Decisões corporativas em grupo: Uma abordagem comportamental

Conteúdo do artigo principal

Lucas Ayres Barreira De Campos Barros

Resumo

É comum que decisões organizacionais importantes sejam tomadas em grupo. Nas instituições financeiras, não raro, as concessões de crédito são decididas em comitês. Na esfera governamental, decisões fundamentais, tais como a definição da taxa de juros básica da economia, também são tomadas em colegiado. Nas grandes empresas privadas, o conselho de administração (CA) está no topo da hierarquia organizacional e tem a palavra final sobre estratégias de investimento, financiamento e fusões e aquisições. Todavia, as peculiaridades do processo decisório grupal são largamente ignoradas na literatura de finanças, efetivamente tratando-se o coletivo como se fosse um indivíduo. Por exemplo, as pesquisas no campo de finanças corporativas comportamentais enfatizam os processos cognitivos e vieses do decisor individual e dão pouca atenção a como esses processos interagem para produzir a decisão do grupo (para uma revisão dessa literatura, vide Baker & Wurgler, 2013). Neste ensaio, apresento, de maneira concisa e seletiva, o estado atual da discussão multidisciplinar emergente sobre o processo decisório em pequenos grupos, com ênfase em seus aspectos comportamentais. Primeiramente, abordo as vantagens e dificuldades da decisão em grupo em comparação com a decisão individual. Em seguida, apresento contribuições recentes que mostram como a qualidade da decisão do grupo depende do contexto e como pequenas alterações do ambiente decisório podem ter consequências relevantes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
BARROS, L. A. B. D. C. Decisões corporativas em grupo: Uma abordagem comportamental. RAE-Revista de Administração de Empresas, [S. l.], v. 58, n. 6, p. 576–580, 2018. DOI: 10.1590/S0034-759020180606. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/rae/article/view/77593. Acesso em: 7 jul. 2024.
Seção
Pensata

Referências

Ariely, D., Au, W. T., Bender, R. H., Budescu, D. V., Dietz, C. B., Gu, H., … Zauberman, G. (2000). The effects of averaging subjective probability estimates between and within judges. Journal of Experimental Psychology: Applied, 6(2), 130-147. doi:10.1037//1076-898X.6.2.130

Aydogan, G., Jobst, A., D’Ardenne, K., Müller, N., & Kocher, M. G. (2017). The detrimental effects of oxytocin-induced conformity on dishonesty in competition. Psychological Science, 28(6), 751-759. doi:10.1177/0956797617695100

Bainbridge, S. M. (2002). Why a board? Group decisionmaking in corporate governance. Vanderbilt Law Review, 55(1), 1-55.

Baker, M., & Wurgler, J. (2013). Behavioral corporate finance: An updated survey. In G. M. Constantinides, M. Harris, & R. M. Stulz (Eds.), Handbook of the economics of finance (Vol. 2, pp. 357-424). New York, USA: Elsevier.

Baron, R. S. (2005). So right it’s wrong: Groupthink and the ubiquitous nature of polarized group decision making. In M. Zanna (Ed.), Advances in experimental social psychology (Vol. 37, pp. 219-253). Cambridge, USA: Academic Press.

Bikhchandani, S., Hirshleifer, D., & Welch, I. (1992). A theory of fads, fashion, custom, and cultural change as informational cascades. Journal of Political Economy, 100(5), 992-1026. doi:10.1086/261849

Davis-Stober, C. P., Budescu, D. V., Dana, J., & Broomell, S. B. (2014). When is a crowd wise? Decision, 1(2), 79-101. doi:10.1037/dec0000004

Harvey, S., Currall, S. C., & Hammer, T. H. (2017). Decision diversion in diverse teams: Findings from inside a corporate boardroom. Academy of Management Discoveries, 3(4), 358-381. doi:10.5465/amd.2015.0129

Hastie, R., & Kameda, T. (2005). The robust beauty of majority rules in group decisions. Psychological Review, 112(2), 494-508. doi:10.1037/0033-295X.112.2.494

Homan, A. C., Knippenberg, D. Van, Kleef, G. A. Van, & Dreu, C. K. De. (2007). Bridging faultlines by valuing diversity: Diversity beliefs, information elaboration, and performance in diverse work groups. Journal of Applied Psychology, 92(5), 1189-1199. doi:10.1037/0021-9010.92.5.1189

Janis, I. L. (1972). Victims of groupthink. Boston, USA: Houghton Mifflin.

Kahneman, D., Slovic, P. & Tversky, A. (1982). Judgment under uncertainty: Heuristics and biases. New York, USA: Cambridge University Press.

Kameda, T., Wisdom, T., Toyokawa, W., & Inukai, K. (2012). Is consensusseeking unique to humans: A selective review of animal group decision making and its implications for (human) social psychology. Group Processes and Intergroup Relations, 15(5), 673-689. doi:10.1177/1368430212451863

Larrick, R. P. (2009). Broaden the decision frame to make effective decisions. In E. A. Locke (Ed.), Handbook of principles of organizational behavior (2nd ed.). Chichester, UK: John Wiley & Sons.

Mok, A., & Morris, M. W. (2010). An upside to bicultural identity conflict: Resisting groupthink in cultural ingroups. Journal of Experimental Social Psychology, 46(6), 1114-1117. doi:10.1016/j.jesp.2010.05.020

Nikolova, H., & Lamberton, C. (2016). Men and the middle: Gender differences in dyadic compromise effects. Journal of Consumer Research, 43(3), 355-371. doi:10.1093/jcr/ucw035

Nikolova, H., Lamberton, C., & Coleman, N. V. (2017). Stranger danger: When and why consumer dyads behave less ethically than individuals. Journal of Consumer Research, 45(1), 90-108. doi:10.1093/jcr/ucx108

Ordóñez, L. D., Benson, L., III, & Pittarello, A. (2015). Time-pressure perception and decision making. In G. Keren & G. Wu (Eds.), The Wiley Blackwell handbook of judgment and decision making (pp. 517- 542). Chichester, UK: Wiley-Blackwell.

Raafat, R. M., Chater, N., & Frith, C. (2009). Herding in humans. Trends in Cognitive Sciences, 13(10), 420-428. doi:10.1016/j.tics.2009.08.002

Soll, J. B., Milkman, K. L., & Payne, J. W. (2015). A user’s guide to debiasing. In G. Keren & G. Wu (Eds.), The Wiley Blackwell handbook of judgment and decision making (pp. 924-950). Chichester, UK: Wiley-Blackwell.

Thaler, R. H., & Sunstein, C. R. (2008). Nudge: Improving decisions about health, wealth, and happiness. New Haven, USA: Yale University Press.

Tindale, R. S., & Kluwe, K. (2015). Decision making in groups and organizations. In G. Keren & G. Wu (Eds.), The Wiley Blackwell handbook of judgment and decision making (pp. 849-874). Chichester, UK: Wiley-Blackwell.

Tindale, R. S., Smith, C. M., Dykema-Engblade, A., & Kluwe, K. (2012). Good and bad group performance: Same process – different outcome. Group Processes & Intergroup Relations, 15(5), 603-618. doi:10.1177/1368430212454928

Torchia, M., Calabrò, A., & Morner, M. (2015). Board of directors’ diversity, creativity, and cognitive conflict: The role of board members’ interaction. International Studies of Management & Organization, 45(1), 6-24. doi:10.1080/00208825.2015.1005992