Privatização e enfrentamento: elementos integradores e desintegradores da resistência coletiva

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Marcia Prezotti Palassi

Resumo

Este artigo discute as estratégias usadas pelos trabalhadores para enfrentar a notícia de municipalização privatizada e redução de cerca de 80% do pessoal de uma empresa do setor de saneamento capixaba. Com base em 310 questionários anônimos, correspondentes a 24,6% do total de trabalhadores em agosto de 1997, constatou-se que a situação era considerada estressante, com opiniões contra e a favor da rede de relações sociais. A atuação do sindicato era julgada desfavorável ao trabalhador, havendo 24,5% de desfiliações. Os trabalhadores optavam, primeiro, pelo planejamento para a solução do conflito e para o desemprego, bem como pelo desabafo. Em seguida, partiam para a reavaliação, autocontrole, fuga e auto-responsabilização. A proposta foi avaliada como ilegítima, mas as dificuldades no enfrentamento apontaram duas tendências: aceitação da privatização como alternativa para acabar com o conflito; acomodação alimentada pelo fatalismo, que, associada à crise do sindicato e ao individualismo, mina resistências coletivas e organizadas.

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Como Citar
Palassi, M. P. (2002). Privatização e enfrentamento: elementos integradores e desintegradores da resistência coletiva. Revista De Administração Pública, 36(3), 433 a 461. Recuperado de https://periodicos.fgv.br/rap/article/view/6446
Seção
Artigos

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