Influência de fatores contingenciais no desempenho socioeconômico de governos locais

Conteúdo do artigo principal

Clovis Fiirst
https://orcid.org/0000-0002-9415-104X
Ilse Maria Beuren
https://orcid.org/0000-0003-4007-6408

Resumo

O desafio desta pesquisa é responder quais elementos caracterizam os fatores contingenciais no setor público e como eles influenciam o desempenho socioeconômico municipal. As principais hipóteses testadas neste estudo analisam se os fatores contingenciais ambiente (contexto externo), tecnologia (processos), estrutura (investimentos) e porte (tamanho) têm influência sobre o desempenho socioeconômico dos governos locais. Para tanto, uma pesquisa documental foi realizada junto aos 399 municípios paranaenses, totalizando 1.995 observações relativas ao período de 2013 a 2017, o que corresponde a um ciclo orçamentário completo. Para a análise dos dados, aplicou-se uma regressão linear múltipla com dados em painel. Os resultados revelam que os fatores contingenciais “ambiente” e “porte” afetam positivamente os resultados socioeconômicos, enquanto “tecnologia” apresenta influência negativa e “estrutura” não apresentou resultados significantes. Com base nesses resultados, conclui-se que os fatores externos, aqueles não controláveis pelos gestores, são os que melhor explicam o comportamento do desempenho socioeconômico dos governos locais investigados. Assim, cabe aos gestores implantar políticas públicas capazes de interferir em seu ambiente e incentivar um porte que contribua para o desempenho socioeconômico e atenda aos objetivos da população. De igual modo, os resultados apresentam implicações teóricas, pois contribuem para a literatura no sentido de acrescentar ao fluxo da pesquisa, fundamentada na Teoria da Contingência, elementos que caracterizam contingências no setor público, no âmbito municipal, como observatório social, grau de dependência, planejamento orçamentário, capacidades do órgão público em manter suas despesas correntes, estrutura de pessoal e de investimentos e porte considerando a receita do município.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Fiirst, C., & Beuren, I. M. (2021). Influência de fatores contingenciais no desempenho socioeconômico de governos locais. Revista De Administração Pública, 55(6), 1355–1368. https://doi.org/10.1590/0034-76120200827
Seção
Artigos

Referências

Avelino, B. C., Bressan, V. G. F., & Cunha, J. V. A. (2013). Estudo sobre os fatores contábeis que influenciam o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) nas capitais brasileiras. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 7(3), 274-290.

Burns, T., & Stalker, G. (1961). The management of innovation. London, UK: Tavistock.

Cadez, S., & Guilding, C. (2008). An exploratory investigation of an integrated contingency model of strategic management accounting. Accounting, Organizations and Society, 33(7-8), 836-863.

Cavalcante, P. (2016). Desempenho fiscal e eleições no Brasil: uma análise comparada dos governos municipais. Revista de Administração Pública, 50(2), 307-330.

Chakraborty, S., Zavadskas, E. K., & Antucheviciene, J. (2015). Applications of waspas method as a multi-criteria decision-making tool. Economic Computation & Economic Cybernetics Studies & Research, 49(1), 5-22.

Chenhall, R. H. (2003). Management control systems design within its organizational context: findings from contingency-based research and directions for the future. Accounting, Organizations and Society, 28(2-3), 127-168.

Covaleski, M. A, Evans III, J. H, Luft, J. L, & Shields, M. D (2003). Budgeting research: three theoretical perspectives and criteria for selective integration. Journal of Management Accounting Research, 15 (1), 3-49.

Donaldson, L. (2000). Organizational portfolio theory: performance‐driven organizational change. Contemporary Economic Policy, 18(4), 386-396.

Donaldson, L. (2001). The contingency theory of organizations. Thousand Oaks, CA: Sage.

Galbraith, J. (1973). Designing complex organizations. Boston, MA: Addison Wesley Publishing Company.

Greene, W. H. (2008). The econometric approach to efficiency analysis. In H. O. Fried, C. A. K. Lovell, & S. S. Schmidit (Org.), The measurement of productive efficiency and productivity growth. Oxford, UK: Oxford University Press.

Lawrence, P., & Lorsch, J. (1967). Organization and environment. Homewood, IL: Irwin.

Macedo, J., & Corbari, E. C. (2009). Efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal no endividamento dos municípios brasileiros: uma análise de dados em painéis. Revista Contabilidade & Finanças, 20(51), 44-60.

Mendes, W. A., Ferreira, M. A. M., Abrantes, L. A., & Faria, E. R. (2018). A influência da capacidade econômica e da formação de receitas públicas no desenvolvimento humano. Revista de Administração Pública, 52(5), 918-934.

Otley, D. (1980). The contingency theory of management accounting: achievement and prognosis. Accounting, Organizations and Society, 5(4), 413-428.

Otley, D. (2016). The contingency theory of management accounting and control (1980-2014). Management Accounting Research, 31(2016), 45-62.

Perrow, C. (1970). Organizational analysis: a sociological view. Belmont, CA: Wadsworth Publishing Company.

Prajogo, D. I. (2016). The strategic fit between innovation strategies and business environment in delivering business performance. International Journal of Production Economics, 171(2016), 241- 249.

Santos, S. R. T. D., & Alves, T. W. (2011). O impacto da Lei de Responsabilidade Fiscal no desempenho financeiro e na execução orçamentária dos municípios no Rio Grande do Sul de 1997 a 2004. Revista de Administração Pública, 45(1), 181-208.

Schommer, P. C., & Moraes, R. L. (2010). Observatórios sociais como promotores de controle social e accountability: reflexões a partir da experiência do observatório social de Itajaí. Gestão. org, 8(3), 298-326.

Sell, F. F., Beuren, I. M., & Lavarda, C. E. F. (2020). Influência de fatores contingenciais no desempenho municipal: evidências inferenciais. RCO – Revista de Contabilidade e Organizações, 14, e164058.

Teisman, G. R., & Klijn, E. (2008). Complexity theory and public management. Public Management Review, 10(3), 287-297.

Thompson, J. D. (1967). Organizations in action. New York, NY: McGraw Hill.

Vieira, R. D. S. (2009). O tamanho do setor público no contexto do federalismo: um modelo aplicado aos municípios brasileiros (Texto para Discussão nº 1415). Brasília, DF: Ipea.

Wadongo, B., & Abdel-Kader, M. (2014). Contingency theory, performance management and organizational effectiveness in the third sector: a theoretical framework. International Journal of Productivity and Performance Management, 63(6), 680-703.

Woods, M. (2009). A contingency theory perspective on the risk management control system within Birmingham City Council. Management Accounting Research, 20(1), 69-81.