Gaslighting: A arte de enlouquecer grupos minoritários no ambiente de trabalho

Conteúdo do artigo principal

Hélio Arthur Reis Irigaray
https://orcid.org/0000-0001-9580-7859
Fabricio Stocker
https://orcid.org/0000-0001-6340-9127
Rafael Cuba Mancebo
https://orcid.org/0000-0001-6297-2399

Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo compreender em que medida ocorrem ações de gaslighting no ambiente de trabalho. Para tal, elaboramos uma pesquisa empírica, na qual visitamos 37 empresas de diferentes portes, no Rio de Janeiro e em São Paulo, e entrevistamos 72 trabalhadores com diversos traços psicográficos. Essas entrevistas e nossas anotações de campo foram submetidas à Análise Crítica de Discurso. Identificamos duas categorias a priori (“gaslighting racial” e “gaslighting misógino”), duas emergentes (“gaslighting LGBTQIAP+-fóbico” e “gaslighting instrumental”), e construímos a axial, denominada “gaslighting pecuniário”. O campo revelou que gaslighting ocorre em todos os tipos de empresas pesquisadas e é uma estratégia de manipulação exercida por homens brancos heterossexuais não só sobre grupos não hegemônicos, mas contra seus pares. Este estudo traz como implicações gerenciais e à teoria a discussão e reflexão sobre como práticas discriminatórias têm sido naturalizadas e marginalizadas, não só no campo de estudos, mas na cultura organizacional. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
REIS IRIGARAY, H. A.; STOCKER , F.; CUBA MANCEBO, R. Gaslighting: A arte de enlouquecer grupos minoritários no ambiente de trabalho. RAE-Revista de Administração de Empresas, [S. l.], v. 63, n. 1, p. e2021–0277, 2022. DOI: 10.1590/S0034-759020230105. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/rae/article/view/88573. Acesso em: 6 jul. 2024.
Seção
Artigos

Referências

Abramson, K. (2014). Turning up the lights on gaslighting. Philosophical Perspectives, 28, 1-30. Retrieved from: https://www.jstor.org/stable/26614542

Bourdieu, P. (2010). A dominação masculina (9a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Ed. Bertand Brasil.

Calef, V., & Weinshel, E. (1981). Some clinical consequences of introjection: Gaslighting. The Psychoanalytic Quaterly, 50(1), 44-66. doi: 10.1080/21674086.1981.11926942

Carpenter, A. (2018). Gaslighting America. New York, USA: Harper Collins.

Carrigan, T., Connell, B., & Lee, J. (2018). Toward a new sociology of masculinity. In The making of masculinities (pp. 63-100). Routledge.

Connel, R., & Messerschmidt, J. (2013). Masculinidade hegemônica: Repensando o conceito. Revista Estudos Feministas, 21(1), 241-282. doi: 10.1590/S0104-026X2013000100014

Davis, A., & Ernst, R, (2019). Racial gaslighting. Politics, Groups, and Identities, 7(4), 761-774. doi: 10.1080/21565503.2017.1403934

Dijk, T. A. Van. (2011). Discourse and ideology – Discourse studies: A multidisciplinary introduction. New York, USA: Sage.

Fairclough, N. (2013). Critical discourse analysis: The critical study of language. New York, USA: Routledge.

Fordon, K. (2019). Gaslighting. Women’s Studies Quaterly, Vol.47. Feminist Press at the City of New York.

Gomes, R., & Felix, B. (2019). O self no armário: Uma teoria fundamentada sobre o silêncio de gays e de lésbicas no ambiente de trabalho. Cadernos EBAPE.BR, 17(2), 375-388. doi: 0.1590/1679-395174796

Hafermalz, E., & Riemer, K. (2020). Interpersonal connectivity work: Being there with and for geographically distant others. Organization Studies, 41(12), 1627-1648. doi: 10.1177/0170840620973664

Hall, S. (1997). A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro, RJ: DP&A.

Johnson, V. E., Nadal, K. L., Sissoko, D. R. G., & King, R. (2021). “It’s not in your head”: Gaslighting,‘Splaining, victim blaming, and other harmful reactions to microaggressions. Perspectives on Psychological Science, 16(5), 1024-1036. doi: 10.1177/17456916211011963

Lear, A, & Hale, E. (2020). Gaslighting, brainwashing and ontological crisis in the works of Philip K. Dick. South Atlantic Review, 85(3), 132-151. Retrieved from: link.gale.com/apps/doc/A635785941/AONE?u=anon~65c71399&sid=googleScholar&xid=b7384c35

Neves, M. S. (2008). Identificações subjetivas no discurso sobre avaliação de aprendizagem após um curso de educação continuada. Revista Horizontes, 26, 21-29. Retrieved from: http://lyceumonline.usf.edu.br/webp/portalUSF/itatiba/mestrado/educacao/uploadAddress/Identificacoes%20subjetivas%20no%20discurso[12996].pdf

Paige, S. (2019). The sociology of gaslighting. American Sociological Review, 84(5), 851-875. doi: 10.1177/0003122419874843

Podosky, P. (2021) Gaslighting, first- and second-order. Hypatia, 36(1), 207-227. doi: 10.1017/hyp.2020.54

Pullen, A., Thanem, T., Tyler, M., & Wallenberg, L. (2016). Sexual politics, organizational practices: Interrogating queer theory, work and organization. Gender, Work and Organization, 23(1), 1-6. doi: 10.1111/gwao.12123

Roberts, T., & Andrews, D. C. (2013). A critical race analysis of the gaslighting against African American teachers considerations for recruitment and retention. In D. C. Andrews (Ed.), Contesting the myth of a “post racial” era: The continued significance of race in U.S. Education (Black Studies and Critical Thinking, pp. 69-94). New York, USA: Peter Lang.

Revuz, C. (1998). A língua estrangeira entre o desejo de um outro lugar e o risco do exílio. In I. Signorini (Org.), Língua(gem) e identidade (pp. 213-230). Campinas, SP: Mercado de Letras.

Saraiva, L. A. S., & Irigaray, H. A. D. R. (2009). Políticas de diversidade nas organizações: Uma questão de discurso? RAE-Revista de Administração de Empresas, 49(3), 337-348. doi: 10.1590/S0034-75902009000300008

Searle, J. R. (1969). Speech acts: An essay in the philosophy of language (Vol. 626). Cambridge, UK: Cambridge University Press.

Sinha, G. A. (2020). Lies, gaslighting and propaganda. Buff. L. Rev., 68, 1037.

Spear, A. (2019). Epistemic dimensions of gaslighting: Peer-disagreement, self-trust, and epistemic injustice. Inquiry, 1-24. doi: 10.1080/0020174X.2019.1610051

Stark, C. (2019). Gaslighting, mysogny, and psychological oppression. The Monist, 112, 221-235. doi: 0.1093/monist/onz007

Suskind, D. C. (2020). The psychopath in the corner office: A multigenre. Gender Work Organ., 1-23. doi: 10.1111/gwao.12575

Sweet, P. L. (2019). The sociology of gaslighting. American Sociological Review, 84(5), 851-875. doi: 10.1177/0003122419874843

Tobias, H., & Joseph, A. (2020). Sustaining systemic racism through psychological gaslighting: Denials of racial profiling and justifications of carding by police utilizing local news media. Race and Justice, 10(4), 424-455. doi:10.1177/2153368718760969