administrativa metodologicamente baseada na análise interna dos textos dos autores. A pesquisa sugere divergências entre o fayolismo e o método experimental, além de evidências do período do itinerário de Fayol, no qual teria, de fato e tardiamente, tomado contato direto com a obra de Bernard. A conclusão principal é que são fortes as evidências que sugerem que Fayol fez um estudo pouco sistemático de Bernard e só procedeu de fato ao estudo após 1916, ano de sua obra principal, de modo que não pôde ter praticado o método ao qual se disse aderente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
Cunha, E. P. (2022). Henri Fayol e o método experimental de Claude Bernard. Cadernos EBAPE.BR, 20(6), 851–862. https://doi.org/10.1590/1679-395120210245
Seção
Artigos

Referências

Aristóteles. (1984). Ética a Nicômaco. São Paulo, SP: Abril.

Baritz, J. H. (1960). The servants of power. Middletown, CT: Wesleyan University.

Bergson, H. (1969). La pensée et le mouvant: essais et coférences datant de 1903 à 1923. Paris, France: Les Presses Universitaires de France.

Bergson, H. (2012). Le bon sens ou l’esprit français. Paris, France: Arthème Fayard.

Bernard, C. (1949). An introduction to the study of experimental medicine. New York, NY: Henry Schuman Inc.

Bernard, C. (1865). Introduction a l’etude de la médicine expérimentale. Paris, France: J. B. Bailliére et Fils.

Breeze, J. D. (2002). A discussion of the translation of some of Fayol’s important concepts. In M. C. Wood, & J. C. Wood (Eds.), Henri Fayol: critical evaluations in businesses and management (pp. 79-101). London, UK: Routledge.

Brongniart, C. (1893). Faune entomologique. Études sur le terrain houiller de Commetry (Vol. 3). Paris, France: Imprimerie Théolier et Cie.

Bunge, M. (2006). Chasing reality: strife over realism. Toronto, ON: University of Toronto Press.

Cannon, W. B. (1932). The wisdom of the body. New York, NY: W. W. Norton.

Cardoso, C. F., & Brignoli, H. (1983). Os métodos da história (3a ed.). São Paulo, SP: Graal.

Coraiola, D. M., Barros, A., Maclean, M., & Foster, W. M. (2021). História, memória e passado em estudos organizacionais e de gestão. Revista de Administração de Empresas, 61(1), e00000002. Recuperado de https://doi.org/10.1590/S0034-759020210102

Carrion, R. (1977). A ideologia médico-social no sistema de A. Comte (Cadernos do IFCH-UFRGS, n. 1). Porto Alegre, RS: UFRGS.

Fayol, H. (1918). Notice sur les travaux scientifiques et techniques. Paris, France: Gauthier-Villars e Cia. Éditeurs.

Fayol, H. (1921). L’incapacité industrielle de l’Etat: les P.T.T. Revue Politique et Parlementaire: Questions Politiques, Sociales et Législatives. Recuperado de https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k141770

Fayol, H. (1927a). Préface à l’Eveil de l’esprit public. In Bulletin de la Société de l’Industrie Minérale (Vol. 4). Paris, France: Dunod.

Fayol, H. (1927b). L’administration positive dans l’industrie. In Bulletin de la Société de l’Industrie Minérale (Vol. 4). Paris, France: Dunod.

Fayol, H. (1927c). De l’importance de la fonction adminsitrative dans le gouvernement des affairs. In Bulletin de la Société de l’Industrie Minérale (Vol. 4). Paris, France: Dunod.

Fayol, H. (1931). Administration industrielle et générale. Paris, France: Dunod.

Fayol, H. (1964). Administração industrial e geral (5a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Atlas.

Fayol, H. (1966). La doctrine administrative dans l’Etat. International Review of Administrative Sciences, 32(2), 114-133. Recuperado de https://doi.org/10.1177/002085236603200204

Henderson, L. (1935). Pareto’s general sociology: a physiologist’s interpretation. Cambridge, MA: Harvard University Press.

Henderson, L. (1949). An introduction to the study of experimental medicine. New York, NY: Henry Schuman Inc.

Henderson, L., Whitehead, T. N., & Mayo, E. (1937). The effects of social environment. In L. Gulick, & L. Urwick (Eds.), Papers on the science of administration. New York, NY: Columbia University.

Heyl, B. S. (1968). The Harvard “Pareto circle”. Journal of the History of the Behavioral Sciences, 4(4), 316-34. Recuperado de https://doi.org/10.1002/1520-6696(196810)4:4<316::AID-JHBS2300040403>3.0.CO;2-Z

March, J. G., & Simon, H. A. (1970). Teoria das organizações (2a ed.). Rio de Janeiro, RJ: FGV.

Morgan, G. (1996). Imagens da organização (4a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Atlas.

Paço-Cunha, E. (2015). Continuidade Hegel-Marx? Solução especulativa em burocracia e ideologia para a relação entre estado e sociedade no modo de produção asiático. Cadernos EBAPE.BR, 13(3), 493-515. Recuperado de https://doi.org/10.1590/1679-395116965

Paço-Cunha, E. (2018). Ontogênese e formas particulares da função de direção: introdução aos fundamentos históricos para a crítica marxista da administração. In E. Paço-Cunha, & D. Ferraz (Eds.), Crítica marxista da administração: fundamentos. São Paulo, SP: Rizoma.

Paço-Cunha, E. (2020). Gênese do taylorismo como ideologia: acumulação, crise e luta de classes. Organizações & Sociedade, 27(95), 674-704. Recuperado de https://doi.org/10.1590/1984-9270953

Paço-Cunha, E. (2021). Henri Fayol na encruzilhada da terceira via: organização da grande corporação e conflito social na forja do ideário fayolista. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa, 20(2), 233- 261. Recuperado de https://doi.org/10.21529/RECADM.2021008

Paço-Cunha, E., & Guedes, L. T. (2016). Teoria das relações humanas como ideologia na particularidade brasileira (1929-1963). Farol – Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, 3(8), 957-1018. Recuperado de https://doi.org/10.25113/farol.v3i8.3783

Peaucelle, J. L. (2000). Henri Fayol et la recherche-action. Gérer & Comprendre. Annales Des Mines. Recuperado de http://www.annales.org/gc/2000/gc12-2000/73-87.pdf

Peaucelle, J. L., & Gutherie, C. (2013). Henri Fayol. In M. Witzel, & M. Warner (Eds.), The Oxford handbook of management theorists. Oxford, UK: Oxford University Press.

Pseudo-Xenofonte. (2012). A Constituição dos atenienses. Coimbra, Portugal: Universidade de Coimbra.

Renault, M. B., & Zeiller, R. (1888). Flore fossile. Études sur le terrain houiller de Commetry (Vol. 10). Paris, France: Imprimerie Théolier et Cie.

Russett, C. E. (1966). The concept of equilibrium in American social thought. New Haven, CT: Yale University Press.

Vanuxem, P. (1927). Introduction théorique et pratique a l’etude de l’administration experimentale. In Bulletin de la Société de l’Industrie Minérale (Vol. 4). Paris, France: Dunod.

Verney, H. (1925). Le caractère de la doctrine administrative et son expansion. In Le fondateur de la doctrine administrative. discours prononcés au banquet du 7 juin 1925: résumé de la doctrine administrative/étude de M. Henri Verney. Paris, France: Dunod.

Virtanen, R. (1960). Claude Bernard and his place in the history of ideas. Lincoln, NE: University of Nebraska Press.