O estudo da cultura organizacional: as dificuldades estão no objeto ou nas formas de defini-lo?

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Carmen Pires Migueles

Resumen

Este artigo trata das dificuldades teóricas e epistemológicas do estudo da cultura organizacional. O texto parte da idéia de que maiores progressos não foram feitos no entendimento de como uma cultura organizacional se desenvolve e muda, devido à confusão entre objeto e métodos de estudo da antropologia e da sociologia, por um lado, e da psicologia, por outro. Isso tem causado uma constante dificuldade na definição do objeto de estudo e na produção de conhecimentos válidos sobre o tema. Segue-se, então, uma discussão sobre o uso crescente de pesquisas com método fenomenológico em administração e os seus riscos, como excesso de subjetivismo do pesquisador, indefinição quanto ao objeto e impossibilidade de validação de resultados. É abordada a contribuição dos clássicos da sociologia na construção do saber sociológico e na separação desse saber dos que são próprios da psicologia, para a partir daí, ter-se uma perspectiva de olhar sobre a cultura. Propõem-se, então, a perspectiva antropológica como uma alternativa promissora, baseada no método etnográfico de pesquisa e tratamento semiótico dos dados, como aquela capaz de produzir conhecimentos válidos, do ponto de vista da antropologia, e aplicáveis na gestão.

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Cómo citar
Migueles, C. P. (2003). O estudo da cultura organizacional: as dificuldades estão no objeto ou nas formas de defini-lo?. Cadernos EBAPE.BR, 1(2), 39–55. https://doi.org/10.1590/S1679-39512003000200004
Sección
Artículos

Citas

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