Decisões corporativas em grupo: Uma abordagem comportamental
Conteúdo do artigo principal
Resumo
É comum que decisões organizacionais importantes sejam tomadas em grupo. Nas instituições financeiras, não raro, as concessões de crédito são decididas em comitês. Na esfera governamental, decisões fundamentais, tais como a definição da taxa de juros básica da economia, também são tomadas em colegiado. Nas grandes empresas privadas, o conselho de administração (CA) está no topo da hierarquia organizacional e tem a palavra final sobre estratégias de investimento, financiamento e fusões e aquisições. Todavia, as peculiaridades do processo decisório grupal são largamente ignoradas na literatura de finanças, efetivamente tratando-se o coletivo como se fosse um indivíduo. Por exemplo, as pesquisas no campo de finanças corporativas comportamentais enfatizam os processos cognitivos e vieses do decisor individual e dão pouca atenção a como esses processos interagem para produzir a decisão do grupo (para uma revisão dessa literatura, vide Baker & Wurgler, 2013). Neste ensaio, apresento, de maneira concisa e seletiva, o estado atual da discussão multidisciplinar emergente sobre o processo decisório em pequenos grupos, com ênfase em seus aspectos comportamentais. Primeiramente, abordo as vantagens e dificuldades da decisão em grupo em comparação com a decisão individual. Em seguida, apresento contribuições recentes que mostram como a qualidade da decisão do grupo depende do contexto e como pequenas alterações do ambiente decisório podem ter consequências relevantes.
Downloads
Métricas
Detalhes do artigo
A RAE compromete-se a contribuir com a proteção dos direitos intelectuais do autor. Nesse sentido:
- adota a licença Creative Commoms BY (CC-BY) em todos os textos que publica, exceto quando houver indicação de específicos detentores dos direitos autorais e patrimoniais;
- adota software de detecção de similaridades;
- adota ações de combate ao plagio e má conduta ética, alinhada às diretrizes do Committee on Publication Ethics (COPE)
Referências
Ariely, D., Au, W. T., Bender, R. H., Budescu, D. V., Dietz, C. B., Gu, H., … Zauberman, G. (2000). The effects of averaging subjective probability estimates between and within judges. Journal of Experimental Psychology: Applied, 6(2), 130-147. doi:10.1037//1076-898X.6.2.130
Aydogan, G., Jobst, A., D’Ardenne, K., Müller, N., & Kocher, M. G. (2017). The detrimental effects of oxytocin-induced conformity on dishonesty in competition. Psychological Science, 28(6), 751-759. doi:10.1177/0956797617695100
Bainbridge, S. M. (2002). Why a board? Group decisionmaking in corporate governance. Vanderbilt Law Review, 55(1), 1-55.
Baker, M., & Wurgler, J. (2013). Behavioral corporate finance: An updated survey. In G. M. Constantinides, M. Harris, & R. M. Stulz (Eds.), Handbook of the economics of finance (Vol. 2, pp. 357-424). New York, USA: Elsevier.
Baron, R. S. (2005). So right it’s wrong: Groupthink and the ubiquitous nature of polarized group decision making. In M. Zanna (Ed.), Advances in experimental social psychology (Vol. 37, pp. 219-253). Cambridge, USA: Academic Press.
Bikhchandani, S., Hirshleifer, D., & Welch, I. (1992). A theory of fads, fashion, custom, and cultural change as informational cascades. Journal of Political Economy, 100(5), 992-1026. doi:10.1086/261849
Davis-Stober, C. P., Budescu, D. V., Dana, J., & Broomell, S. B. (2014). When is a crowd wise? Decision, 1(2), 79-101. doi:10.1037/dec0000004
Harvey, S., Currall, S. C., & Hammer, T. H. (2017). Decision diversion in diverse teams: Findings from inside a corporate boardroom. Academy of Management Discoveries, 3(4), 358-381. doi:10.5465/amd.2015.0129
Hastie, R., & Kameda, T. (2005). The robust beauty of majority rules in group decisions. Psychological Review, 112(2), 494-508. doi:10.1037/0033-295X.112.2.494
Homan, A. C., Knippenberg, D. Van, Kleef, G. A. Van, & Dreu, C. K. De. (2007). Bridging faultlines by valuing diversity: Diversity beliefs, information elaboration, and performance in diverse work groups. Journal of Applied Psychology, 92(5), 1189-1199. doi:10.1037/0021-9010.92.5.1189
Janis, I. L. (1972). Victims of groupthink. Boston, USA: Houghton Mifflin.
Kahneman, D., Slovic, P. & Tversky, A. (1982). Judgment under uncertainty: Heuristics and biases. New York, USA: Cambridge University Press.
Kameda, T., Wisdom, T., Toyokawa, W., & Inukai, K. (2012). Is consensusseeking unique to humans: A selective review of animal group decision making and its implications for (human) social psychology. Group Processes and Intergroup Relations, 15(5), 673-689. doi:10.1177/1368430212451863
Larrick, R. P. (2009). Broaden the decision frame to make effective decisions. In E. A. Locke (Ed.), Handbook of principles of organizational behavior (2nd ed.). Chichester, UK: John Wiley & Sons.
Mok, A., & Morris, M. W. (2010). An upside to bicultural identity conflict: Resisting groupthink in cultural ingroups. Journal of Experimental Social Psychology, 46(6), 1114-1117. doi:10.1016/j.jesp.2010.05.020
Nikolova, H., & Lamberton, C. (2016). Men and the middle: Gender differences in dyadic compromise effects. Journal of Consumer Research, 43(3), 355-371. doi:10.1093/jcr/ucw035
Nikolova, H., Lamberton, C., & Coleman, N. V. (2017). Stranger danger: When and why consumer dyads behave less ethically than individuals. Journal of Consumer Research, 45(1), 90-108. doi:10.1093/jcr/ucx108
Ordóñez, L. D., Benson, L., III, & Pittarello, A. (2015). Time-pressure perception and decision making. In G. Keren & G. Wu (Eds.), The Wiley Blackwell handbook of judgment and decision making (pp. 517- 542). Chichester, UK: Wiley-Blackwell.
Raafat, R. M., Chater, N., & Frith, C. (2009). Herding in humans. Trends in Cognitive Sciences, 13(10), 420-428. doi:10.1016/j.tics.2009.08.002
Soll, J. B., Milkman, K. L., & Payne, J. W. (2015). A user’s guide to debiasing. In G. Keren & G. Wu (Eds.), The Wiley Blackwell handbook of judgment and decision making (pp. 924-950). Chichester, UK: Wiley-Blackwell.
Thaler, R. H., & Sunstein, C. R. (2008). Nudge: Improving decisions about health, wealth, and happiness. New Haven, USA: Yale University Press.
Tindale, R. S., & Kluwe, K. (2015). Decision making in groups and organizations. In G. Keren & G. Wu (Eds.), The Wiley Blackwell handbook of judgment and decision making (pp. 849-874). Chichester, UK: Wiley-Blackwell.
Tindale, R. S., Smith, C. M., Dykema-Engblade, A., & Kluwe, K. (2012). Good and bad group performance: Same process – different outcome. Group Processes & Intergroup Relations, 15(5), 603-618. doi:10.1177/1368430212454928
Torchia, M., Calabrò, A., & Morner, M. (2015). Board of directors’ diversity, creativity, and cognitive conflict: The role of board members’ interaction. International Studies of Management & Organization, 45(1), 6-24. doi:10.1080/00208825.2015.1005992