Percepção sobre a sociomaterialidade das práticas de contabilidade gerencial

Conteúdo do artigo principal

Paschoal Tadeu Russo
Reinaldo Guerreiro

Resumo

No contexto de gestão organizacional e visando o aprofundamento do conhecimento no campo da Contabilidade Gerencial, esta pesquisa propôs um constructo que contribui com a compreensão sobre a percepção dos gestores sobre a sociomaterialidade de práticas de contabilidade gerencial (PCG) com base na lógica institucional cerimonial (uso baseado em ritos) versus a instrumental (uso baseado na resolução de problemas) valendo-se da Nova Sociologia Institucional (NIS) e das digressões de Bush (1983, 1987). Por meio de um levantamento em 102 organizações não financeiras de grande porte que operam no Brasil, identificou-se que, dependendo do arranjo de forças isomórficas e de difusão a que as PCG estão submetidas, elas são levadas a assumir comportamentos cerimonial (5%), instrumental (61%) ou misto (26%). Pode-se inferir que nessas organizações as PCG estão sendo usadas prioritariamente como tecnologias para a resolução de problemas e contribuem com alteração do contexto onde estão inseridas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
RUSSO, P. T.; GUERREIRO, R. Percepção sobre a sociomaterialidade das práticas de contabilidade gerencial. RAE-Revista de Administração de Empresas, [S. l.], v. 57, n. 6, p. 567–584, 2017. DOI: 10.1590/S0034-759020170605. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/rae/article/view/72494. Acesso em: 3 jul. 2024.
Seção
Fórum

Referências

Adler, P. S., & Borys, B. (1996). Two types of bureaucracy: Enabling and coercive. Administrative Science Quarterly, 41(1), 61-89. doi:10.2307/2393986

Aguiar, A. B., & Guerreiro, R. (2008). Processos de persistência e mudança de sistemas de contabilidade gerencial: Uma análise do paradigma institucional. Revista Universo Contábil, 4(3), 6-24

Ahrens, T., & Chapman, C. S. (2004). Accounting for flexibility and efficiency: A field study of management control systems in a restaurant chain. Contemporary Accounting Research, 21(2), 271-301. doi:10.1506/vjr6-rp75-7gux-xh0x

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. (2011). Circular nº 34, de 6 de setembro de 2011: Normas reguladoras do produto BNDES Automático. Recuperado de www.bndes.gov.br

Barley, S. R., & Tolbert, P. S. (1997). Institutionalization and structuration : Studying the links between action and institution. Organization Studies, 18(1), 93-117. doi:10.1177/017084069701800106.

Beuren, I. M., Rengel, S., & Rodrigues Junior, M. M. (2015). Relação dos atributos da contabilidade gerencial com os estágios do ciclo de vida organizacional. Innovar, 25(57), 63-78. doi:110.15446/innovar.v25n57.50328

Burns, J., & Scapens, R. W. (2000). Conceptualizing management accounting change: An institutional framework. Management Accounting Research, 11(1), 3-25. doi:10.1006/mare.1999.0119

Bush, P. D. (1983). An exploration of the strucutal characteristics of a Veblen-Ayres-Foster defined institutional domain. Journal of Economic Issues, 27(1), 35-66.

Bush, P. D. (1987). The theory of institutional change. Journal of Economic Issues, 21(3), 1075-1116. doi:10.1080/00213624.1987.11504697

Chin, W. W. (1998). The partial least squares approach for structural equation modeling. In G. A. Marcoulides (Ed.), Modern methods for business research (pp. 295-236). London, UK: Lawrence Erlbaum Associates.

Coase, R. H. (1937). The nature of the firm. Economica, 4(16), 386-405. doi:10.1111/j.1468-0335.1937.tb00002.x

Cohen, J. (1988). Statistical power analysis for the behavioral sciences (2nd ed.). New York, USA: Psychology Press.

Davila, T. (2000). An empirical study on the drivers of management control systems’ design in new product development. Accounting, Organizations and Society, 25(4-5), 383-409. doi:10.1016/S0361- 3682(99)00034-3

DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160.

Edgren, J. (1996). Modeling institutional change: Some critical thoughts. Journal of Economic Issues, 30(4), 1017-1029.

Ferreira, A., & Otley, D. (2006). Exploring inter and intra-relationships between the design and use of management control systems. Recuperado de http://ssrn.com/abstract=896228

Frezatti, F., Barroso, M. F. G., & Carter, D. B. (2015). Discursos internos se sustentam sem suporte da contabilidade gerencial? Um estudo de caso no setor de autopeças. Organizações & Sociedade, 22(75), 485-504. doi:10.1590/1984-9230751

Frezatti, F., Relvas, T. R. S., & Junqueira, E. (2010). BSC e a estrutura de atributos da contabilidade gerencial: Uma análise no ambiente brasileiro. RAE-Revista de Administração de Empresas, 50(2), 187-198. doi:10.1590/S0034-75902010000200005

Friedland, R. (2013). God, love and other good reasons for practice: Thinking through institutional logics. In M. Lounsbury, & E. Boxenbaum (Eds.), Research in the sociology of organizations (Vol. 39, Part A – Institutional Logics in Action, pp. 25-50). Oxford, UK: Elsevier.

Friedland, R., & Alford, R. B. (1991). Bringing society back in: Symbols, practices, and institutional contradictions. In W. W. Powell, & P. J. DiMaggio (Eds.), The new institutionalism in organizational analysis (Chap. 10, pp. 232-266). Chicago, USA: Chicago University Press.

Guerreiro, R., Cornachione, E., Jr., & Soutes, D. O. (2011). Empresas que se destacam pela qualidade das informações a seus usuários externos também se destacam pela utilização de artefatos modernos de contabilidade gerencial? Revista Contabilidade e Finanças, 22(55), 88-113. doi:10.1590/S1519-70772011000100006

Guerreiro, R., Frezatti, F., Lopes, A. B., & Pereira, C. A. (2005). O entendimento da contabilidade gerencial sob a ótica da teoria institucional. Organizações & Sociedade, 12(35), 91-106. doi:10.1590/S1984- 92302005000400005

Hair, J. F., Jr., Hult, G. T. M., Ringle, C. M., & Sarstedt, M. (2014). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). Thousand Oaks, USA: Sage Publications.

Hall, P. A., & Taylor, R. C. (2003). As três versões do neo-institucionalismo. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, (58), 193-223. doi:10.1590/S0102-64452003000100010

Haydem, F. (2009). Normative analysis of instituted porcesses. In T. Natarajan, W. Elsner, & S. Fullwiler, S. (Eds.), Institutional analysis and praxis: The social fabric matrix approach (pp. 103-120). New York, USA: Springer.

Hodgson, G. M. (2003). El problema de la especificidad histórica. Investigación Económica, 62(245), 33-69.

Jones, C., Boxenbaum, E., & Anthony, G. (2013). The immateriality of the material in institutional logics. In M. Lounsbury, & E. Boxenbaum (Eds.), Research in the sociology of organizations (Vol. 39, Part A – Institutional Logics in Action, pp. 51-75). Wagon Lane: UK. Emerald Publishing.

Kostova, T., & Roth, K. (2002). Adoption of an organizational practice by subsidiaries of multinational corporations: Institutional and relational effects. Academy of Management Journal, 45(1), 215-233. doi:10.2307/3069293

Lawrence, T. B., Winn, M. I., & Jennings, P. D. (2001). The temporal dynamics of institutionalization. The Academy of Management Review, 26(4), 624-644.

Machado-da-Silva, C. L., Silva, V., & Crubellate, J. M. (2005). Estrutura, agência e interpretação: Elementos para uma abordagem recursiva do processo de institucionalização. RAC-Revista de Administração Contemporânea 14(N. Esp.), 77-107. doi:10.1590/ S1415- 65552010000600005

Mahama, H., & Cheng, M. M. (2013). The effect of managers’ enabling perceptions on costing system use, psychological empowerment, and task performance. Behavioral Research in Accounting, 25(1), 89- 114. doi:10.2308/bria-50333

Martins, G. A., & Theóphilo, C. R. (2007). Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo, SP: Atlas.

Meyer, J. W., & Rowan, B. (1977). Institutionalized organizations: Formal structure as myth and ceremony. American Journal of Sociology, 83(2), 340-363.

Orlikowski, W. J. (2007). Sociomaterial practices: Exploring technology at work. Organization Studies, 28(9), 1435-1448. doi:10.1177/0170840607081138

Orlikowski, W. J. (2010). The sociomateriality of organisational life: Considering technology in management research. Cambridge Journal of Economics, 34(1), 125-141. doi:10.1093/cje/bep058

Orlikowski, W. J., & Scott, S. V. (2008). Sociomateriality: Challenging the separation of technology, work and organization. Academy of Management Annals, 2(1), 433-474. doi:10.1080/19416520802211644

Otley, D. T. (1978). Budget use and managerial performance. Journal of Accounting Research, 16(1), 122-149. doi:10.2307/2490414

Oyadomari, J. C. T., Mendonça, O. R., Neto, Cardoso, R. L., & Frezatti, F. (2008). Análise dos fatores que favorecem a institucionalização da value based management (VBM) à luz dos argumentos teóricos da vertente new institutional sociology (NIS). Revista Universo Contábil, 4(2), 6–21.

Oyadomari, J. C. T., Mendonça, O. R., Neto, Cardoso, R. L., & Lima, M. P. D. E. (2008). Fatores que influenciam a adoção de artefatos de controle gerencial nas empresas brasileiras: Um estudo exploratório sob a ótica da teoria institucional. Revista de Contabilidade e Organizações, 2(2), 55-70. doi:10.11606/rco.v2i2.34705

Raey, T., & Jones, C. (2015). Qualitatively capturing institutional logics. Strategic Organization, 14(14), 441-454. doi:10.1177/1476127015589981

Ringle, C. M., Silva, D., & Bido, D. (2014). Modelagem de equações estruturais com utilização do SmartPLS. Revista Brasileira de Marketing, 13(2), 56-73. doi:10.5585/remark.v13i2.2717

Scapens, R. W. (1994). Never mind the gap: Towards an institutional perspective on management accounting practice. Management Accounting Research, 5(3-4), 301-321. doi:10.1006/mare.1994.1019

Scott, W. R. (2001). Institutions and organizations (2nd ed.). Thousand Oaks, USA: Sage Publications.

Seo, M., & Creed, W. E. D. (2002). Institutional contradictions, praxis, and institutional change: A dialetical perspective. Academy of Management Review, 27(2), 222-247.

Smets, M., & Jarzakowski, P. (2013). Reconstructing institutional complexity in practice: A relational model of institutional work and complexity. Human Relations, 66(10), 1279-1309. doi:10.1177/0018726712471407

Soeiro, T. M., Miranda, L. C., & Araújo, J. G. N. (2016). Contradição institucional e mudança na alta administração: O caso de uma empresa nordestina de tecnologia de informação. Revista Universo Contábil, 12(1), 162-177. doi:10.4270/ruc.2016109

Strang, D., & Meyer, J. W. (1993). Institutional conditions for diffusion. Theory and Society, 22(4), 487-511. doi:10.1007/BF00993595

Thornton, P. H., & Ocasio, W. (2008). Institutional logics. In R. Greenwood, C. Oliver, R. Suddaby, & K. Sahlin (Orgs.), The Sage handbook of organizational institutionalism, pp 99-129. London, UK: Sage.

Thornton, P. H., Ocasio, W., & Lounsbury, M. (2012). The institutional logics perspective: A new approach to culture, structure and process. Oxford, USA: Oxford University Press.

Tolbert P. S., & Zucker L. G. (1983). Institutional sources of change in the formal structure of organizations: The diffusion of civil service reform, 1880-1935. Administrative Science Quarterly, 28(1), 22-39. doi:10.2307/2392383

Tolbert, P. S., & Zucker, L. G. (1999). A institucionalização da teoria institucional. In S. R. Clegg., C. Hardy, & W. R. Nord (Orgs.), Handbook de estudos organizacionais (Vol. 1, Cap. 6, pp. 196-219). São Paulo, SP: Atlas.

Tuomela, T. S. (2005). The interplay of different levers of control: A case study of introducing a new performance measurement system. Management Accounting Research, 16(3), 293-320. doi:10.1016/j.mar.2005.06.003

Wagner, E. L., Moll, J., & Newell, S. (2011). Accounting logics, reconfiguration of ERP systems and the emergence of new accounting practices: A sociomaterial perspective. Management Accounting Research, 22(3), 181-197. doi:10.1016/j.mar.2011.03.001

Wanderley, C. A., & Soeiro, T. M. (2016). Contradição institucional e o Balanced scorecard: Um caso de mudança sem sucesso. Revista Universo Contábil, 12(1), 45-65. doi:10.4270/ruc.2016103

Williamson, O. (1971). The vertical integration of production: Market failure considerations. The American Economic Review, 61(2), 112-123.

Zucker, L. G. (1977). The role of institutionalization in cultural persistence. American Sociological Review, 42(5), 726-743.