Análise pragmatista de organizações

Conteúdo do artigo principal

Maurício Serva
https://orcid.org/0000-0003-2416-3405

Resumo

O artigo apresenta uma modalidade de análise organizacional de cunho crítico, que vem sendo construída no Brasil desde 2010 e é fundamentada nos pragmatismos filosófico e sociológico. Após esclarecer seus fundamentos ontológicos, epistemológicos e ético-políticos, são apresentados posicionamentos teóricos sobre organizações, gestão, emprego de modelos e integração dos níveis de análise. Também são apresentados exemplos de sua aplicação, detalhando estudos realizados. Como resultado do trabalho, contribui-se para os Estudos Organizacionais com uma via analítica que privilegia a ação, adota o conceito de ação coletiva, integra níveis de análise e oferece uma abordagem crítica centrada na realidade
brasileira, em favor da transformação social, democracia e justiça social. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
SERVA, M. Análise pragmatista de organizações . RAE-Revista de Administração de Empresas, [S. l.], v. 63, n. 1, p. e2021–0563, 2022. DOI: 10.1590/S0034-759020230101. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/rae/article/view/88538. Acesso em: 30 jun. 2024.
Seção
Artigos

Referências

Addams, J. (1902). Democracy and social ethics. New York, USA: Macmillan.

Alexandre, A. (2018). Sociologia da ação coletiva. Florianópolis, SC: UFSC.

Berger, M. (2008). Répondre en citoyen ordinaire: Pour une étude ethnopragmatique des engagements profanes. Tracés. Revue de sciences humaines, (15), 191-208. Retrieved from https://journals.openedition.org/traces/773

Bidet, A. Boutet, M., & Chave, F. (2013). Au-delà de l’intelligibilité mutuelle: L’activité collective comme transaction. Un apport du pragmatisme illustré par trois cas. Activités, 10(1), 172-191. doi : 10.4000/activites.632

Boltanski, L. (2006). Préface. In M. Nachi, Introduction à la sociologie pragmatique. Paris, France: Armand Colin.

Boltanski, L., & Thévenot, L. (1991). De la justification. Les économies de la grandeur. Paris, France: Gallimard.

Bréchet, J.-P. (2019). L’action collective, une perspective régulationniste. Provence, France: Presses Universitaires de Provence.

Caitano, D., & Serva, M. (2020). No limite da razão: O deliberar e a phrónesis no trabalho prisional. Cadernos EBAPE.BR, 18, 821-835. doi : 10.1590/1679-395120190051

Callon, M. (2013). Qu’est-ce qu’un agencement marchand? In M. Callon (Ed.), Sociologie des agencements marchands. Paris, France: Presses de l’École des Mines.

Cefaï, D. (2017). Públicos, problemas públicos, arenas públicas. Novos Estudos, 36(1), 187-213. doi : 10.25091/S0101-3300201700010009

Centre de Sociologie de l’Innovation. (2021). Qui sommes-nous? [Post da web]. Retrieved March 26, 2021, from https://www.csi.minesparis.psl.eu/qui-sommes-nous/

Chateauraynaud, F. (2022). Des expériences ordinaires aux processus critiques non-linéaires. Pragmata, (5), 20-94. Retrieved from https://www.academia.edu/71468497/Des_exp%C3%A9riences_ordinaires_aux_processus_critiques_non_lin%C3%A9aires_Le_pragmatisme_sociologique_face_aux_ruptures_contemporaines

Chateauraynaud, F., & Debaz, J. (2017). Aux bords de l’irréversible. Paris, France: Pétra.

Cohen, Y. (2016). La pratique des praticiens. Raisons Pratiques, 25, 105-145. Retrieved from https://editions.ehess.fr/ouvrages/ouvrage/histoires-pragmatiques/

Damien, R., & Tosel, A. (Eds.). (1998). L’action collective: Coordination, conseil, planification. Paris, France: Les Belles Lettres.

Deleuze, G., & Guattari, F. (1980). Mille plateaux. Paris, France: Éditions de Minuit.

Denegri-Knot, J., & Parsons, E. (2014). Disordering things. Journal of Consumer Behaviour, 13(2), 89-98. doi: 10.1002/cb.1473

Denzin, N. (2010). Moments, mixed methods, and paradigm dialogs. Qualitative Inquiry, 16(6), 419-427. doi: 10.1177/1077800410364608

Dewey, J. (1950). Logica, teoria de la investigación. Mexico, D. F.: Fondo de Cultura Económica.

Dewey, J. (1974). Experiência e natureza (Coleção Pensadores). São Paulo, SP: Abril Cultural.

Dewey, J. (1998). Democracy is radical. In L. A. Hickman & T. Alexander (Eds.), The essential dewey 1, 337-339. Bloomington, USA: Indiana University Press.

Dewey, J. (2007). O desenvolvimento do pragmatismo americano. Scientiæ Studia, 5(2), 227-243. doi: 10.1590/S1678-31662007000200006

Dewey, J., & Bentley, A. (1949). Knowing and the known. Boston, USA: Beacon Press.

Dodier, N. (2005). O espaço e o movimento do sentido crítico. Fórum Sociológico, 2(13/14), 239-277.

Dodier, N., & Barbot, J. (2016). La force des dispositifs. Annales. Histoire, Sciences Sociales, 2(71), 421-450. Retrieved from https://www.cairn.info/revue-annales-2016-2-page-421.htm

Domingos, D. (2020). O sentido e a direção da crítica em administração no Brasil: Perspectivas pragmatistas para a compreensão de um espaço científico (Tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina). Retrieved from http://www.bu.ufsc.br/teses/PCAD1147-T.pdf

European Journal of Pragmatism and American Philosophy. (2021). [Post da web]. Retrieved March 26, 2021, from https://journals.openedition.org/ejpap/

Follett, M. (1924). Creative experience. New York, USA: Longmans.

Frega, R. (2013). Les sources sociales de la normativité. Paris, France: Vrin.

Friedberg, E. (1992). Les quatre dimensions de l'action organisée. Revue Française de Sociologie, 33(4), 531-557. Retrieved from http://www.persee.fr/doc/rfsoc_0035-2969_1992_num_33_4_5623

Hatchuel, A. (2005). Pour une épistémologie de l'action: L'expérience des sciences de gestion. In R. Teulier & P. Lorino (Eds.), Entre connaissance et organisation: L’activité collective (pp. 72-92). Paris, France: La Découverte.

Hennion, A. (2013). D’une sociologie de la médiation à une pragmatique des attachements. SociologieS. https://doi.org/10.4000/sociologies.4353. Retrieved from https://journals.openedition.org/sociologies/4353

Hennion, A., & Monnin, A. (2020). Du pragmatisme au méliorisme radical: Enquêter dans um monde ouvert, prendre acte de ses fragilités, considérer la possibilité des catástrofes. SociologieS. Retrieved from https://journals.openedition.org/sociologies/13931

Higgins, S. (2011). O estudo dos efeitos não intencionais da ação intencional na teoria sociológica. Sociologias, 13(28), 258-282. doi: 10.1590/S1517-45222011000300009

Hildebrand, D. (2003). Beyond realism and antirealism: John Dewey and the neopragmatists. Nashville, USA: Vanderbilt University Press.

James, W. (2018), The meaning of truth. In Complete works of William James. Hastings, USA: Delphi Publishing.

Kreplak, Y., & Lavergne, C. (2008). Les pragmatiques à l’épreuve du pragmatisme: Esquisse d’un “air de famille”. Tracés, 15, 127-145. doi: 10.4000/traces.713

Latour, B. (2012). Reagregando o social. Salvador, BA: EDUSC.

Lavergne, C., & Mondémé, T. (2008). Pragmatismes: Vers une politique de l’action située. Tracés, 15, 5-22.

Mahnic, C. (2021). Ser professor de administração em instituições privadas: Uma análise com base na sociologia da ciência (Tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina). Retrieved from https://ppgadm.posgrad.ufsc.br/

Martela, F. (2015). Fallible inquiry with ethical ends-in-view: A pragmatist philosophy of science for organizational research. Organization Studies, 26(4), 537-563. doi : 10.1177/0170840614559257

Martinet, A., & Pesqueux, Y. (2013). Épistémologie des sciences de gestion. Paris, France: Vuibert.

Matarazzo, G., Quintão, F., & Serva, M. (2021). Vigiar ou educar: A governança ambiental como experiência. Administração Pública e Gestão Social, 13(2). doi: 10.21118/apgs.v13i2.10225

Matarazzo, G., & Serva, M. (2021). Unidades de Conservação Ambiental: Uma análise pragmatista da gestão e dos modos de existência organizacional de uma Estação Ecológica. Organizações & Sociedade, 28(98), 602-621. doi : 10.1590/1984-92302021v28n9806PT

Mead, G. (1934). Self, mind and society. Chicago, USA: University Chicago Press.

Melo, D. (2021). É a lama, é a lama: Uma análise pragmatista das trajetórias da ação pública na reparação do crime-desastre da Samarco na vila da Regência Augusta (ES) (Tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina). Retrieved from https://ppgadm.posgrad.ufsc.br/

Merton, R. (1936). The unanticipated consequences of purposive social action. American Sociological Review, I, 894-904. doi : 10.2307/2084615

Mills, W. (1940). Situated actions and vocabularies of motive. American Sociological Review, 5(6), 904-913. doi : 10.2307/2084524

Morgan, D. (2014). Pragmatism as a paradigm for social research. Qualitative Inquiry, 20(8), 1045-1053. doi: 10.1177/1077800413513733

Ogien, A. (2010). Normativité sociale et normativité neuronale. Revue Française de Sociologie, 4(51), 667-691. doi: 10.3917/rfs.514.0667

Ogien, A. (2015). Pragmatism’s legacy to sociology respecified. European Journal of Pragmatism and American Philosophy, VII(1), 77-97. doi: 10.4000/ejpap.371

Ogien, A. (2018). Practical action: Wittgenstein, pragmatism and sociology. NewCastle, UK: Cambridge Scholars Publishing.

Peirce, C. (1878). How to make our ideas clear. Popular Science Monthly, 12, 286-302. Retrieved January, from https://en.wikisource.org/wiki/Popular_Science_Monthly/Volume_12/January_1878/Illustrations_of_the_Logic_of_Science_II

Quéré, L. (1997). La situation toujours négligée? Réseaux, 15(85), 163-192. doi : 10.3406/reso.1997.3139

Quéré, L. (2009). Intérêts et limites de la théorie des régimes pragmatiques pour la sociologie de l’action. In M. Brevigliere, C. Lafaye, D. Trom (Eds), Compétences critiques et sens de la justice (pp. 309-332). Paris, France: Economica.

Quéré, L. (2020). From inter-action to trans-action: Ecologizing the social sciences. In C. Morgner (Ed.), John Dewey and the notion of trans-action (pp. 223-252). Cham, Switzerland: Palgrave.

Ramos, G. (1981). A nova ciência das organizações. Rio de Janeiro, RJ: FGV.

Ricœur, P. (1986). Du texte à l’action. Paris, France: Seuil.

Schön, D. (1984). The reflective practitioner. New York, USA: Basic Books.

Simpson, B. (2018). Pragmatism: A philosophy of practice. In C. Cassell, A. Cunliffe & G. Grandy (Eds.), The SAGE handbook of qualitative business and management research methods, 54-68. London, UK: Sage.

Simpson, B., & Hond, F. (2021). The Contemporary Resonances of Classical Pragmatism for Studying Organization and Organizing. Organization Studies, 43(1), 127-146. doi: 10.1177/0170840621991689

Stürmer, J. (2020). Governança ambiental, uma análise a partir das práticas de gestão em Unidades de Conservação (Tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina). Retrieved from https://ppgadm.posgrad.ufsc.br/

Taupin, B. (2015). L’apport de la sociologie pragmatique française aux études critiques en management. RAE-Revista de Administração de Empresas, 55(2), 162-174. doi: 10.1590/S0034-759020150206

Thévénot, L. (2011). An interview with Laurent Thévénot: On engagement, critique, commonality, and power. European Journal of Social Theory, 14(3), 383-400. doi : 10.1177/1368431011412351

Timmermans, S., & Tavory, I. (2012). Theory construction in qualitative research: From grounded theory to abductive analysis. Sociological Theory, 30(3), 167-186. doi : 10.1177/0735275112457914

Trethewey, A., & Ashcraft, L. (Eds.). (2004). Practicing disorganization: The development of applied perspectives on living with tension. Journal of Applied Communication Research, 32(2), 81-88. doi : 10.1080/0090988042000210007

Tsoukas, H., & Chia, R. (Eds.). (2011). Research in the sociology of organizations: Philosophy and organization theory. Bingley, UK: Emerald.

Watson, T. (2010). Critical social science, pragmatism and the realities of HRM. The International Journal of Human Resource Management, 21(6), 915-931. doi: 10.1080/09585191003729374