Qual a posição das mulheres na rede de board interlocking do brasil? Uma análise para o período de 1997 a 2015

Conteúdo do artigo principal

Thiago de Sousa Barros
Charles Kirschbaum

Resumo

Até bem recentemente, os conselhos de administração das empresas apresentavam forte predominância masculina, imperando resultados controversos quanto à inserção das mulheres nesses órgãos. Em face disso, esta pesquisa teve como objetivo investigar a evolução da participação feminina nos conselhos de administração das empresas brasileiras listadas na B3 e a posição dessas conselheiras na rede corporativa de board interlocking, entre 1997 e 2015. Para entender esse fenômeno, foi adotada a
metodologia Análise de Redes Sociais (ARS) e diversos indicadores foram calculados. Os resultados indicam que as mulheres aumentaram sua participação na alta administração do ambiente corporativo brasileiro e começam a integrar os conselhos de administração, cenário ainda distante da realidade observada em países desenvolvidos. No entanto, quando foram analisados
os membros conectados na rede corporativa, concluímos que as mulheres alcançam alta proximidade, uma vez que têm alto grau de centralidade na rede, mas também carecem de potencial de intermediação. Tais resultados sinalizam a necessidade de aumentar a diversidade de gênero no alto escalão das empresas, o que poderia elevar a qualidade do debate nos conselhos de administração e melhorar os níveis de governança corporativa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
DE SOUSA BARROS, T.; KIRSCHBAUM, C. Qual a posição das mulheres na rede de board interlocking do brasil? Uma análise para o período de 1997 a 2015 . RAE-Revista de Administração de Empresas, [S. l.], v. 63, n. 1, p. e2021–0410, 2023. DOI: 10.1590/S0034-759020230107. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/rae/article/view/88998. Acesso em: 30 jun. 2024.
Seção
Artigos

Referências

Alliance for Board Diversity. (2008). Women and minorities on fortune 100 boards. Recuperado de http://theabd.org/Women%20and%20Minorities%20on%20F100%20 Boards_2008.pdf

Barros, T. S., Cárdenas, J., & Mendes-da-Silva, W. (2021). The effect of interlocking directorates on mergers and acquisitions in Brazil. Journal of Management and Governance, 25, 811–839. doi:10.1007/s10997-020-09529-7

Bavelas, A. (1950). Communication patterns in task‐oriented groups. The Journal of the Acoustical Society of America, 22(6), 725-730. doi: 10.1121/1.1906679

Benton, R. A., & Cobb, J. A. (2019). Eyes on the horizon? Fragmented elites and the short-term focus of the American corporation. American Journal of Sociology, 124(6), 1631-1684. doi: 10.1086/702916

Bøhren, Ø., & Staubo, S. (2014). Does mandatory gender balance work? Changing organizational form to avoid board upheaval. Journal of Corporate Finance, 28, 152-168. doi: 10.1016/j.jcorpfin.2013.12.005

Bonacich, P. (1972). Factoring and weighting approaches to status scores and clique identification. Journal of Mathematical Sociology, 2(1), 113-120. doi: 10.1080/0022250X.1972.9989806

Borgatti, S. P. (2009). 2-Mode concepts in social network analysis. Encyclopedia of Complexity and System Science, 6, 8279-8291. doi: 10.1007/978-0-387-30440-3

Borgatti, S. P., & Everett, M. G. (1997). Network analysis of 2-mode data. Social Networks, 19, 243-269. doi: 10.1016/S0378-8733(96)00301-2

Borgatti, S. P., Everett, M. G., & Freeman, L. C. (2002). Ucinet for Windows: Software for social network analysis. Harvard, MA: Analytic Technologies. Recuperado de https://sites.google.com/site/ucinetsoftware/home

Borgatti, S. P., Everett, M. G., & Johnson, J. C. (2018). Analyzing social networks. Thousand Oaks, CA: Sage.

Brookfield, J., Chang, S., Drori, I., Ellis, S., Lazzarini, S., Siegel, J., & Bardina, J. P. von B. (2012). Liberalization, network dynamics, and business groups. In: The Small Worlds of Corporate Governance (pp.77-116). New York: MIT Press.

Burt, R. S. (1998). The gender of social capital. Rationality and Society, 10(1), 5-46. doi: 10.1177/104346398010001001

Christakis, N. A., & Fowler, J. H. (2007). The spread of obesity in a large social network over 32 years. New England Journal of Medicine, 357(4), 370-379. doi: 10.1056/NEJMsa066082

Cirino, J. F. (2018). Discriminação por gênero no mercado de trabalho: Uma comparação do diferencial de rendimento entre homens e mulheres para os anos de 2002 e 2014. Planejamento e Políticas Públicas (PPP) – IPEA, (51), 221-253. Retrieved fromhttps://www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/view/932

Costa, L., Sampaio, J. O., & Flores, E. S. (2019). Diversidade de gênero nos conselhos administrativos e sua relação com desempenho e risco financeiro nas empresas familiares. Revista de Administração Contemporânea, 23(6), 721-738. doi: 10.1590/1982-7849rac2019180327

Dahlander, L., & McFarland, D. A. (2013). Ties that last: Tie formation and persistence in research collaborations over time. Administrative Science Quarterly, 58(1), 69-110. doi: 10.1177/0001839212474272

Dalton, D. R., & Dalton, C. M. (2009). On the progress of corporate women: Less a glass ceiling than a bottleneck? In Women on corporate boards of directors: International research and practice (pp. 184-197). Cheltenham, UK: Edward Elgar Publishing.

Elstad, B., & Ladegard, G. (2012). Women on corporate boards: Key influencers or tokens? Journal of Management & Governance, 16(4), 595-615. doi: 10.1007/s10997-010-9165-y

Ferris, S. P., Jagannathan, M., & Pritchard, A. C. (2003). Too busy to mind the business? Monitoring by directors with multiple board appointments. The Journal of Finance, 58(3), 1087-1111. Retrieved fromhttps://www.repository.law.umich.edu/articles/1555

Freeman, L. C. (1977). A set of measures of centrality based on betweenness. Sociometry, 40, 3541. doi: 10.2307/3033543

Freeman, L. C. (1979). Centrality in networks: I. Conceptual clarification. Social Networks, 1, 215-239. doi: 10.1016/0378-8733(78)90021-7

Freeman, L. C., Borgatti, S. P., & White, D. R. (1991). Centrality in valued graphs: A measure of betweenness based on network flow. Social Networks, 13(2), 141-154. doi: 10.1016/0378-8733(91)90017-N

Granovetter, M. S. (1973). The strength of weak ties. American Journal of Sociology, 78(6), 1360-1380. Recuperado de https://www.jstor.org/stable/2776392

Gundlach, H. (2015). CC BY-SA 4.0. Analysis. Wikimedia Commons. Recuperado de https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0

Heemskerk, E. M., & Fennema, M. (2014). Women on bard: Female board membership as a form of elite democratization. Enterprise and Society, 15(2), 252-284. doi: 10.1093/es/kht136

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. (2013). Fundamentos para discussão sobre cotas para mulheres nos conselhos no Brasil. Recuperado de http://www.ibgc.org.br/download/manifestacao/IBGC_Pesquisa_CotasMulheres.pdf

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. (2015). Código das melhores práticas de governança corporativa (5a ed.). São Paulo, SP: IBGC.

Knippen, J. M., Shen, W., & Zhu, Q. (2019). Limited progress? The effect of external pressure for board gender diversity on the increase of female directors. Strategic Management Journal, 40(7), 1123-1150. doi: 10.1002/smj.3014

Knoke, D. (2018). Power networks. In H. Best & J. Higley (Eds.), The Palgrave handbook of political elites (pp. 539-561). London, UK: Palgrave Macmillan UK.

Kopoboru, S., Cuevas-Rodríguez, G., & Pérez-Calero, L. (2020). Boards that make a difference in firm’s acquisitions: The role of interlocks and former politicians in Spain. Sustainability, 12(3), 984. doi: 10.3390/su12030984

Kossinets, G., & Watts, D. J. (2009). Origins of homophily in an evolving social network. American Journal of Sociology, 115(2), 405-450. doi: 10.1086/599247

Krackhardt, D. (1990). Assessing the political landscape: Structure, cognition, and power in organizations. Administrative Science Quarterly, 35(2), 342-369. doi: 10.2307/2393394

Larcker, D., So, E., & Wang, C. (2013). Boardroom centrality and firm performance. Journal of Accounting and Economics, 55(2013), 225-250. doi: 10.1016/j.jacceco.2013.01.006

Lomi, A., Lusher, D., Pattison, P. E., & Robins, G. (2014). The focused organization of advice relations: A study in boundary crossing. Organization Science, 25(2), 438-457. doi: 10.1287/orsc.2013.0850

Maida, A., & Weber, A. (2019). Female leadership and gender gap within firms: Evidence from an Italian board reform [Discussion Paper n. 12.099]. CEU, WU Vienna, IZA and CEPR. Recuperado de https://docs.iza.org/dp12099.pdf

Masulis, R. W., & Zhang, E. J. (2019). How valuable are independent directors? Evidence from external distractions. Journal of Financial Economics, 132(3), 226-256. doi: 10.1016/j.jfineco.2018.02.014

Mendes-da-Silva, W., Rossoni, L., Martin, D. L., & Martelanc, R. (2008). The influence of corporate relationships networks on the performance of firms in the Novo Mercado of Bovespa. Brazilian Review of Finance, 6(3), 337-358. doi: 10.12660/rbfin.v6n3.2008.1344

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. (2019). Organisation for Economic Co-operation and Development Corporate Governance Factbook. Recuperado de https://www.oecd.org/corporate/corporate-governance-factbook.htm

Podolny, J. M. (1993). A status-based model of market competition. The American Journal of Sociology, 98, 829-872. Recuperado de https://www.jstor.org/stable/2781237

Prudêncio, P., Forte, H., Crisóstomo, V., & Vasconcelos, A. (2021). Effect of diversity in the board of directors and top management team on corporate social responsibility. Brazilian Business Review, 18(1), 1-22. doi: 10.15728/bbr.2021.18.2.1

Sauder, M., Lynn, F., & Podolny, J. M. (2012). Status: Insights from organizational sociology. Annual Review of Sociology, 38, 267-283. doi: 10.1146/annurev-soc-071811-145503

Shaw, M. E. (1954). Group structure and the behavior of individuals in small groups. The Journal of Psychology, 38(1),139-149. doi: 10.1080/00223980.1954.9712925