Configurações explicativas do desenvolvimento da resiliência nas redes de suprimentos da administração pública
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O capital social é uma lente teórica importante para explicar os relacionamentos interorganizacionais e a construção da resiliência nas redes de suprimentos. Para corroborar essa perspectiva, este estudo visa identificar quais atributos do capital social contribuem para explicar o desenvolvimento da resiliência nas redes de suprimentos da administração pública e de que forma eles se combinam nessa explicação. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa e descritiva que utilizou entrevistas com a técnica da grade de repertório para a coleta de dados. Os dados foram analisados mediante a análise de conteúdo de Honey e a análise de coincidência (CNA). Os resultados da pesquisa indicam que o capital social se mostrou fundamental para desenvolver resiliência nas redes de suprimentos na administração pública, por meio dos atributos de compartilhamento de informações técnicas; precisão na comunicação; antecipação na comunicação de informações relevantes; reciprocidade; confiança; transparência e comprometimento. A originalidade do estudo reside na utilização da teoria do capital social em estudos sobre resiliência na administração pública e na adoção de um método de coleta e análise de dados robusto e ainda não explorado em pesquisas na administração pública brasileira. As principais contribuições do estudo foram: 1) destacar o capital social como constructo multinível que influencia o desenvolvimento da resiliência; 2) ampliar os estudos sobre resiliência na administração pública; 3) fornecer informações que podem ser utilizadas por gestores públicos, a fim de evitar ou minimizar a ocorrência de riscos que comprometam a prestação de serviços públicos e 4) adotar um método de pesquisa inédito na administração pública brasileira.
Downloads
Detalhes do artigo
A Revista de Administração Pública (RAP) compromete-se a contribuir com a proteção dos direitos intelectuais do autor. Nesse sentido:
- Adota a licença Creative Commoms BY (CC-BY) em todos os textos que publica, exceto quando houver indicação de específicos detentores dos direitos autorais e patrimoniais;
- Adota software de verificação de similaridade de conteúdo - plagiarismo (Crossref Similarity Check);
- Adota ações de combate ao plagio e má conduta ética, alinhada às diretrizes do Committee on Publication Ethics (COPE).
Mais detalhes do Código de Ética adotado pela RAP podem ser visualizados em Normas Éticas e Código de Conduta.
Referências
Ahangama, N., Prasanna, R., & Blake, D. (2019). “Living with the floods”: the influence of relational and cognitive capital on disaster risk management capacities in Ratnapura, Sri Lanka. Resilience, 7(1), 41-58. Recuperado de https://doi.org/10.1080/21693293.2018.1485622
Baumgartner, M., & Ambühl, M. (2020). CNA: a R package for configurational causal inference and modeling. Recuperado de https://cran.r-project.org/web/packages/cna/vig nettes/cna.pdf
Baumgartner, M., & Falk, C. (2019). Boolean difference-making: a modern regularity theory of causation. The British Journal for the Philosophy of Science. Recuperado de https://doi.org/10.1093/bjps/axz047
Baumgartner, M., & Thiem, A. (2015). Identifying Complex Causal Dependencies in Configurational Data with Coincidence Analysis. The R Journal, 7(1), 176-184. Recuperado de https://doi.org/10.32614/RJ-2015-014
Bode, C., & Macdonald, J. R. (2017). Stages of supply chain disruption response: direct, constraining, and mediating factors for impact mitigation. Decision Sciences, 48(5), 836-874. Recuperado de https://doi.org/10.1111/deci.12245
Bourdieu, P. (1986). Handbook of theory and research for the sociology of education. New York, NY: Greenwood.
Burt, R. S. (1992). Structural holes: the social structure of competition. Cambridge, MA: Harvard University Press.
Burt, R. (1997). The contingent value of social capital, administrative science. Research in Organizational Behavoir, 42(2), 339-365. Recuperado de https://doi.org/10.2307/2393923
Canel, M. J., & Luoma-aho, V. (2019). Public sector communication: closing gaps between citizens and public organizations. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons.
Clauss, T., & Tangpong, C. (2019). Perception‐based supplier attributes and performance implications: a multimethod exploratory study. Journal of Supply Chain Management, 55(4), 34-66. Recuperado de https://doi.org/10.1111/jscm.12211
Dodd, M. D., Brummette, J., & Hazleton, V. (2015). A social capital approach: an examination of Putnam’s civic engagement and public relations roles. Public Relations Review, 41(4), 472-479. Recuperado de https://doi.org/10.1016/j.pubrev.2015.05.001
Duit, A. (2016). Resilience thinking: lessons for public administration. Public Administration, 94(2), 364-380. Recuperado de https://doi.org/10.1111/padm.12182
Erridge, A., & Greer, J. (2002). Partnerships and public procurement: building social capital through supply relations. Public Administration, 80(3), 503-522. Recuperado de https://doi.org/10.1111/1467-9299.00315
Farca, L. A., & Dragos, D. (2020). Resilience in times of pandemic: is the public procurement legal framework fit for purpose? Transylvanian Review of Administrative Sciences, 16(SI), 60-79. Recuperado de http://dx.doi.org/10.24193/tras.SI2020.4
Fernandes, A. S. A. (2002). O capital social e a análise institucional e de políticas públicas. Revista de Administração Pública, 36(3), 375-398. Recuperado de https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/6444
Haesebrouck, T. (2019). Who follows whom? A coincidence analysis of military action, public opinion and threats. Journal of Peace Research, 56(6), 753-766. Recuperado de https://doi.org/10.1177/0022343319854787
Honey, P. (1979). The repertory grid in action: how to use it to conduct an attitude survey. Industrial and Commercial training, 11(11), 452-459. Recuperado de https://doi.org/10.1108/e b0037 56
Hung, S. W., Chen, P. C., & Chung, C. F. (2014). Gaining or losing? The social capital perspective on supply chain members’ knowledge sharing of green practices. Technology Analysis & Strategic Management, 26(2), 189-206. Recuperado de https://doi.org/10.1080/09537325.2013.850475
Jankowicz, D. (2003). The easy guide to repertory grids. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons.
Jia, X., Chowdhury, M., Prayag, G., & Chowdhury, M. M. H. (2020, setembro). The role of social capital on proactive and reactive resilience of organizations post-disaster. International Journal of Disaster Risk Reduction, 48, 101614. Recuperado de https://doi.org/10.1016/j.ijdrr.2020.101614
Johnson, S., McMillan, J., & Woodruff, C. (2002). Courts and relational contracts. Journal of Law, Economics, and Organization, 18(1), 221-277. Recuperado de https://doi.org/10.1093/jleo/18.1.221
Koka, B. R., & Prescott, J. E. (2002). Strategic alliances as social capital: a multidimensional view. Strategic Management Journal, 23(9), 795-816. Recuperado de https://doi.org/10.1002/smj.252
Malhotra, N. K. (2019). Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. Porto Alegre, RS: Bookman Editora.
Milley, P., & Jiwani, F. (2014). Resilience and public administration: implications for the “new political governance” in Canada. In S. Ionescu, M. Tomita, & S. Cace (Eds.), The Second World Congress on Resilience: From Person to Society (pp. 803-808). Bologna, Italy: Medimond.
Mousavi, Z., & Takhtaei, N. (2012). The impact of intellectual capital disclosure on capital markets: an overview. Business Intelligence Journal, 5(2), 267-270.
Munnukka, J., & Järvi, P. (2015). The influence of purchase-related risk perceptions on relationship commitment. International Journal of Retail & Distribution Management, 43(1), 92-108. Recuperado de https://doi.org/10.1108/IJRDM-11-2013-0202
Nahapiet, J., & Ghoshal, S. (1998). Social capital, intellectual capital, and the organizational advantage. Academy of Management Review, 23(2), 242-266. Recuperado de https://doi.org/10.5465/amr.199 8.533225
Nonaka, I., & Takeuchi, H. (1995). The knowledge-creating company: how Japanese companies create the dynamics of innovation. Oxford, UK: Oxford University Press.
Ocicka, B., & Wieteska, G. (2019). An exploration of the measurement of relational capital in supply chains. Operations and Supply Chain Management: An International Journal, 12(3), 143-152. Recuperado de http://doi.org/10.31387/oscm0380238
Ortiz‐de‐Mandojana, N., & Bansal, P. (2016). The long‐term benefits of organizational resilience through sustainable business practices. Strategic Management Journal, 37(8), 1615-1631. Recuperado de https://doi.org/10.1002/smj.2410
Parkkinen, V. P., & Baumgartner, M. (2021). Robustness and model selection in configurational causal modeling. Sociological Methods & Research. Recuperado de https://doi.org/10.1177/0049124120986200
Pedrosa, A. M., Näslund, D., & Jasmand, C. (2012). Logistics case study based research: towards higher quality. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, 42(3), 275-295. Recuperado de https://doi.org/10.1108/09600031211225963
Prasad, S., Su, H. C., Altay, N., & Tata, J. (2015). Building disaster‐resilient micro enterprises in the developing world. Disasters, 39(3), 447-466. Recuperado de https://doi.org/10.1111/disa.12117
Prates, A. A. P. (2009). Redes sociais em comunidades de baixa renda: os efeitos diferenciais dos laços fracos e dos laços fortes. Revista de Administração Pública, 43(5), 1117-1146. Recuperado de https://doi.org/10.1590/S0034-76122009000500007
Prodanov, C. C., & Freitas, E. C. (2013). Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo, RS: Editora Feevale.
Putnam, R. D., Feldstein, L., & Cohen, D. J. (2003). Better together: restoring the American community. New York, NY: Simon & Schuster.
Putnam, R. D., Leonardi, R., & Nanetti, R. Y. (1993). Making democracy work: civic traditions in modern Italy. Princeton, NJ, USA: Princeton University Press.
Rihoux, B., & Ragin, C. C. (2009). Configurational comparative methods: qualitative comparative analysis (QCA) and related techniques. Thousand Oaks, CA: Sage Publications.
Santos, E. R., & Nunes, M. F. (2016). Capital social e políticas públicas: um estudo comparado no Vale do Rio dos Sinos. Revista de Administração Pública, 50(1), 129-149. Recuperado de https://doi.org/10.1590/0034-7612122333
Shcheglova, M. (2009). An integrated method to assess consumer motivation in difficult market niches: a case of the premium car segment in Russia (Tese de Doutorado). Technische Universität Berlin, Berlin, Germany.
Scholten, K., & Schilder, S. (2015). The role of collaboration in supply chain resilience. Supply Chain Management: an International Journal, 20(4), 471-484. Reucperado de https://doi.org/10.1108/SCM-11-2014-0386
Steane, P. D., & Walker, D. H. T. (2000). Competitive tendering and contracting public sector services in Australia – a facilities management issue. Facilities, 18(5/6), 245-255. Recuperado de https://doi.org/10.1108/02632770010328144
Stewart, G. T., Kolluru, R., & Smith, M. (2009). Leveraging public‐private partnerships to improve community resilience in times of disaster. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, 39(5), 343-364. Recuperado de https://doi.org/10.1108/09600030910973724
Sukoco, B. M., Hardi, H., & Qomariyah, A. (2018). Social capital, relational learning, and performance of suppliers. Asia Pacific Journal of Marketing and Logistics, 30(2), 417-437. Recuperado de https://doi.org/10.1108/APJML-02-2017-0022
Thun, J. H., Drüke, M., & Hoenig, D. (2011). Managing uncertainty – an empirical analysis of supply chain risk management in small and medium-sized enterprises. International Journal of Production Research, 49(18), 5511-5525. Recuperado de https://doi.org/10.1080/00207543.2011.563901
Universidade Federal do Ceará. (2017). Manual de gestão de riscos. Fortaleza, CE: Autor.
Wieland, A., & Durach, C. F. (2021). Two perspectives on supply chain resilience. Journal of Business Logistics, 42(3), 315-322. Recuperado de https://doi.org/10.1111/jbl. 12271
Woolcock, M. (2001). The place of social capital in understanding social and economic outcomes. Canadian Journal of Policy Research, 2(1), 11-17.