Compliance e isomorfismo mimético da Lei Anticorrupção nos estados brasileiros

Conteúdo do artigo principal

Sander José Couto da Silva
https://orcid.org/0009-0006-4304-5884
Antônio Carlos Brunozi Júnior
https://orcid.org/0000-0001-9372-6246

Resumo

Este trabalho teve como objetivo discutir a ocorrência do isomorfismo mimético de práticas de compliance, por meio da Lei Anticorrupção, nos estados brasileiros, principalmente considerado a responsabilização administrativa, a compliance público e a exigibilidade de compliance nos contratos com o setor privado. Para tanto, houve a utilização da Teoria Institucional, com a abordagem sociológica e o pressuposto do isomorfismo. Metodologicamente, houve a utilização da pesquisa documental, por meio de documentos que contemplassem ações anticorrupção nos estados brasileiros. As categorias de análises, foram baseadas nos conteúdos de responsabilização e compliance nos contextos de relacionamentos público e privado. Os principais resultados encontrados aludiram a indícios de isomorfismo mimético dos estados em relação à União, e entre os próprios entes subnacionais. Com os resultados, este estudo diferenciou-se dos demais em apresentar o cenário de adoção de práticas de compliance nos estados. As contribuições encontradas foram: teóricas – à similaridade do ambiente institucional brasileiro em adotar normativas; práticas – o esclarecimento de que os estados possuem ações para combater à corrupção.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
DA SILVA, S. J. C.; BRUNOZI JÚNIOR, A. C. Compliance e isomorfismo mimético da Lei Anticorrupção nos estados brasileiros. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, São Paulo, v. 29, p. e90353 , 2023. DOI: 10.12660/cgpc.v29.90353. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/cgpc/article/view/90353. Acesso em: 3 jul. 2024.
Seção
Brasil Contemporâneo

Referências

Berger, P. L., & Luckmann, T. (1964). A construção social da realidade (29a ed.). Editora Vozes.

Boxenbaum, E., & Jonsson, S. (2017). Isomorphism, diffusion and decoupling: Concept evolution and theoretical challenges. In C. R. Greenwood, T. B. Oliver, R. Lawrence, & E. Meyer (Eds.), The SAGE handbook of organizational institutionalism (2nd ed., pp. 77-101). Sage. DOI: https://doi.org/10.4135/9781446280669.n4

Castro, P. R., Amaral, J. V., & Guerreiro, R. (2019). Aderência ao programa de integridade da lei anticorrupção brasileira e implantação de controles internos. Revista Contabilidade & Finanças, 30(80), 186-201. https://doi.org/10.1590/1808-057x201806780 DOI: https://doi.org/10.1590/1808-057x201806780

Coimbra, M. A., & Manzi, V. A. (2010). Manual de compliance: Preservando a boa governança e integridade das organizações. Atlas.

Controladoria-Geral da União. (2023). Lei Anticorrupção. https://www.gov.br/corregedorias/pt-br/assuntos/painel-de-responsabiliza cao/responsabilizacao-entes-privados

Decreto n. 11.129, de 11 de julho de 2022. (2022). Regulamenta a Lei n. 12.846, de 1 de agosto de 2013. Brasília, DF.

Dimaggio, P. J., & Powell, W. W. (1991). The new institutionalism in organizational analysis. University of Chicago Press.

Dimaggio, P. J., & Powell, W. W. (2005). A Gaiola de Ferro revisitada: Isomorfismo institucional e racionalidade coletiva nos campos organizacionais. Revista de Administração de Empresas-RAE, 45(2), 75-89. https://periodicos.fgv.br/rae/article/view/37123

Gercwolf, S. (2019). Compliance na administração pública federal: Instrumento de governança, gestão de riscos e sustentabilidade (Dissertação de mestrado, Fundação Mackenzie, São Paulo, SP).

Glock, J. O. (2016). A relação entre compliance e o sistema de controle interno na administração pública. https://joseglock.jusbrasil.com.br/artigos/524978109/a-relacao-entre-compliance-e-o-sistema-de-controle-interno-na-administracao-publica

Guimarães, G. A. (2023). Lei Anticorrupção e os programas de integridade: Lei nº 12.846/2013. In R. Biason & R. Livianu (Org.), Doze leis de combate à corrupção: Hércules em terras brasileiras (pp. 171-195). Mackenzie.

Hannan, M. T., & Freeman, J. (1977). The population ecology of organizations. American Journal of Sociology, 82(5), 929-964. https://www.jstor.org/stable/2777807 DOI: https://doi.org/10.1086/226424

Kovtunin, L. C. O., Lima, K. K., Bezerra, M. M. M., & Santos, R. R. (2019). Programas de compliance no setor público: Instrumento de combate à corrupção e incentivo à transparência. São Luís Orione, 2(14), 108-120. https://seer.catolicaorione.edu.br/index.php/revistaorione/article/view/139

Lei n. 12.846, de 1o de agosto de 2013. (2013). Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências. Brasília, DF.

Mesquita, C. (2019). O que é compliance público? Partindo para uma Teoria Jurídica da Regulação a partir da Portaria nº 1089 (25 de abril de 2018) da Controlaria-Geral da União (CGU). Journal of Law and Regulation, 5(1), 147-182. https://periodicos.unb.br/index.php/rdsr/article/view/20587

Meyer, J. W., & Rowan, B. (1977). Institutionalized organizations: Formal structure as myth and ceremony. The University of Chicago Press, 83(2), 340-363. https://www.jstor.org/stable/2778293 DOI: https://doi.org/10.1086/226550

Michener, G., & Bersch, K. (2013). Identifying transparency. Information Polity, 18(3), 233-242. https://doi.org/10.3233/IP-130299 DOI: https://doi.org/10.3233/IP-130299

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. (2018). Integridade pública. Paris, France. http://www.oecd.org/gov/ethics/ recommendation-public-integrity/

Ritt, C. F., & Oliveira, C. M. (2018). Esforços internacionais no combate à corrupção: Influência no ordenamento jurídico brasileiro. Anais do Seminário Nacional Demandas Sociais e Políticas Públicas na Sociedade Contemporânea.

Rose-Ackerman, S. (2009). Economía política de las raíces de la corrupción: Investigación y políticas públicas. In I. E. Sandoval (Coord.), Corrupción y transparencia: Debatiendo las fronteras entre Estado, mercado y sociedad (pp. 13-33). Siglo XXI, UNAM, Instituto de Investigaciones Sociales.

Rose-Ackerman, S., & Palifka, B. J. (2016). Corruption and government: Causes, consequences, and reform. Cambridge University Press. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9781139962933

Santano, A. C. (2015). Uma introdução ao estudo da corrupção política nas sociedades democrática dentro do paradigma do estado de direito. Paraná Eleitoral, 4(1), 123-138. https://doi.org/10.5380/pr_eleitoral.v4i1.42813 DOI: https://doi.org/10.5380/pr_eleitoral.v4i1.42813

Schramm, F. S. (2018). O compliance como instrumento de combate à corrupção no âmbito das contratações públicas (Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC).

Tolbert, P. S., & Zucker, L. G. (1996). The institutionalization of institutional theory. In S. R. Clegg, C. Hardy, & W. R. Nord (Eds.), Handbook of organization studies (pp. 175-190). Sage.

Veríssimo, C. (2017). Compliance: Incentivo à adoção de medidas anticorrupção. SaraivaJur.

Zuccolotto, R., Teixeira, M. A. C., & Riccio, E. L. (2015). Transparência: Reposicionando o debate. Revista Contemporânea de Contabilidade, 12(25), 137-158. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2015v12n25p137 DOI: https://doi.org/10.5007/2175-8069.2015v12n25p137