Análise pragmatista de organizações
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O artigo apresenta uma modalidade de análise organizacional de cunho crítico, que vem sendo construída no Brasil desde 2010 e é fundamentada nos pragmatismos filosófico e sociológico. Após esclarecer seus fundamentos ontológicos, epistemológicos e ético-políticos, são apresentados posicionamentos teóricos sobre organizações, gestão, emprego de modelos e integração dos níveis de análise. Também são apresentados exemplos de sua aplicação, detalhando estudos realizados. Como resultado do trabalho, contribui-se para os Estudos Organizacionais com uma via analítica que privilegia a ação, adota o conceito de ação coletiva, integra níveis de análise e oferece uma abordagem crítica centrada na realidade
brasileira, em favor da transformação social, democracia e justiça social.
Downloads
Métricas
Detalhes do artigo
A RAE compromete-se a contribuir com a proteção dos direitos intelectuais do autor. Nesse sentido:
- adota a licença Creative Commoms BY (CC-BY) em todos os textos que publica, exceto quando houver indicação de específicos detentores dos direitos autorais e patrimoniais;
- adota software de detecção de similaridades;
- adota ações de combate ao plagio e má conduta ética, alinhada às diretrizes do Committee on Publication Ethics (COPE)
Referências
Addams, J. (1902). Democracy and social ethics. New York, USA: Macmillan.
Alexandre, A. (2018). Sociologia da ação coletiva. Florianópolis, SC: UFSC.
Berger, M. (2008). Répondre en citoyen ordinaire: Pour une étude ethnopragmatique des engagements profanes. Tracés. Revue de sciences humaines, (15), 191-208. Retrieved from https://journals.openedition.org/traces/773
Bidet, A. Boutet, M., & Chave, F. (2013). Au-delà de l’intelligibilité mutuelle: L’activité collective comme transaction. Un apport du pragmatisme illustré par trois cas. Activités, 10(1), 172-191. doi : 10.4000/activites.632
Boltanski, L. (2006). Préface. In M. Nachi, Introduction à la sociologie pragmatique. Paris, France: Armand Colin.
Boltanski, L., & Thévenot, L. (1991). De la justification. Les économies de la grandeur. Paris, France: Gallimard.
Bréchet, J.-P. (2019). L’action collective, une perspective régulationniste. Provence, France: Presses Universitaires de Provence.
Caitano, D., & Serva, M. (2020). No limite da razão: O deliberar e a phrónesis no trabalho prisional. Cadernos EBAPE.BR, 18, 821-835. doi : 10.1590/1679-395120190051
Callon, M. (2013). Qu’est-ce qu’un agencement marchand? In M. Callon (Ed.), Sociologie des agencements marchands. Paris, France: Presses de l’École des Mines.
Cefaï, D. (2017). Públicos, problemas públicos, arenas públicas. Novos Estudos, 36(1), 187-213. doi : 10.25091/S0101-3300201700010009
Centre de Sociologie de l’Innovation. (2021). Qui sommes-nous? [Post da web]. Retrieved March 26, 2021, from https://www.csi.minesparis.psl.eu/qui-sommes-nous/
Chateauraynaud, F. (2022). Des expériences ordinaires aux processus critiques non-linéaires. Pragmata, (5), 20-94. Retrieved from https://www.academia.edu/71468497/Des_exp%C3%A9riences_ordinaires_aux_processus_critiques_non_lin%C3%A9aires_Le_pragmatisme_sociologique_face_aux_ruptures_contemporaines
Chateauraynaud, F., & Debaz, J. (2017). Aux bords de l’irréversible. Paris, France: Pétra.
Cohen, Y. (2016). La pratique des praticiens. Raisons Pratiques, 25, 105-145. Retrieved from https://editions.ehess.fr/ouvrages/ouvrage/histoires-pragmatiques/
Damien, R., & Tosel, A. (Eds.). (1998). L’action collective: Coordination, conseil, planification. Paris, France: Les Belles Lettres.
Deleuze, G., & Guattari, F. (1980). Mille plateaux. Paris, France: Éditions de Minuit.
Denegri-Knot, J., & Parsons, E. (2014). Disordering things. Journal of Consumer Behaviour, 13(2), 89-98. doi: 10.1002/cb.1473
Denzin, N. (2010). Moments, mixed methods, and paradigm dialogs. Qualitative Inquiry, 16(6), 419-427. doi: 10.1177/1077800410364608
Dewey, J. (1950). Logica, teoria de la investigación. Mexico, D. F.: Fondo de Cultura Económica.
Dewey, J. (1974). Experiência e natureza (Coleção Pensadores). São Paulo, SP: Abril Cultural.
Dewey, J. (1998). Democracy is radical. In L. A. Hickman & T. Alexander (Eds.), The essential dewey 1, 337-339. Bloomington, USA: Indiana University Press.
Dewey, J. (2007). O desenvolvimento do pragmatismo americano. Scientiæ Studia, 5(2), 227-243. doi: 10.1590/S1678-31662007000200006
Dewey, J., & Bentley, A. (1949). Knowing and the known. Boston, USA: Beacon Press.
Dodier, N. (2005). O espaço e o movimento do sentido crítico. Fórum Sociológico, 2(13/14), 239-277.
Dodier, N., & Barbot, J. (2016). La force des dispositifs. Annales. Histoire, Sciences Sociales, 2(71), 421-450. Retrieved from https://www.cairn.info/revue-annales-2016-2-page-421.htm
Domingos, D. (2020). O sentido e a direção da crítica em administração no Brasil: Perspectivas pragmatistas para a compreensão de um espaço científico (Tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina). Retrieved from http://www.bu.ufsc.br/teses/PCAD1147-T.pdf
European Journal of Pragmatism and American Philosophy. (2021). [Post da web]. Retrieved March 26, 2021, from https://journals.openedition.org/ejpap/
Follett, M. (1924). Creative experience. New York, USA: Longmans.
Frega, R. (2013). Les sources sociales de la normativité. Paris, France: Vrin.
Friedberg, E. (1992). Les quatre dimensions de l'action organisée. Revue Française de Sociologie, 33(4), 531-557. Retrieved from http://www.persee.fr/doc/rfsoc_0035-2969_1992_num_33_4_5623
Hatchuel, A. (2005). Pour une épistémologie de l'action: L'expérience des sciences de gestion. In R. Teulier & P. Lorino (Eds.), Entre connaissance et organisation: L’activité collective (pp. 72-92). Paris, France: La Découverte.
Hennion, A. (2013). D’une sociologie de la médiation à une pragmatique des attachements. SociologieS. https://doi.org/10.4000/sociologies.4353. Retrieved from https://journals.openedition.org/sociologies/4353
Hennion, A., & Monnin, A. (2020). Du pragmatisme au méliorisme radical: Enquêter dans um monde ouvert, prendre acte de ses fragilités, considérer la possibilité des catástrofes. SociologieS. Retrieved from https://journals.openedition.org/sociologies/13931
Higgins, S. (2011). O estudo dos efeitos não intencionais da ação intencional na teoria sociológica. Sociologias, 13(28), 258-282. doi: 10.1590/S1517-45222011000300009
Hildebrand, D. (2003). Beyond realism and antirealism: John Dewey and the neopragmatists. Nashville, USA: Vanderbilt University Press.
James, W. (2018), The meaning of truth. In Complete works of William James. Hastings, USA: Delphi Publishing.
Kreplak, Y., & Lavergne, C. (2008). Les pragmatiques à l’épreuve du pragmatisme: Esquisse d’un “air de famille”. Tracés, 15, 127-145. doi: 10.4000/traces.713
Latour, B. (2012). Reagregando o social. Salvador, BA: EDUSC.
Lavergne, C., & Mondémé, T. (2008). Pragmatismes: Vers une politique de l’action située. Tracés, 15, 5-22.
Mahnic, C. (2021). Ser professor de administração em instituições privadas: Uma análise com base na sociologia da ciência (Tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina). Retrieved from https://ppgadm.posgrad.ufsc.br/
Martela, F. (2015). Fallible inquiry with ethical ends-in-view: A pragmatist philosophy of science for organizational research. Organization Studies, 26(4), 537-563. doi : 10.1177/0170840614559257
Martinet, A., & Pesqueux, Y. (2013). Épistémologie des sciences de gestion. Paris, France: Vuibert.
Matarazzo, G., Quintão, F., & Serva, M. (2021). Vigiar ou educar: A governança ambiental como experiência. Administração Pública e Gestão Social, 13(2). doi: 10.21118/apgs.v13i2.10225
Matarazzo, G., & Serva, M. (2021). Unidades de Conservação Ambiental: Uma análise pragmatista da gestão e dos modos de existência organizacional de uma Estação Ecológica. Organizações & Sociedade, 28(98), 602-621. doi : 10.1590/1984-92302021v28n9806PT
Mead, G. (1934). Self, mind and society. Chicago, USA: University Chicago Press.
Melo, D. (2021). É a lama, é a lama: Uma análise pragmatista das trajetórias da ação pública na reparação do crime-desastre da Samarco na vila da Regência Augusta (ES) (Tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina). Retrieved from https://ppgadm.posgrad.ufsc.br/
Merton, R. (1936). The unanticipated consequences of purposive social action. American Sociological Review, I, 894-904. doi : 10.2307/2084615
Mills, W. (1940). Situated actions and vocabularies of motive. American Sociological Review, 5(6), 904-913. doi : 10.2307/2084524
Morgan, D. (2014). Pragmatism as a paradigm for social research. Qualitative Inquiry, 20(8), 1045-1053. doi: 10.1177/1077800413513733
Ogien, A. (2010). Normativité sociale et normativité neuronale. Revue Française de Sociologie, 4(51), 667-691. doi: 10.3917/rfs.514.0667
Ogien, A. (2015). Pragmatism’s legacy to sociology respecified. European Journal of Pragmatism and American Philosophy, VII(1), 77-97. doi: 10.4000/ejpap.371
Ogien, A. (2018). Practical action: Wittgenstein, pragmatism and sociology. NewCastle, UK: Cambridge Scholars Publishing.
Peirce, C. (1878). How to make our ideas clear. Popular Science Monthly, 12, 286-302. Retrieved January, from https://en.wikisource.org/wiki/Popular_Science_Monthly/Volume_12/January_1878/Illustrations_of_the_Logic_of_Science_II
Quéré, L. (1997). La situation toujours négligée? Réseaux, 15(85), 163-192. doi : 10.3406/reso.1997.3139
Quéré, L. (2009). Intérêts et limites de la théorie des régimes pragmatiques pour la sociologie de l’action. In M. Brevigliere, C. Lafaye, D. Trom (Eds), Compétences critiques et sens de la justice (pp. 309-332). Paris, France: Economica.
Quéré, L. (2020). From inter-action to trans-action: Ecologizing the social sciences. In C. Morgner (Ed.), John Dewey and the notion of trans-action (pp. 223-252). Cham, Switzerland: Palgrave.
Ramos, G. (1981). A nova ciência das organizações. Rio de Janeiro, RJ: FGV.
Ricœur, P. (1986). Du texte à l’action. Paris, France: Seuil.
Schön, D. (1984). The reflective practitioner. New York, USA: Basic Books.
Simpson, B. (2018). Pragmatism: A philosophy of practice. In C. Cassell, A. Cunliffe & G. Grandy (Eds.), The SAGE handbook of qualitative business and management research methods, 54-68. London, UK: Sage.
Simpson, B., & Hond, F. (2021). The Contemporary Resonances of Classical Pragmatism for Studying Organization and Organizing. Organization Studies, 43(1), 127-146. doi: 10.1177/0170840621991689
Stürmer, J. (2020). Governança ambiental, uma análise a partir das práticas de gestão em Unidades de Conservação (Tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina). Retrieved from https://ppgadm.posgrad.ufsc.br/
Taupin, B. (2015). L’apport de la sociologie pragmatique française aux études critiques en management. RAE-Revista de Administração de Empresas, 55(2), 162-174. doi: 10.1590/S0034-759020150206
Thévénot, L. (2011). An interview with Laurent Thévénot: On engagement, critique, commonality, and power. European Journal of Social Theory, 14(3), 383-400. doi : 10.1177/1368431011412351
Timmermans, S., & Tavory, I. (2012). Theory construction in qualitative research: From grounded theory to abductive analysis. Sociological Theory, 30(3), 167-186. doi : 10.1177/0735275112457914
Trethewey, A., & Ashcraft, L. (Eds.). (2004). Practicing disorganization: The development of applied perspectives on living with tension. Journal of Applied Communication Research, 32(2), 81-88. doi : 10.1080/0090988042000210007
Tsoukas, H., & Chia, R. (Eds.). (2011). Research in the sociology of organizations: Philosophy and organization theory. Bingley, UK: Emerald.
Watson, T. (2010). Critical social science, pragmatism and the realities of HRM. The International Journal of Human Resource Management, 21(6), 915-931. doi: 10.1080/09585191003729374