Improvisação: Nem jazz, nem teatro, mas metamorfose itinerária

Conteúdo do artigo principal

Alexandre de Padua Carrieri
http://orcid.org/0000-0001-8552-8717
Edson Antunes Quaresma
http://orcid.org/0000-0001-9450-9753
José Vitor Palhares
http://orcid.org/0000-0002-9190-3875
Ana Rosa Camillo Aguiar
http://orcid.org/0000-0001-6488-5651

Resumo

O objetivo deste artigo foi compreender como a improvisação realizada pelos artistas circenses se insere no cotidiano da gestão do circo e do espetáculo. Sob a perspectiva qualitativa de investigação aplicada na análise de multicasos, os dados foram produzidos mediante observações assistemáticas no cotidiano de 31 circos itinerantes localizados na região sudeste do Brasil e de entrevistas semiestruturadas com 116 artistas circenses, e a análise de dados foi feita por meio da análise de narrativas. As improvisações aparecem tanto na condução do espetáculo como dentro deste. Elas estão vinculadas ao poder de afetar ou não o público que assiste às peças e de preencher um vácuo na condução da performance circense, que cria condições para possíveis enredos. O espetáculo se metamorfisa, então, em várias possiblidades: encurtando, empurrando, apressando, picoteando. Agenciamentos esses que possibilitam maliciosamente a improvisação de ocorrer, desenhando outros espetáculos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
CARRIERI, A. de P.; QUARESMA, E. A.; PALHARES, J. V.; AGUIAR, A. R. C. Improvisação: Nem jazz, nem teatro, mas metamorfose itinerária. RAE-Revista de Administração de Empresas, [S. l.], v. 60, n. 4, p. 273–283, 2020. DOI: 10.1590/S0034-759020200404. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/rae/article/view/81313. Acesso em: 3 jul. 2024.
Seção
Artigos

Referências

Abrantes, A. C. M., Passos, A. M., Cunha, M. P., & Costa, P. L. (2018). Adaptação improvisada em equipa: Um modelo de adaptação em tempo real. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, 7(3), 29-57. doi:10.9771/23172428rigs.v7i3.25642

Abrantes, A. C. M., Passos, A. M., Cunha, M. P., & Santos, C. M. (2018). Bringing team improvisation to team adaptation: The combined role of shared temporal cognitions and team learning behaviors fostering team performance. Journal of Business Research, 84, 59-71. doi:10.1016/j.jbusres.2017.11.005

Afkhami, A., & Shakiba, K. (2018). Ideological representation of Iran & England's newspapers: A critical metaphor analysis. Language Related Research, 8(7), 209-231. Recuperado de http://journals.modares.ac.ir/article-14-10131-en.html

Agostinho, L. D. (2017). The late style: Deleuze and Beckett. Kriterion: Revista de Filosofia, 58(138), 617-636. doi:10.1590/0100-512x2017n13709lda

Aguiar, A. R. C., & Carrieri, A. P. (2016). “Água de lona” e “Sangue de serragem” nos discursos de sujeitos circenses. Organizações & Sociedade, 23(77), 247-262. doi:10.1590/1984-9230774

Arantes, F. P., Freitag, M. S. B., & Santos, E. L. S. (2018). Improvisação e aprendizagem de empreendedores informais: A experiência de empreendedores feirantes. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, 7(3), 1-31. doi:10.14211/regepe.v7i3.921

Bolognesi, M. F. (2005). O riso no circo: A paródia acrobática. Urdimento-Revista de Estudos em Artes Cênicas, 1(7), 67-74. doi:10.5965/1414573101072005067

Buras, N. A. (2017). “Building on the ideas as opposed to tearing down ideas": Improviser facilitators’ contributions to workplace learning. The Online Journal of New Horizons in Education-April, 7(2), 54-61. Recuperado de https://www.tojned.net/journals/tojned/articles/v07i02/v07i02-06.pdf

Carvalho, J. D. (2011). Gilles Deleuze e Guimarães Rosa, uma conexão entre filosofia e literatura: O devir, o duplo e a metamorfose. Aisthe, 5(7), 27-40. Recuperado de https://revistas.ufrj.br/index.php/Aisthe/article/view/286/306

Cassell, C., & Bishop, V. (2018). Qualitative data analysis: Exploring themes, metaphors and stories. European Management Review, 16(1), 1-13. doi:10.1111/emre.12176

Cornelissen, J. P. (2005). Beyond compare: Metaphor in organization theory. The Academy of Management Review, 30(4), 751-764. doi:10.2307/20159166

Costa, D. W. (2018). Nomadismo como potência de sonhar: O nômade e sua máquina de guerra. ARTEFACTUM – Revista de Estudos em Linguagens e Tecnologia, 16(1), 1-9. Recuperado de http://artefactum.rafrom.com.br/index.php/artefactum/article/view/1635/748

Costa, L. B. (2006). O Ritornelo em Deleuze-Guattari e as três éticas possíveis. Recuperado de http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/005e2.pdf

Crossan, M. M., & Hurst, D. K. (2006). Strategic renewal as improvisation: Reconciling the tension between exploration and exploitation. In J. A. C. Baum, S. D. Dobrev, & A. Van Witteloostuijn (Eds.). Ecology and Strategy – Advances in Strategic Management (pp. 273-298). Bingley: Emerald Group Publishing Limited.

Crossan, M., & Sorrenti, M. (2002). Making sense of improvisation. Advances in Strategic Management, 14, 155-180. Recuperado de https://ir.stonybrook.edu/xmlui/bitstream/handle/11401/8165/crossanandsorrenti1997.pdf?sequence=3

Cunha, M. P. (2002). All that jazz: Três aplicações do conceito de improvisação organizacional. RAE-Revista de Administração de Empresas, 42(3), 1-7. doi:10.1590/S0034-75902002000300004

Cunha, M. P., Clegg, S. R., Rego, A., & Neves, P. (2014). Organizational improvisation: From the constraint of strict tempo to the power of the Avant‐Garde. Creativity and Innovation Management, 23(4), 359-373.

Cunha, M. P., Clegg, S. R., Rego, A., & Story, J. (2013). From the physics of change to Realpolitik: Improvisational relations of power and resistance. Journal of Change Management, 13(4), 460-476. doi:10.1080/14697017.2013.851923

Deleuze, G. (1991). Foucault. São Paulo, SP: Brasiliense.

Deleuze, G. (2006). Diferença e repetição. Rio de Janeiro, RJ: Graal.

Deleuze, G. (2013). El saber: Curso sobre Foucault. Buenos Aires, Argentina: Cactus.

Deleuze, G., & Guattari, F. (1995a). Mil platôs: Capitalismo e esquizofrenia (Vol. 1). São Paulo, SP: Editora 34.

Deleuze, G., & Guattari, F. (1995b). Mil platôs: Capitalismo e esquizofrenia (Vol. 2). São Paulo, SP: Editora 34.

Deleuze, G., & Guattari, F. (1997). Mil platôs: Capitalismo e esquizofrenia (Vol. 5). Rio de Janeiro, RJ: Editora 34.

Flach, L. (2012). A rota das cervejarias artesanais de Santa Catarina: Analisando improvisação e aprendizagem. Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, 10(3), 567-594. Recuperado de https://periodicos.ufpe.br/revistas/gestaoorg/article/viewFile/21633/18325

Foucault, M. (1977). Vigiar e punir. Petrópolis, RJ: Vozes.

Foucault, M. (1979). Microfísica do poder. Rio de Janeiro, RJ: Edições Graal Ltda.

Hadida, A. L., Tarvainen, W., & Rose, J. (2015). Organizational improvisation: A consolidating review and framework. International Journal of Management Reviews, 17(4), 437-459. doi:10.1111/ijmr.12047

Hatch, M. J., & Weick, K. E. (1998). Critics' corner: Critical resistance to the jazz metaphor. Organization Science, 9(5), 600-604. doi:10.1287/orsc.9.5.600

Kafka, F. (2000). A metamorfose. São Paulo: Brasiliense.

Kravchenko, S. A. (2017). Metamorphoses: Essence, increasingly complex types, place in sociology of knowledge. Sociological Studies, 10(10), 3-14. doi:10.7868/S0132162517100014

Leybourne, S. A., Lynn, G., & Vendelø, M. T. (2014). Forms, metaphors, and themes: An introduction to the special issue on organizational improvisation. Creativity and Innovation Management, 23(4), 353-358. doi:10.1111/caim.12093

DeLuca, G. De, Rocha-de-Oliveira, S., & Chiesa, C. D. (2016). Projeto e metamorfose: Contribuições de Gilberto Velho para os estudos sobre carreiras. Revista de Administração Contemporânea, 20(4), 458-476. doi:10.1590/1982-7849rac2016140080

Matos, M. F. B. (2017). Produção de sentido e efeitos de protagonismo na cobertura de um jornal local: Análise de narrativas. ÂNCORA-Revista Latino-americana de Jornalismo, 4(2), 74-92. doi:10.22478/ancora.v4n2p74-92

Morais-Storz, M., Platou, R. S., & Norheim, K. B. (2018). Innovation and metamorphosis towards strategic resilience. International Journal of Entrepreneurial Behavior & Research, 24(7), 1181-1199. doi:10.1108/IJEBR-11-2016-0369

Müller, M. (2018). ‘Brandspeak’: Metaphors and the rhetorical construction of internal branding. Organization, 25(1), 42-68. doi:10.1177/1350508417710831

Parker, M. (2011). Organizing the circus: The engineering of miracles. Organization Studies, 32(4), 555-569. doi:10.1177/0170840611403668

Quaresma, E. A., Jr., Silva, E. R., & Carrieri, A. P. (2014). As alianças estratégicas no picadeiro da arte/negócio circense. Revista de Administração Mackenzie, 15(3), 101-131. doi:10.1590/1678-69712014/administracao.v15n3p101-131

Sanabria, M., & Moreno, D. (2018). A contribution to the understanding of emerging strategies in organizations through the concept of improvisation and the musical metaphor. Revista Facultad de Ciencias Económicas: Investigación y Reflexión, 26(1), 27-68. doi:10.18359/rfce.2686

Soler, R. D. V. (2016). Biopolítica e direitos dos governados em Michel Foucault. Anais do V Colóquio Internacional IHU, São Leopoldo, RS.

Suri, H. (2011). Purposeful sampling in qualitative research synthesis. Qualitative Research Journal, 11(2), 63-75. doi:10.3316/QRJ1102063

Vera, D., & Crossan, M. (2004). Theatrical improvisation: Lessons for organizations. Organization Studies, 25(5), 727-749. doi:10.1177/0170840604042412

Vera, D., Nemanich, L., Vélez-Castrillón, S., & Werner, S. (2016). Knowledge-based and contextual factors associated with R&D teams’ improvisation capability. Journal of Management, 42(7), 1874-1903. doi:10.1177/0149206314530168

Weick, K. E. (1979). The social psychology of organizing. Nova York: McGraw-Hill.

Weick, K. E. (2002). A estética da imperfeição em orquestras e organizações. RAE-Revista de Administração de Empresas, 42(3), 6-18. doi:10.1590/S0034-75902002000300002

Zourabichvili, F. (2005). Deleuze and the question of literality. Educação & Sociedade, 26(93), 1309-1321. doi:10.1590/S0101-73302005000400012

Zourabichvili, F., & Goldstein, V. (2004). O vocabulário de Deleuze. Rio de Janeiro, RJ: Relume Dumará.