Accounting inscriptions for the exercise of organizational power: The case of the slave emancipation fund in Brazil

Main Article Content

Adriana Rodrigues Silva
Angelica Vasconcelos
Thais Alves Lira

Abstract

O objetivo desta pesquisa é analisar como o poder organizacional pode ser exercido sobre populações específicas por meio das inscrições contábeis. A metodologia de pesquisa é baseada em um estudo de caso e pesquisa de arquivo. O estudo de caso do Fundo de Emancipação teve como base de análise a legislação, documentos de arquivo e notícias de jornais. Quanto à abordagem adotada, este artigo utiliza o conceito da governamentalidade para a condução de uma análise interpretativa dos dados. Os resultados demonstram que o uso das inscrições contábeis permitiu o controle territorial e da arrecadação de quantias para a constituição das quotas municipais do Fundo de Emancipação, a supervisão dos senhores, e estabeleceu critérios de seleção para a alforria de escravos considerados “dignos de liberdade”, mantendo, dessa forma, o controle sobre a transição gradual do trabalho escravo para o trabalho assalariado.

Downloads

Download data is not yet available.

Metrics

Metrics Loading ...

Article Details

How to Cite
SILVA, A. R.; VASCONCELOS, A.; LIRA, T. A. Accounting inscriptions for the exercise of organizational power: The case of the slave emancipation fund in Brazil. RAE - Revista de Administracao de Empresas , [S. l.], v. 61, n. 1, p. 1–14, 2021. DOI: 10.1590/S0034-759020210106. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/rae/article/view/82185. Acesso em: 4 jul. 2024.
Section
Forum

References

Andon, P., Baxter, J., & Chua, W. F. (2003). Management accounting inscriptions and the post-industrial experience of organizational control. In A. Bhimani (Ed.), Management accounting in the digital economy. Oxford, UK: Oxford University Press.

Baronov, D. (2000). The abolition of slavery in Brazil: The “liberation” of Africans through the emancipation of capital (17th ed.). London, UK: Greenwood Press.

Bethell, L. (1976). A abolição do tráfico de escravos no Brasil, 1807-1869. Rio de Janeiro, RJ: Expressão Cultural.

Boedker, C., Chong, K.-M., & Mouritsen, J. (2019). The counter-performativity of calculative practices: Mobilising rankings of intellectual capital. Critical Perspectives on Accounting. Advanced online publications. doi: 10.1016/j.cpa.2019.102100

Braun, V., & Clarke, V. (2006). Using thematic analysis in psychology. Qualitative research in psychology, 3(2), 77-101. doi: 10.1191/1478088706qp063oa

Campello, A. B. (2018). Manual jurídico da escravidão: Império do Brasil. São Paulo, SP: Paco Editorial.

Carmona, S. (2017). Accounting history research: Scope, topics and agenda. Revista Contabilidade & Finanças, 28(75), 321-325. doi: 10.1590/1808-057x201790210

Carnegie, G. D., & Napier, C. J. (1996). Critical and interpretive histories: Insights into accounting’s present and future through its past. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 9(3), 7-39. doi: 10.1108/09513579610121956

Carr, D. (1986). Narrative and the real world: An argument for continuity. History and Theory, 25(2), 117-131. doi: 10.2307/2505301

Chalhoub, S. (1990). Visões da liberdade: Uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo, SP: Companhia das Letras.

Corvellec, H., Ek, R., Zapata, P., & Campos, M. J. Z. (2018). Acting on distances: A topology of accounting inscriptions. Accounting, Organizations and Society, 67, 56-65. doi: 10.1016/j.aos.2016.02.005

Cuganesan, S. (2008). Calculating customer intimacy: Accounting numbers in a sales and marketing department. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 21(1), 78-103. doi: 10.1108/09513570810842331

Dauwe, F. (2004). A libertação gradual e a saída viável: Os múltiplos sentidos da liberdade pelo fundo de emancipação de escravos (Tese de doutorado, Universidade Federal Fluminense). Recuperado de http://www.historia.uff.br/stricto/td/456.pdf

Dean, M. (2010). Governmentality: Power and rule in modern society (2nd ed.). London, UK: SAGE.

Decker, S. (2013). The silence of the archives: Business history, post-colonialism and archival ethnography. Management & Organizational History, 8(2), 155-173. doi: 10.1080/17449359.2012.761491

Decreto nº 5. 135 de 13 de novembro de 1872 (1872). Coleção de Leis do Império do Brasil. Rio de Janeiro, RJ: Typographia Nacional.

Diab, A. A. (2019). The appearance of community logics in management accounting and control: Evidence from an Egyptian sugar beet village. Critical Perspectives on Accounting. doi:10.1016/j.cpa.2019.04.005

Espejo, C. Á. D., Sánchez-Matamoros, J. B., & Fenech, F. C. (2002). Accounting and control in the founding of the New Settlements of Sierra Morena and Andalucia, 1767-72. European Accounting Review, 11(2), 419-439. doi: 10.1080/09638180220145678

Ezzamel, M. (2009). Order and accounting as a performative ritual: Evidence from ancient Egypt. Accounting, Organizations and Society, 34(3-4), 348-380. doi: 10.1016/j.aos.2008.07.004

Ezzamel, M., Lilley, S., & Willmott, H. (2004). Accounting representation and the road to commercial salvation. Accounting, Organizations and Society, 29(8), 783-813. doi: 10.1016/j.aos.2003.10.004

Fausto, B. A. (1996). História do Brasil (12a ed.). São Paulo, SP: Universidade de São Paulo.

Foucault, M. (1991). Governmentality. In G. Burchell, C. Gordon, & P. Miller (Eds.), The Foucault effect: Studies in governmentality (pp. 87-104). Chicago, USA: The University of Chicago Press.

Gill, M. J., Gill, D. J., & Roulet, T. J. (2018). Constructing trustworthy historical narratives: Criteria, principles and techniques. British Journal of Management, 29(1), 191-205. doi: 10.1111/1467-8551.12262

Gomes, D., Carnegie, G. D., Napier, C. J., Parker, L. D., & West, B. (2011). Does accounting history matter? Accounting History, 16(4), 389-402. doi: 10.1177/1032373211417993

Jones, M. J. (2009). Origins of medieval Exchequer accounting. Accounting, Business and Financial History, 19(3), 259-285. doi: 10.1080/09585200802667147

Kasabov, E., & Sundaram, U. (2014) An institutional account of governance structures in early modern business history: The Coventry business (hi)story. Business History, 56(4), 592-622. doi: 10.1080/00076791.2013.837888

Kipping, M., Wadhwani, R. D., & Bucheli, M. (2014). Analyzing and interpreting historical sources: A basic methodology. In M. Bucheli & R. D. Wadhwani (Ed.), Organizations in Time: History, Theory, Methods. (pp. 305-329). Oxford, UK: Oxford University Press.

Klein, H. S., & Luna, F. V. (2009). Slavery in Brazil. Cambridge, UK: Cambridge University Press.

Lage, M. C., & Godoy, A. S. (2008). O uso do computador na análise de dados qualitativos: Questões emergentes. Revista de Administração Mackenzie, 9(4), 75-98. doi: 10.1590/S1678-69712008000400006

Latour, B. A. (1987). Science in action (1st ed.). Cambridge, UK: Harvard University Press.

Latour, B. A. (1988). Relativistic account of Einstein’s relativity: Social studies of science (18th ed.). London, UK: SAGE.

Latour, B. A., & Woolgar, S. (2013). Laboratory life: The construction of scientific facts. New Jersey, USA: Princeton University Press.

Lei de 7 de novembro de 1831. (1831). Declara livres todos os escravos vindos de fora do Império, e impõe penas aos importadores dos mesmos escravos. Coleção de Leis do Império do Brasil. Rio de Janeiro, RJ: Typographia Nacional.

Lei nº 556, de 25 de junho de 1850 (1850). Codigo Commercial do Imperio do Brasil. Coleção das Leis do Império do Brasil, vol. 1, parte 1. Rio de Janeiro: Typographia Nacional.

Lei nº 581, de 4 de setembro de 1850. (1850). Estabelece medidas para a repressão do tráfico de africanos neste Império. Coleção de Leis do Império do Brasil. Rio de Janeiro, RJ: Typographia Nacional.

Lei no 2.040, de 28 de setembro de 1871. (1872). Sobre o estado servil e decretos regulando a sua execução. São Paulo, SP: Typ. Americana. Recuperado de https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/4223

Maclean, M., Harvey, C., & Clegg, S.R. (2016). Conceptualizing historical organization studies. Academy of Management Review, 41, 609-632. doi: 10.5465/amr.2014.0133

Maclean, M., Harvey, C., & Clegg, S.R. (2017). Organization theory in business and management history: Current status and future prospects. Business History Review, 91, 457-481. doi: 10.1017/S0007680517001027

Malheiros, A. M. P. (1866). A escravidão no Brasil ensaio histórico-jurídico-social. Rio de Janeiro, RJ: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais.

Mello, M. L., Filho. (1876, dezembro 15). Expediente do Governo. Jornal do Pará: Órgão official. Recuperado de http://memoria.bn.br/DocReader/219339/10117

Meyer, J. W. (1986). Social environments and organizational accounting. Accounting, Organizations and Society, 11(4/5), 345-356. doi: 10.1016/0361-3682(86)90006-1

Miller, P. (1990). On the interrelations between accounting and the state. Accounting, Organizations and Society, 15(4), 315-338. doi: 10.1016/0361-3682(90)90022-M

Miller, P. (1991). Accounting innovation beyond the enterprise: Problematizing investment decisions and programming economic growth in the U.K. in the 1960s. Accounting, Organizations and Society, 16(8), 733-762. doi: 10.1016/0361-3682(91)90022-7

Miller, P., & Napier, C. J. (1993). Genealogies of calculation. Accounting, Organizations and Society, 18(7/8), 631-647. doi: 10.1016/0361-3682(93)90047-A

Ministério da Fazenda. (1874). Proposta e relatório apresentados à Assemblea Geral Legislativa na terceira sessão da décima quinta legislatura pelo ministro e secretário de estado dos negócios da fazenda, Visconde do Rio Branco. Rio de Janeiro, RJ: Typographia Nacional. Recuperado de http://ddsnext.crl.edu/titles/106

Neu, D. (2000a). Accounting and accountability relations: Colonization, genocide and Canada’s first nations. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 13(3), 268-288. doi: 10.1108/09513570010334126

Neu, D. (2000b). Presents for the Indians: Land, colonialism and accounting in Canada. Accounting, Organizations and Society, 25(2), 163-184. doi: 10.1016/s0361-3682(99)00030-6

Neves, P. M. (2014). Liberdade sem sustos, nem inquietações: Significados e sentidos do fundo de emancipação no Grão-Pará (1871-1888) (Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Pará). Recuperado de http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/6755

Parker, L. D. (2019). Qualitative management accounting research: Assessing deliverables and relevance. Critical Perspective on Accounting, 23(1), 54-70. doi: 10.1016/j.cpa.2011.06.002

Pinheiro, J. P. X. (1880, junho 20). Fundo de Emancipação. Publicador Maranhense. Recuperado de http://memoria.bn.br/docreader/720089/28866

Power, M. (1992). After calculation? Reflections on critique of economic reason by André Gorz. Accounting, Organizations and Society, 17(5), 477-499. doi: 10.1016/0361-3682(92)90043-R

Robson, K. (1992). Accounting numbers as “inscription”: Action at a distance and the development of accounting. Accounting, Organizations and Society, 17(7), 685-708. doi: 10.1016/0361-3682(92)90019-O

Rose, N., & Miller, P. (1992). Political power beyond the State: Problematics of government. The British Journal of Sociology, 43(2), 173-205. doi: 10.2307/591464

Sanchez-Matamoros, J. B., Gutiérrez, F., Espejo, C. Á. D., & Fenech, F. C. (2005). Govern(mentality) and accounting: The influence of different enlightenment discourses in two spanish cases (1761-1777). ABACUS, 41(2), 181-210. doi: 10.4324/9781315164724

Sangster, A. (2016). The genesis of double entry bookkeeping. Accounting Review, 91(1), 299-315. doi: 10.2308/accr-51115

Santana, J. P., Neto. (2012). A alforria nos termos e limites da lei: O fundo de emancipação na Bahia (1871-1888) (Tese de doutorado, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA). Recuperado de http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11621

Santana, J. P., Neto. (2018). Sociedade, indenização e liberdade precária: Os meandros burocráticos do fundo de emancipação de escravos (São Francisco do Conde-BA) (Tese de doutorado, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP). Recuperado de http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/332226

Sargiacomo, M. (2009). Accounting for the “good administration of justice”: The Farnese State of Abruzzo in the sixteenth century. Accounting History, 14(3), 235-267. doi: 10.1177/1032373209335290

Soares, C. A. (1847). Memória para melhorar a sorte de nossos escravos. Rio de Janeiro, RJ: Typ. Imparcial de Francisco de Paula Brito. Recuperado de https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/4499

Silva, A. R., Rodrigues, L. L., & Sangster, A. (2019). Accounting as a tool of State governance: The tutelage system of ‘Free Africans’ in Brazil between 1818 and 1864. Accounting History, 24(3), 383-401. doi: 10.1177/1032373218809519

Teixeira, H. M. (2014). Entre a escravidão e a liberdade: As alforrias em Mariana-MG no século XIX (1840-1888). Afro-Ásia, 50, 45-92. doi: 10.1590/0002-05912014v50hel45

Teixeira, H. M. (2016). Pelos serviços prestados: O perfil do escravo alforriado em Mariana no período 1840-1888. Estudos Econômicos (São Paulo), 46(1), 127-159. doi: 10.1590/0101-416146114hmt

Yamey, B. S. (2005). The historical significance of double-entry bookkeeping: Some non-Sombartian claims. Accounting, Business & Financial History, 15(1), 77-88. doi: 10.1080/09585200500033089