Moedas complementares digitais e políticas públicas durante a crise da COVID-19

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Lauro Gonzalez
Adrian Kemmer Cernev
Marcelo Henrique de Araujo
Eduardo H. Diniz

Resumo

Programas de renda básica têm sido utilizados em todo o mundo como uma ferramenta para mitigar os efeitos adversos da crise da COVID-19. No Brasil, a implementação de iniciativas federais de renda básica emergencial (RBE) enfrenta um duplo desafio: a logística de distribuição de dinheiro e os critérios de elegibilidade dos cidadãos. No entanto, iniciativas de moedas complementares existem há muitos anos no Brasil, estando associadas especialmente aos bancos comunitários, os quais operam no nível local e possuem conhecimento mais aprofundado sobre as necessidades dos moradores. Este artigo analisa o uso de moedas digitais complementares no enfrentamento de desafios de distribuição de renda. Apresentamos o caso da moeda complementar digital Mumbuca E-Dinheiro, adotada pelo município de Maricá (RJ). Discutimos como esta iniciativa permitiu a distribuição de renda de forma rápida e segura com o objetivo de mitigar os efeitos da pandemia da COVID-19 no Brasil. Sugerimos que, no momento atual, a RBE poderia ser paga através do E-dinheiro, começando pelos municípios nos quais ele já atua e depois se expandindo para os demais. A interoperabilidade com outros atores do ecossistema de pagamentos e articulações com governos locais são medidas adicionais para dar escala ao uso das moedas complementares digitais no combate à crise do coronavírus.

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Como Citar
Gonzalez, L., Cernev, A. K., Araujo, M. H. de, & Diniz, E. H. (2020). Moedas complementares digitais e políticas públicas durante a crise da COVID-19. Revista De Administração Pública, 54(4), 1146–1160. Recuperado de https://periodicos.fgv.br/rap/article/view/81909
Seção
Vulnerabilidade socioeconômica e estratégias de superação